Depois dos resultados da última rodada, há quem veja os dois representantes paraenses com a classificação praticamente assegurada na chave A do Brasileiro da Série C. Não é bem assim. Na verdade, só uma questão está definitivamente fechada no grupo: Luverdense e Sampaio estão fora de combate e agora só lutam para escapar ao rebaixamento.
Paissandu, Águia e Rio Branco devem brigar pelas duas vagas até a rodada final. E a parada pode ser indigesta. Os paraenses lideram com 10 pontos ganhos, quatro à frente do Rio Branco, mas essa vantagem pode cair para um ponto na próxima rodada. Além disso, os acreanos, que folgaram no fim de semana, têm um jogo a menos e podem encostar na dupla.
No próximo domingo, o time de Testinha recebe o Paissandu na Arena da Floresta. O confronto é decisivo para o alvirrubro acreano, que precisa dos três pontos para continuar vivo. Levando em conta o histórico desfavorável dos paraenses em relação ao Rio Branco, principalmente na capital acreana, a partida exigirá todos os cuidados por parte do Paissandu.
Caso vença (ou empate), o campeão paraense mata dois coelhos de uma só vez: não apenas se consolida de vez como praticamente liquida com as chances de classificação do adversário, prestando também um grande serviço ao Águia, que terá o Rio Branco como último obstáculo.
É bem provável, porém, que o Águia já chegue classificado à rodada final, pois vai desfrutar da rota mais tranqüila entre os paraenses: receberá Luverdense e Sampaio em Parauapebas, em jogos seguidos, podendo atingir 16 pontos e estabelecer um bom saldo de gols.
A esta altura, pelo grau de dificuldades, o Paissandu é quem mais deve temer a aproximação do Rio Branco. A equipe de Valter Lima tem apenas mais um jogo em Belém, contra o Luverdense, e depois vai encarar o Sampaio, em S. Luís, na rodada final, provavelmente precisando da vitória. Se por um lado corre mais perigo, o Paissandu tem a vantagem considerável de resolver seu futuro já no domingo.
Transcrevo trecho de mensagem enviada por Francisco Guzzo Jr. acerca da consagradora participação de Zé Augusto na vitória do Paissandu sobre o Águia. “Inicialmente, pergunto: em que time o Zé Augusto jogaria por 13 anos, sendo que em 80% deste tempo ele foi reserva, exceto sob o comando do Givanildo? Neste período a história foi sempre a mesma. Quando aquecia para entrar, ouvia-se por todo o estádio: – Pô, lá vem o doido! Ele entrava em campo nos minutos finais, e à medida que corria, esforçava-se, comia grama e acreditava em todas as bolas… Hoje há inúmeras razões para a unanimidade do Zé Augusto. Sem dúvida, os gols decisivos marcados nos últimos tempos, já o transformaram no maior ícone desta galeria de heróis, porém, é bom que se ressalte, que isto só foi possível graças à tolerância extrema da torcida que o aplaudia desde a época das terríveis jornadas de canela. Este é o fato espetacular, a admiração da torcida é anterior aos seus feitos fantásticos. Esta é a característica ímpar da torcida bicolor. Se não fosse assim, nada teria de extraordinário, seria igual a todas as outras”.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 7)