Coluna: A mania de arranjar culpados

Imprensa não derruba técnico de futebol, nem demite jogador. Quando muito, ajuda. Quem contrata e dispensa é o presidente do clube. Não adianta tergiversar. A hora é de assumir total responsabilidade pelos atos praticados. Em entrevista à Rádio Clube, Luiz Omar Pinheiro disse que os comentários de Rui Guimarães influenciaram na decisão de afastar o técnico Edson Gaúcho. Ora, Rui comenta, opina, analisa. Mas não manda na vontade do presidente e nem nos destinos do Paissandu.
Em outras entrevistas, quase pândegas, à TV Liberal e ao SBT, o próprio Edson Gaúcho atribuiu sua queda “à perseguição” dos veículos do grupo RBA (DIÁRIO, Rádio Clube e TV RBA), tentando cativar as simpatias do torcedor cabeça-oca. Ao mesmo tempo, malandramente, fez média com o presidente, tirando-lhe a carga de responsabilidade pela decisão.
Conversa fiada. Todo mundo sabe que os veículos do grupo são campeões de audiência e até muito influentes, mas avaliar que têm o condão de demitir treinador em Belém é brigar com a realidade. Aliás, se tal coisa tivesse ocorrido, seria a morte definitiva do poder da cartolagem no nosso futebol – o que, convenhamos, está longe de acontecer.
O fato é que nenhum veículo é tão poderoso assim em relação aos clubes. Por incrível que pareça, as críticas e denúncias podem, eventualmente, enfraquecer a posição de alguma autoridade, demolir reputações e até derrubar presidentes da República, como se viu no impeachment de Collor de Melo. Nunca vi, porém, isso acontecer com técnicos de futebol.
Gaúcho foi criticado pelos erros que cometeu na condução do time e na incapacidade de reagir a uma situação adversa, como se viu sábado à noite, na derrota do Paissandu frente ao Luverdense. Nos jogos anteriores, seu trabalho já sofria questionamentos pela imensa dificuldade que o time mostrava para superar adversários de menor qualificação – casos de Sampaio e Rio Branco, no Mangueirão.
 
     
A verdade nua e crua é que, como sempre acontece nesses casos, o técnico caiu pelas suas próprias falhas e incoerências, jamais pela vontade de um ou outro cronista esportivo. Se estivesse vencendo e seu trabalho fosse impecável, não haveria força no universo capaz de afastá-lo do cargo.
Nas temporadas 2001 e 2002, Givanildo Oliveira dirigiu o Paissandu e travou encardidos embates com alguns setores da imprensa. Não cultivava o estilo gorila do Gaúcho, mas tinha desafetos. Acontece que, pela competência com que conduzia o time e as muitas vitórias que obtinha, jamais esteve ameaçado de demissão. Saiu, antes da Libertadores de 2003, porque quis.  
Portanto, não cabe ao treinador defenestrado ficar chorando pitangas e assumindo papel de vítima a essa altura. Ocorreu com ele o que é praxe em futebol, aqui ou nos Pampas. Na impossibilidade econômica de mandar todo o time embora, os clubes despacham o técnico. Simples assim. Nada mais natural. E nem mesmo a falsa valentia e os chiliques do personagem podem mudar essa realidade.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 01)

19 comentários em “Coluna: A mania de arranjar culpados

  1. Gerson,

    Apesar de reconhecer os méritos do EG, pois ganhou o Campeonato Paraense (que nem comero mais, pois sem RExPA na final fica sem graça), há anos longe da Curuzú, venceu o Remo e quebrou o “tabuzinho”, o treinador parecia radicalizar o estilo Muricy Ramalho: aparentava ser tratante, indisposto com muitos profissionais do clube e da imprensa, senhor da razão e teimoso em demasia. As relações humanas exigem o mínimo de convivência pacífica e ordeira, o que não significa dizer que se deva incorrer nas raias da hipocrisia, fazendo média com A ou B, ou na subversão de personalidades, pois esta última é praticamente impossível. E, infelizmente, EG transparecia que não tinha o menor perfil para relacionar-se publicamente.
    Sobre o time, pelo tempo em que EG estava no comando e apesar das conquistas e feitos, deveria apresentar um padrão tático mínimo, no entanto, visívelmente se atrapalha ao enfrentar adversários um pouquinho mais qualificados. E é nesse ponto em que quero chegar. Muito se falou sobre o cartel de vitórias do Paysandu sob o comando do treinador: mais de 80% de aproveitamento, 16 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, se não estou enganado. Porém, quais foram esses adversários? Time Negra? Vila Rica? Castanhal? Só “carne assada” como se diz em bom “boleirês”. E até mesmo o próprio São Raimundo não ofereceu muita resistência. Ao passo que o Paysandu, ao enfrentar adversários mais calejados (e uns nem tanto) é um “Deus nos acuda”. Senão vejamos: Águia no Rosenão (pelo Parazão e Série C), Remo (infinitamente inferior, pelo Parazão) e mais recentemente Sampaio, Rio Branco e Luverdense. Em todos esses jogos o time de EG mostrou dificuldades homéricas. Não havia (não há, aliás) jogadas ensaiadas, a zaga atabalhoada, onde os reservas são supeiores aos titulares, ligação direta entre ataque e defesa, além da “crença” temerária de achar que o time do Campeonato Paraense era o suficiente para a Série C. Por conta disso tudo (pela sua “cabeça dura”) EG pagou o preço.

    Abraços!

    1. Análise precisa e madura, como sempre, Daniel. De fato, o tal histórico de vitórias do EG é algo altamente questionável. E houve essa história de recusar reforços e até hostilizar os que chegaram pelas mãos do presidente, como o Jucemar. Não podia dar certo. O desafio de Valtinho é grande, mas cabe dar-lhe um voto de confiança.

  2. 1 O Gaucho ” barriga verde” ja passou por esse tipo de acontecimento em outro clubes, e’ altamente escolado.
    2 Gerson, existe sim ,uma briga titanica entre RBAXORM e ate os urubus do Ver-o-peso sabem disso. Gaucho escolheu o lado que lhe convinha e depois saiu atirando no rumo da A. Barroso.

    # poucas vezes vi uma acusacao forte no rumo de somente um lado, no caso do Gaucho tudo se atribui a RBA, mas pera ai! quem escalava o time?? era o cara que cobre o Paissandu? e os numeros???? foram criados pela midia??

    ao que parece deixa viuvas e aderentes ao leo….

    O melhor ninguem esta percebendo, que e’ ter um caboclo Paraense no comando e esse sim tera que ser tratado com carinho. Merece a chance.

  3. Não adianta Gerson, vc vai tentar explicar, explicar, explicar e não vai convencer o Torcedor.Como já disse a Torcida já está calejada para esses maus profissionais e nunca compare a opinião de um torcedor, que não possui um microfone em mãos, com a de um Radialista. Ou a imprensa assume uma postura profissional, ou ela tambem ficará desprestigiada perante seu público. O torcedor poderá se calar para o que aconteceu, mas nunca esquecerá.
    Cláudio Santos – Técnico do Columbia de Val de Cans.

  4. O Ex-Técnico do Paysandu foi perseguido implacavelmente não só pelo grupo RBA como por todos os membros da imprensa Marrom remista cheia de ódio e o presidente do Paysandu que na minha opinião entra na modalidade ironizada por vc Gerson torcedor cabeça-oca entrou na onda e demitiu um vitorioso teimoso que só pecou por manter aquela zaga e pagou um preço por isso. Felizmente o Torcedor cabeça-oca presidente contratou um técnico inteligente que tem tudo para substitui o Gaucho a altura.

  5. Gerson,

    É inevitável a saida de um treinador que não prioriza a marcação, como estava acontecendo com o EG. Por teimosia, como no caso do Paulo de Társio na direita, tendo o Wallach, superior para a posição; ou outros mil exemplos em que o time se limitava a um marcador só – agora quando foi desfeita a dupla Mael-Dadá, por contusão, os problemas emergiram e causaram estragos. Para piorar, os laterais, como o bom Aldivan, priorizaram a parte ofensiva, aumentando a debilidade da zaga, já irregular. Este quadro colocava o sistema defensivo em pânico, e isto aconteceu nos três jogos da série C, razão básica da dispensa do treinador. Atribuir esta dispensa a brigas com setores da imprensa é leviandade, não aceita por nenhum torcedor sensato. Precisamos de uma vez por toda parar com este negócio e enxergar a realidade, a de que os problemas estão no plantel, no próprio time, naquele que escala, naqueles que contratam e naqueles que trabalham no dia a dia com os jogadores. Se o rendimento for bom, os resultados aparecerão naturalmente em campo, do contrário, o produto é esta ameaça seríssima da classificação. Menos pior é que algo foi feito para evitar este desastre. Todos ainda acreditam na campanha “vamos subir”.
    Na minha opinião, tem que somar pelo menos nove pontos nos quatro jogos.

    Sérgio Noronha.

    Em tempo: parabéns pela coluna que abriu não só o mês de julho como abriu tb os olhos de muitos dos seus leitopres.

  6. Se esse Sérgio Noronha, for o mesmo que comenta os jogos pela Cultura, paciência, não entende nada de futebol e como comentarista, é péssimo, não sou só eu que digo, mais todas as pessoas que assistem os jogos por essa emissora. São pessoas como essa, que as vezes a gente fica a pensar: Pra que Diploma de Jornalista?
    Cláudio Santos – Técnico do Columbia de Val de Cans.

  7. Claudio, técnico…

    Com esta agressividade e opiniões radicais baseadas na hipocrisia, assim pilotando seus comentários, boa sorte para vc. O que seria preciso, na prática, engrenagem que funcionasse, para tirar o Papão desta situação? Ou vc é daqueles que esperam pelo fracasso (alguns até torcem) para atirar nos culpados eleitos?

    Sérgio.

  8. Gerson, Claudio e Noronha…uma coisa é certa : domingo no Bola na Torre o Walmir Rodrigues indagou o Rui se o mesmo achava a demissao o melhor caminho, no que o Rui disse sim..Se o Presidente Omar, ouvindo ou assistindo demitiu com base no que o Rui falou, cuidado Valtinho, rs…Em tempo : se o Sergio Noronha for o colunista de um jornal da cidade, meus parabens, se nao for, parabens de qq forma…rsrs…

  9. Sérgio Noronha, comentarista ……..

    Engraçado que vc comentando e escrevendo, é a mesma coisa, ou seja não se entende nada. Não diz coisa com coisa. Paciência. Reciclagem na imprensa, já.
    Cláudio Santos – Técnico do Columbia de Val de Cans.

  10. Bem vindo Sergio! nao ” esquenta” , a vida fora das colunas de jornais ,e’ bem diferente das da blgoesfera. se aparecer mais vezes acredito que vc acaba querendo tambem fazer parte do Big team daqui! heheh

    so nao consigo entender algumas coisas, tem muita gente que detesta a grande maioria da turma que faz esporte em Belem. Mas segue lendo ,vendo e escutando a todos!

    a gente sabe que ha setores da Imprensa Esportiva com muita promiscuidade e tambem cumplice. mas vcs perceberam que em apenas uma semana de jornalismo correto, Derrubou o Gaucho “barriga verde”.

  11. Esse Harold. Mais tambem, que vê no Ondino o melhor técnico pra tuna, não é muito diferente do Sérgio Noronha. Aliás, pelo que sei o brasileiro só passa na cultura, logo, somos obrigados a aturar alguns narradores e comentaristas, para poder vermos determinados jogos.
    Cláudio Santos – Técnico do Columbia de Val de Cans.

  12. tira o som e coloca um grego pra narrar..o ondino todos conhecem! tem nome dentro e fora da relva! n se preocupa Claudio “Kantoko San “o teu peixe ja esta empregado la por Santarem.

    Teu problema e’ que vc escuta a todas as radios e ve todos os programas esportivos da Tv. se so escutasse seria bom!, mas vc assimila.

    ah queres o end. eletronico do Ari Grecco???

  13. Sérgio Noronha é um bom comentarista, sim. É da praia, como o Edir, o Guimarães e outros “sangue-bom” da imprensa esportiva local. Ondino foi craque dos bons. Lembro do timaço da Tuna de 1983 que foi campeã em cima do meu Leão comandado por Dutra que tinha Bracally, Rui Curuçá, Josué, Duarte, Dadinho e cia. A Tuna de Ondino, Thiago e Mílton foi campeã nesse ano e rumou ao título nacional anos depois (noves fora o 9×0 do Vasco em 1984). Agora, sem sacanagem, Colúmbia de Val de Cans? Fala sério! Se ainda fosse do Fuzuê… Pô!

  14. Amigo, não é que o Arthur seja meu peixe, é que sou paraense e defendo paraense, mas só os competentes, não sirvo pra ser bobo. Alguem duvida que com Arthur o São Raimundo vai ter sucesso? para aqueles que só enxergam quando o fato já está consumado,é só aguardar.
    Cláudio Santos – Técnico do Columbia de Val de Cans.

  15. A CULPA NÃO É DA IMPRENSA ESCRITA.
    A CULPA É DA IMPRESSORA.
    A CULPA NÃO É DA IMPRENSA FALADA.
    A CULPA É DA BOCA.
    A CULPA NÃO É DA IMPRENSA TELEVISADA.
    A CULPA É DA TELEVISÃO.
    A CULPA NÃO É DA IMPRENSA MIDIADA.
    A CULPA É DO BILL GATES.
    ENTRE CULPADOS E INOCENTES, O DIABO ABSOLVE OS CULPADOS E CONDENA OS INOCENTES.
    QUANTO A DEUS: BOM, NÃO SE DEVE USAR O NOME DE DEUS EM VÃO! rsrsrsrs… KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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