Da Folha de S. Paulo:
A Fifa anunciará oficialmente hoje, às 15h30 (de Brasília), as 12 cidades brasileiras escolhidas para receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Capitais longe da elite dos clubes construirão arenas caras. A reboque, estádios fadados a se tornarem elefantes brancos. A reportagem é de Rodrigo Mattos.
Com a elite dos clubes concentrada no Sul e no Sudeste, haverá seis ou sete arenas caras erguidas em outras regiões do país. Sem times fortes economicamente, essas capitais devem ver problemas no futuro.
Cientes da ameaça, a maioria dos projetos das cidades candidatas prevê shoppings centers, complexos esportivos e espaços para shows, entre outros itens. Argumentam que, assim, os estádios vão se pagar. A estratégia, porém, é vista com descrença pela consultoria PricewaterhouseCoopers.
Maurício Girardello, consultor da Price, acredita que a maioria das cidades não fez estudo de pré-viabilidade dos estádios e que não foi analisado se há potencial econômico na população para explorar os espaços comerciais, para shows e para o futebol.
Policiamento
Entre os países escolhidos para sediar a Copa, o Brasil é o segundo mais violento –só fica atrás da África do Sul–, segundo critérios de homicídios medidos pela ONU. E, hoje, o país tem um número insuficiente de policiais para garantir a segurança nas 12 cidades-sede.
Das 12 prováveis sedes do Mundial, só uma tem índice de assassinatos abaixo da média nacional –Natal. Todas as outras têm números superiores.
A média brasileira de homicídios é de 23,7 pessoas por 100 mil habitantes. Pelos critérios da ONU, índices acima de 10 por 100 mil pessoas já caracterizam epidemia de violência.
Para Régis Limana, coordenador-geral de Inteligência da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) do Ministério da Justiça, não há uma preocupação em relação ao tamanho do efetivo de policiais.
Limana, que coordena os projetos de segurança do Mundial e da candidatura olímpica Rio-2016, não consegue estimar quantos agentes serão usados em 2014. Segundo ele, ainda haverá reunião com os centros de segurança dos Estados.
Ele, no entanto, já sabe que serão destacados 60 mil policiais para o Rio de Janeiro, se a cidade for sede olímpica. “É bem mais complexo [o esquema de segurança para a Copa]. O aparato que você movimenta para a Olimpíada tem que ser replicado por 12”, disse.
Questionada pela Folha, a assessoria de imprensa do Exército informou que não faz parte de suas atribuições a segurança pública do país. Ou seja, não pretende atuar na Copa.
Agora que eles perceberam isso? Deixar Goiânia, Florianópolis e Belém de fora em detrimento de Cuiabá e Manaus (pelo amor de Deus!) e mesmo Natal é a maior das incoerências de uma entidade que leva a palavra FUTEBOL no nome, mas que nos quesitos de avaliação e escolha, o esporte bretão é o que mesnos importa.
Disse tudo, Daniel. É absurda, surrealista até, a escolha de Cuiabá e Manaus. São cidades sem qualquer tradição futebolística. A Fifa e a CBF devem ter alto$ interesses na escolha de ambas.