Do blog de Cosme Rímoli:
Paulo Autuori é um dos treinadores mais discretos do Brasil. Detesta trazer atenção desnecessária a ele e ao seu time. Ele assumiu o Grêmio depois de muita luta da diretoria. Os dirigentes insistiram como puderam para que voltasse do Oriente Médio. E lhe entregaram uma equipe montada.
O interino Marcelo Rospide seguiu a estrutura articulada por Celso Roth. Autuori não se limitou a ir pelo caminho traçado, andar pela linha pontilhada. Tratou de segurar os laterais, dar mais liberdade ofensiva para Souza e Tcheco. Valorizar mais a posse de bola. E não se deixou empolgar pelo favoritismo contra o Caracas, ontem.
Sabia que o time venezuelano sabia usar muito bem o seu estádio. Gostou do empate em 1 a 1, basta uma simples vitória no Olímpico e a semifinal da Libertadores. Tudo bem trabalhado, sutil. Estava assim.
Até que o presidente Duda Kroeff resolveu seguir com o seu marketing pessoal. Como Zagallo e seu entusiasmo ufanista, ele puxa a força os holofotes e traz desnecessária pressão ao time. Duda insiste em uma desnecessária contagem regressiva para o time ser campeão da Libertadores. Mostrando que sabe contar, o presidente mostra a mão e diz aos torcedores: ‘só faltam cinco jogos’.
Autuori coça a cabeça, finge que não percebe, não quer o confronto interno. Faz só o que pode. Proibiu os seus jogadores de entrarem na contagem regressiva. Se pudesse, o treinador daria um sonífero ao presidente. Para que ele só acordasse depois da Libertadores. Como não pode, fará ouvido de mercador.
Já percebeu que ninguém cala Duda Kroeff…
Não cala?… Por enquanto né?…
É horrível quando os cartolas jogam contra o próprio time, como nesse caso gremista. Luiz Omar é outro ufanista que às vezes também precisa de um sonífero.
Cartolas falam demais, aparecem demais, vociferam demais… são uns exagerados.