As melhores divisões de base

Há um consenso no futebol atual: os clubes que têm sonhos de grandeza não podem abrir mão de revelar seus próprios talentos. Essa percepção remete ao passado glorioso do futebol brasileiro, quando bons jogadores brotavam como capim, por força da natureza.

O tempo passou, o futebol se profissionalizou e os custos dispararam. Manter escolinhas de futebol e departamentos amadores é cada vez mais oneroso, mas os clubes bem estruturados se mantêm atentos à importância desse tipo de política e lucram bastante com isso.

A respeito disso, o site Olheiros.net elaborou o primeiro ranking para definir os clubes com melhor categoria de base do Brasil. Para tanto, coletou e cruzou dados das principais competições de base nacionais e internacionais nos últimos três anos para lançar a primeira edição do Ranking Olheiros do Futebol de Base Brasileiro.

Depois de definir critérios de pontuação e busca de informações, algumas de difícil obtenção, tal a falta de documentação e divulgação das bases em Estados de menor expressão futebolística, o resultado foi divulgado na sexta-feira.

O ranking foi todo elaborado com base nos resultados de 2007, 2008 e 2009. De forma até surpreendente, o Remo é o 59º colocado (entre 111 clubes), com 20 pontos. O outro clube paraense citado é o Castanhal, que vem em 74º lugar, com 14 pontos. Ambos estão à frente até de clubes tradicionais, como Botafogo (82º), Ponte Preta (86º) e Palmeiras (92º). Curiosamente, Tuna e Paissandu não aparecem na lista dos 111 clubes. A Lusa, tradicional formadora de atletas, sofre os efeitos do esvaziamento de seu departamento amador nos últimos anos.

Os cinco primeiros colocados no ranking do site Olheiros são: Internacional (251 pontos), Cruzeiro (232), S. Paulo (221), Grêmio (217) e Fluminense (174). Esse quadro se sustenta na lógica, pois todos são clubes historicamente empenhados em formar jogadores, sendo que os dois gaúchos surgem como mais produtivos nesse campo. O Flamengo, também notório ninho de craques, aparece bem atrás, em 11º lugar. 

Longe de querer bater o martelo sobre quem é melhor – afinal, uma das maiores discussões da base é se o importante é ganhar títulos ou revelar talentos –, o consenso nessa discussão é que o objetivo final deve ser a combinação dos dois resultados.

O levantamento mostra um fato incontestável: os clubes que se posicionam no topo do ranking têm revelado jogadores de qualidade, além de conquistar títulos importantes. Comprovação de que valorizar categorias amadoras ainda é o melhor caminho para ser grande.

  

A coluna cumprimenta os craques Glauco Lima e Haroldo Valente, da agência DC3, pela sacada de pegar carona no clássico Vamos Fugir, de Gilberto Gil, para a trilha sonora da campanha “Vamos Subir, Papão!”. Os versos utilizam palavras de incentivo, em campanha que já ganhou as ruas e tem tudo para invadir as arquibancadas do Mangueirão durante os jogos da Série C. Pode-se dizer que, com a beleza do jingle, o Paissandu já entra na disputa com meio caminho andado.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 18/05)

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