Esclarecimentos da federação

Em face da coluna de ontem, sobre a relação entre a FPF e a dupla Re-Pa, recebo do diretor técnico da Federação Paraense de Futebol, Paulo Romano, esclarecimentos sobre a conduta da entidade em relação ao campeonato deste ano e à definição da vaga paraense na Série D.

Depois de perguntar se a minha opinião sobre os jogos no interior nas decisões do Parazão seria a mesma, caso Baião estivesse na história, afirma que em 2007 o Paissandu não estava em nenhuma Série do Brasileiro e “não houve essa grita da imprensa”, para justificar a opção que a FPF fez pela escolha do representante no atual torneio.

Segundo Romano, o critério de indicar o campeão do ano anterior “só é usado nos Estados onde o campeonato só termina após iniciados todos os campeonatos da CBF, tais como amapaense, maranhense e mais um ou dois”. Ressalta, também, que, em sua opinião, as decisões devem ser técnicas e não emotivas, condenando privilégios e viradas de mesa para proteger determinados clubes.

Desnecessário dizer que não se espera de uma entidade séria decisões de cunho emocional, mas os argumentos “técnicos” da FPF não encontram amparo no ofício datado de 18 de julho de 2008 e subscrito por Virgílio Elísio da Costa Neto, diretor de Competições da CBF.

Lá, de forma cristalina, está exposto o seguinte: “Nos Estados onde só houver um participante, a vaga será necessariamente oriunda do campeonato estadual do ano da competição ou do ano anterior, a critério da Federação”. Nada que pressuponha virada de mesa ou protecionismo. Apenas a orientação objetiva quanto às duas formas de escolha. A FPF optou pela primeira forma, como poderia ter optado pela segunda. Nada a opor, mas cabe agora assumir o ônus dessa opção, sem tergiversar.

O diretor técnico informa que o presidente do Remo, Amaro Klautau, solicitou a vaga da Série D por ter sido o campeão de 2008, mas a CBF teria dado resposta negativa, aparentemente anulando o ofício anterior assinado pelo próprio diretor de Competições da entidade.

Quanto à interiorização do futebol paraense, como legítimo caboclo interiorano, sou obviamente a favor. Mas, para que esse processo faça sentido, é preciso que haja o que interiorizar. E, francamente, sem a dupla Re-Pa não existe futebol paraense. Por isso, defenderei sempre o fortalecimento de ambos, motores da paixão de milhares de pessoas.

 

Diante das recentes lamentações do presidente da FPF, o baluarte Ricardo Von-Grapp envia balancete informal do faturamento da FPF em 2008/2009. Incluindo Copa do Brasil (R$ 66,7) e campeonato estadual (R$ 895 mil), a entidade embolsou a quantia de R$ 961 mil. É um valor respeitável para quem, a rigor, tem despesas modestas, com torneios amadores e futebol feminino em fase de reconstrução.

“Agremiações como as nossas não merecem esse tipo de tratamento. Remo e Paissandu são as grandes fontes de arrecadação dessa ‘pobre’ federação. Espero que venha alguém que possa mudar esse conceito fraco e vergonhoso de fazer futebol profissional”, finaliza Ricardo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 13/05)

3 comentários em “Esclarecimentos da federação

  1. Caro Gerson,
    Na temática do futebol, trago comigo alguns orgulhos em ser paraense. Posso citar bem rapidamente algo que nem é original, de tanto já batido: nosso apaixonado torcedor. Isto deve ser colocado por ser uma verdade inconteste. Mas também posso citar o grande apoio da nossa mídia esportiva. Francamente, desconheço no Brasil um estado com tanto apoio dado pela mídia ao futebol, como no Estado do Pará. Mas também sinto uma grande frustração em ser paraense quando o assunto chega aos nossos dirigentes. Aos de Remo e Paissandu, por suas incompetências, e aos da federação, pela postura covarde e funesta com nosso futebol. Eu costumo dizer que até para ser ridículo é necessário um pouco de bom senso. E estes senhores são ridículos sem nenhum senso. Este cidadão, Paulo Romano, não passa de um dissimulado, um pau-mandado do coronel, e o coronel é um morto-vivo, cuja federação que comanda vive sugando nossos clubes, e todos eles vivendo das benesses que os cargos lhes conferem. Sinto inveja quando assisto entrevistas de dirigentes de outros estados: Posturas profissionais, palavras bem colocadas, pragmatismo…Enfim, tudo que passa ao longe dos nossos comandantes. É triste constatar que somente há alguns anos atrás estávamos alí, coladinhos com estados como Goiás, Santa Catarina, Ceará, Pernambuco, Paraná… e hoje fazemos parte da escória do futebol brasileiro graças a esses caras. Chega…

  2. Acho que esse cidadão Paulo Romano está equivocado com alguma data ou algo que faz não lembrar, o Paisandu esteve na serie C de 2007 mas foi desclassificado na primeira fase da competição, por isso ficou todo resto do ano sem jogos oficiais, só pra lembrar. E também concordo com o que o Sérgio Soeiro diz no seu cmentário.
    Um abraço

  3. Gerson,
    você falou na sua coluna de ontem uma coisa que me chamou a atenção: que o Remo além de ser uma das maiores fonte de renda para o futebol paraense, é o mais antigo filiado.
    Já esta na hora de alguém acabar com essa farra! Já esta na hora de uma auditoria ouo CPI em cima da FPF. Coronel Nunes e Paulo Romano não fazem nada para ajudar a minimizar os problemas causados por dirigentes imbecis de Remo e Paissandue ainda ajudam a afundar mais o barco, como eles fizeram com o Remo esse ano. Tá na hora de questionar o fato do coronel Nunes se perpetuar na FPF e o Paulo Romano acumular tantas funções. Eles se queixam da falta de dinheiro mas não largam o osso.
    Uma sugestão a Remo e Paissandu: separem-se da FPF, promovam um campeonato paraense paralelo (isso se a FPF conseguir realizar um campeonato sem a dupla RExPA) convidando outros clubes e se a CBF encher o saco, convidem os clubes deserdados do Maranhão, Amazonas e toda a Região Norte e promovam capeonatos com clubes inclusive dos paises vizinhos, chamando a imprensa local e empresas da região para patrocinar. Com certeza Remo e Paissandu teriam uma sorte financeira melhor e coronel Nunes e Paulo Romano que se virem com a madrasta CBF.

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