As indefinições azulinas

A diretoria do Remo fez reunião, na manhã de sexta-feira, para definir rumos para o restante da temporada, discutir a contratação de um novo treinador e contabilizar a redução da folha de pagamento com o futebol (de R$ 140 mil para R$ 34 mil).

Medidas coerentes com os novos tempos, mas deixando escapar um velho aleijão azulino: a inabilidade para conduzir processos de contratação. Um dos dirigentes, entrevistado pelo repórter Paulo Caxiado, da Rádio Clube, informou que o clube corre atrás de novo treinador, que assumirá em junho para ficar automaticamente como auxiliar do futuro técnico, a ser trazido somente em novembro, para comandar a formação do elenco que disputará as competições oficiais em 2010.

O nome do vice-campeão paraense Valter Lima é um dos cogitados para assumir o Remo. Ocorre que, valorizado pela boa campanha no Parazão, o treinador dificilmente se sujeitará a ser futuro coadjuvante de um técnico que chegará para complementar o trabalho que começa agora – justamente a parte mais ingrata do processo.

Com mais tato (ou lábia), a direção remista poderia seduzir Valter Lima ou outro técnico regional para a missa de reconstruir o futebol remista, que, caso seja bem sucedido, daria direito natural a permanecer no comando no próximo ano. Impor papel secundário a profissional qualificado é um convite à recusa antecipada.

 

Antes de qualquer contratação, porém, cabe ao Remo definir logo o que pretende fazer no restante do ano. É certo que, mesmo com os riscos de prejuízo financeiro, o time terá que fazer amistosos nos municípios do interior e participar de torneios regionais. Para se manter vivo perante o torcedor e honrar compromissos previamente firmados com patrocinadores.

E, para tanto, será necessário montar um time de ocasião.

 

A Série A do Brasileiro começa neste fim de semana novamente sob o signo da incerteza. De todos os campeonatos nacionais dignos de atenção, o nosso talvez seja o mais equilibrado. Pode-se, no máximo, arriscar palpite quanto aos prováveis finalistas.

Nas condições de hoje, os favoritos são, pela ordem lógica das coisas, Internacional, S. Paulo, Grêmio, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo. Por fora, como azarões, correm Palmeiras, Santos, Botafogo e Fluminense. Dos demais participantes só se pode esperar uma improvável zebra.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 10/05)

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