Empate castigou a Pantera

Não foi tão bom assim, mas podia ter sido bem pior. Se Michel não tivesse retardado o chute no último lance da partida, aos 47 minutos, estaria agora o Remo chorando pitangas, clamando aos céus e ainda mais apavorado com a idéia de jogar a “negra” em Santarém. Foi um embate meio esquisito. O S. Raimundo veio com o claro propósito de esperar as iniciativas do dono da casa para explorar os contra-ataques.

O problema é que o Remo simplesmente não conseguia se organizar para atacar. Sem Marcelo Maciel e Jaime, perdeu por completo o mínimo de articulação que a equipe manteve ao longo de todo o segundo turno. Héliton e Helinho bem que tentaram, deslocando-se e buscando as extremas, mas a bola quase não chegava.

Diante desse quadro, não restou outra saída ao S. Raimundo: passou a atacar, inicialmente com parcimônia, mas depois com intensidade. Depois do habitual período de estudos, Valter Lima parece ter se convencido de que dava para liquidar a decisão logo no primeiro jogo.

Trindade passou a explorar o imenso vazio no setor esquerdo do Remo. Recebia a bola sempre livre e em condições de tocar para os atacantes, principalmente Garrinchinha, que caía pelos dois lados e partia em velocidade para cima dos beques Rogério e Márcio, levando sempre perigo.

Em meio às indecisões do Remo entre guarnecer o meio-campo e buscar o gol, saiu o gol santareno: depois de rápida recuperação de bola na defesa, a bola chegou ao ataque em três passes. E o chute final, rasteiro e fora do alcance de Adriano, coube a Michel, justamente seu melhor jogador.

Pela segurança e solidez do S. Raimundo, o gol parecia o caminho para uma vitória categórica. Só não foi assim porque, logo em seguida, Héliton tomou a iniciativa de fazer uma jogada individual, saiu driblando e chutou firme para empatar. Na sequencia, o Remo podia ter ficado no prejuízo se o árbitro Paulo César Oliveira fosse mais rigoroso. Rogério e Beto discutiram feio, se empurraram e a briga só foi evitada com a intervenção de outros jogadores. Mereciam, no mínimo, receber cartão amarelo.   

Depois do intervalo, o Remo veio tocando melhor a bola, mas sem inspiração e agressividade na área. Léo Oliveira substituiu a Bebeto, Toninho a Gegê e Ednaldo entrou no lugar de Ramon. Dos três, somente Ednaldo rendeu e esteve perto de desempatar. Os demais só fizeram figuração. No fim, Adriano, de novo decisivo no jogo, admitiu que a equipe não foi bem. E mais: afirmou que um time de verdade não pode ter medo de ir a Santarém. Matou a pau.  

 

 

Caso tivesse que haver um vencedor, este seria o S. Raimundo, que foi superior na maior parte do tempo. Mais organizado, errando menos passes e sempre objetivo. Três jogadores fizeram a diferença: Michel, Garrinchinha e Trindade. O primeiro fez o gol, distribuiu as jogadas e quase despachou o Remo no instante final. Garrinchinha ia fazendo um golaço e deu muito trabalho à defesa azulina. E Trindade passeou pelo meio-campo, aproveitando todos os atalhos. Parece incrível, mas, nas circunstâncias, o empate foi prejudicial aos santarenos.

 

 

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