Rangel e Rocha, os melhores

POR GERSON NOGUEIRA

Saiu a lista dos melhores jogadores da Série B 2025 e a escolha do goleiro é o primeiro ponto a ser questionado. Marcelo Rangel, do Remo, de atuações excepcionais durante todo o campeonato, perdeu o posto na seleção do torneio para o jovem Pedro Mourisco, do Coritiba, escolhido pelo fato de pertencer ao time campeão.

Em termos de desempenho não há como ignorar a excepcional participação de Marcelo Rangel, responsável pela segurança defensiva do Remo e um dos baluartes da campanha do acesso, que já tinha sido o herói da subida à Série B em 2024.

É uma trajetória impecável, com direito a um punhado de defesas milagrosas em vários jogos deste campeonato, como nas partidas contra América-MG (lá e cá), Coritiba, CRB, Operário e Athlético-PR.

Mais impressionante ainda foi a excepcional recuperação, após a lesão no joelho, que poderia ter significado o fim do campeonato para ele. Desfalque em dois jogos, Rangel ficou apenas 15 dias fora da equipe, retornando contra a Chapecoense, no Baenão. O fato indiscutível é que merecia a titularidade na seleção da Série B.

Pedro Rocha entrou na lista dos melhores, nem poderia ser diferente, mas ficou a impressão de que só foi selecionado porque não podia ser ignorado, afinal de contas é o artilheiro do campeonato. Ocorre que suas atuações pelo Remo deveriam ser mais do que suficientes para a escolha.

Rocha fez a melhor temporada de sua carreira, com o maior número de gols marcados. Até pontificar como goleador do Remo e figura exponencial na campanha do acesso, suas características eram de um atacante de lado que oportuniza situações de gol para o centroavante.

No Remo, ele mudou a maneira de atuar e assumiu um papel de definidor mais pelas carências que o time apresentava, com o baixo rendimento de seus homens de área (Felipe Vizeu e Ítalo) no começo do campeonato.

No encerramento do Brasileiro, fica claro que Rocha foi o maior reforço contratado pelo Remo para a campanha em busca do acesso à Série A.

Ainda quanto à lista dos melhores, talvez fosse justo lembrar de Caio Vinícius, um dos melhores volantes da competição, fato valorizado por ter se transformado em emérito finalizador sob o comando de Guto Ferreira.

De qualquer maneira, o fundamental mesmo era a conquista do acesso. Escolhas que dependem de avaliações pessoais nem sempre são inteiramente certeiras. Neste caso, fica a convicção de que houve injustiça em relação a Marcelo Rangel. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Manter o técnico é prioridade mais urgente

A permanência do técnico Guto Ferreira é a prioridade mais urgente dentre tantas que o Remo estabeleceu para o período pós-acesso. As negociações já começaram e é provável que o comandante permaneça. As declarações dele após a partida com o Goiás sinalizam para o desejo de continuar.

Sem dúvida, a manutenção do técnico é o passo mais importante para dar início ao processo de formatação do novo elenco, que precisa estar pronto até janeiro, quando o Remo terá o Campeonato Estadual e o Brasileiro da Série A, a partir do dia 28.

Guto conseguiu transformar positivamente o Remo nas dez partidas sob seu comando. Conquistou sete vitórias, dois empates e uma derrota. Conquistou mais pontos de que seus antecessores – 23.  

É claro que o desafio da Série A é muito complexo, mas Guto tem em seu favor a longa experiência no ramo. Seu conhecimento e capacidade de observação serão extremamente preciosos na etapa de construção do time para a Primeira Divisão.

Scaloni do Interior é o novo comandante do Papão

Júnior Rocha será o técnico do PSC para a Série C e demais competições de 2026. Não tem o perfil de técnico famoso e bem credenciado como a torcida esperava, mas é um nome que se adequa às aspirações do Papão na próxima temporada, levando em conta o executivo de futebol escolhido – Marcelo Sant’Ana, apresentado oficialmente ontem.

Gaúcho de São Leopoldo, Rocha foi jogador por oito temporadas. Desde 2011, abraçou o ofício de técnico e já conquistou dois acessos para a Série B: com a Ferroviária de Araraquara, no ano passado, e com o Luverdense (MT), em 2013. Aliás, foi pelo clube de Mato Grosso que ele ficou por três anos seguidos na Segunda Divisão.

Ele também ganhou o título da Copa Verde, contra o PSC, em 2017, e venceu o campeonato mato-grossense e a Recopa Catarinense. Um fato curioso é que, em 2022, quando era técnico da Inter de Limeira (SP), Rocha foi chamado de “Scaloni do Interior”, por força de certa semelhança física com o treinador da Argentina, campeão do mundo naquele ano.

A melhor notícia para a torcida do Papão é que, nas três vezes em que disputou a Série C, entre 2022 e 2025, Rocha comandou times que obtiveram classificação para o quadrangular que define o acesso.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 27)

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