Na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico Márcio Fernandes não economizou palavras para analisar a postura do time do PSC diante do Avaí, sábado à noite, na Curuzu. Na lanterna há 12 rodadas e há 31 rodadas no Z4, o time deu mais um passo em direção ao rebaixamento.
“O momento é até difícil da gente ficar falando, mas eu não posso admitir que falte coragem para jogar, isso não dá não dá para admitir. Faltou coragem para gente no primeiro tempo, não conseguimos chegar nos jogadores e, na verdade, eu teria que trocar mais alguns jogadores, mas não dava, porque a gente já tinha trocado três jogadores [no intervalo], tínhamos que esperar alguma coisa podia acontecer. (…) Aí o que a gente fez foi colocar jogadores que pelo menos corressem mais, que lutassem mais, honrassem a camisa do Paysandu”, disse Márcio.
Com apenas 12 pontos em disputa, o time está a 10 do Athletic, 16º colocado. Situação praticamente irreversível. Para Márcio, o PSC deve começar logo o planejamento de 2026, incluindo a definição sobre sua permanência ou não no clube.
“Eu já estava pensando há muito tempo [no planejamento]. Acho que a gente tem que já estar com a cabeça e ter certeza do que a gente quer, isso eu estou falando. Se é o Márcio Fernandes que tem que ficar, nós temos que ter convicção para ele ficar. Se é o Frontini, que é o nosso executivo, que está fazendo um trabalho sensacional, tem que chamar e conversar e acertar, ou então falar: ‘Olha, muito obrigado’ e dar sequência, porque o clube não pode parar”.
Segundo ele, o Paysandu tem que pensar grande, à altura de sua grandeza. “Independentemente da situação que vai acontecer, nós não podemos achar que acabou o mundo, nós temos que ter força para levantar, e é isso que eu peço todo dia, meu Deus, que me ajude, me dê força para levantar e vir aqui e trabalhar e dar o melhor o melhor de mim. E é isso, não posso também ficar aceitando algumas coisas que realmente às vezes acontece”, observou.
Rasgou elogios ao executivo Carlos Frontini, dizendo que se não fosse pela presença dele a situação estaria muito pior. “O Frontini contratou 10 jogadores, e vou falar com toda a certeza do mundo, se esses 10 jogadores que ele contratou, não tivessem aqui, o Paysandu já tinha caído há muito tempo, há muito tempo. É graças ainda essas contratações que a gente está lutando, com muita dificuldade, mas a gente tá lutando e a gente ainda tem a dificuldade de perder alguns que seriam muito importantes, aí as coisas ficam realmente muito difíceis”.
Sobre as queixas da torcida sobre o trabalho da diretoria interferem no desempenho em campo, o técnico admitiu que sim e reforçou a necessidade de planejamento para 2026.
“Por mais que a gente venha aqui e fale que não estamos preocupados com isso, a gente está. É uma pura mentira, interfere muito né?. O torcedor escuta o que vocês [imprensa] falam. Aí os caras vêm e já com outra cabeça também, porque realmente está acontecendo. Não é mentira o que vocês estão falando, a coisa não está tão fácil assim, você encontra muitos obstáculos, muitos obstáculos para você fazer o que você quer. E é por isso que eu falo, ou a gente vai começar isso (planejamento), não quer dizer que tenha que ficar comigo não, mas tem que definir”.