
O mercado de trabalho brasileiro manteve trajetória positiva no primeiro semestre de 2025, com um saldo de 1.222.591 empregos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Um recorte realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a partir do cruzamento com o Cadastro Único para Programas Sociais do governo Lula (CadÚnico), mostrou que 977.690 dessas vagas, 80% do total, foram ocupadas por pessoas em situação de vulnerabilidade social identificadas pela base de dados federal.
Os dados desmontam a narrativa da extrema direita de que beneficiários de programas sociais não têm interesse em ingressar no mercado de trabalho. O CadÚnico é a principal ferramenta para seleção de beneficiários de programas como o Bolsa Família, Tarifa Social de Energia Elétrica e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sua abrangência permite mapear o perfil socioeconômico das famílias e direcionar políticas públicas de forma mais assertiva.
O levantamento revelou crescimento expressivo da participação feminina entre os contratados. Entre os inscritos no CadÚnico, as mulheres representaram 52,9% do saldo de empregos e 55,5% das admissões, com 2.737.997 contratações formais no semestre. Os homens, por sua vez, registraram 44,5% das admissões (2.196.442).
Esse protagonismo também se manteve entre os beneficiários do Bolsa Família, que somaram 711.987 vagas líquidas no período, correspondendo a 58,2% do saldo geral de empregos do país.
Dentro desse grupo, as mulheres foram responsáveis por 55,5% das vagas líquidas e 59,7% das admissões (1.410.133 contratações), frente a 40,3% dos homens (951.292).
Segundo o MDS, os números refletem a atuação de programas que associam proteção de renda, qualificação profissional e estímulo à formalização, como o Acredita no Primeiro Passo, instituído em 2024. Voltada a pessoas inscritas no CadÚnico, a iniciativa tem como foco grupos historicamente mais vulneráveis: mulheres, jovens, negros, pessoas com deficiência e comunidades tradicionais e ribeirinhas.