Por Heraldo Campos

“Que gracinhas”, talvez diria Hebe Camargo sobre as pombinhas da paz como se apresentam
alguns políticos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, querendo passar na força bruta a anistia para os invasores [1], canalhas [2], o impedimento de ministro e a derrubada do foro priviligiado para, claro, o benefício do “papai legal”. Pode uma aberração dessa? Parece que o ditado popular de que “agosto é mês de cachorro louco” continua valendo, porque a primeira semana desse mês foi de lascar com os motins nas duas casas.
Esse tipo de movimento, muito bem pensado e articulado, nada tem de espontâneo mas, sim,
espelha, no discurso proferido, de que estamos numa suposta ditadura para prejudicar, perseguir, entre outros fajutos “companheiros de luta”, o “grande comandante”, de comprovado passado duvidoso no exército brasileiro e que está agora, numa boa, confortavelmente, em prisão domiciliar. Ou não?
Ora bolas, vamos e convenhamos, quem são os patriotas desses nossos tempos do Bozosaurus rex [3] e de sua fiel companhia? Os sinais de mais uma transgressão estão sendo dados há tempos e a “moleza jurídica”, para esses reptilianos do golpe, nos deixa com a pulga atrás da orelha se vão ter ou não o fardo da justiça que merecem, há tempos e pelas comprovadas ações golpistas.
Mas, é uma coisa meiga e fofa essas pombinhas da paz, joias de rapazes patriotas [4] de araque, não é mesmo? O que esses nobres parlamentares fizeram para o país e o povo brasileiro nos últimos mandatos? Foram eleitos, hipoteticamente, para atender os anseios de gente carente de serviços públicos essenciais, como saúde, educação, moradia, segurança, etc. E, vamos lá, eles trabalharam nesse sentido ou atuaram para seus próprios interesses, na perpetuação no cargo em que foram eleitos, sustentados pelos seus currais eleitorais e emendas secretas?
“O tempo que passa nos dá golpes muito duros, nossos rostos não se estragam como os dos lutadores de boxe, mas é a mesma coisa e acontece comigo como com todo mundo. Não aceito a degradação da vida, ou antes, não aceito que o amor se acomode a isso.” – François Truffaut.
Fontes
[1] “Invasores” crônica de Heraldo Campos de 23/01/2023.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2023/01/invasores.html
[2] “Canalha” crônica de Heraldo Campos de 26/07/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/07/canalha.html
[3] “Bozosaurus rex” crônica de Heraldo Campos de 03/06/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/06/bozosaurus-rex.html
[4] “Matando a Amazônia” crônica de Heraldo Campos de 11/11/2020.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/11/matando-amazonia.html
- Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976),
mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da
USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e
Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).