Por Heraldo Campos (*)
“Os anfíbios primitivos podem ser imediatamente distintos de seus ancestrais (os peixes) pelo
fato de adquirirem novas estruturas ósseas, os membros, que são reconhecíveis nos
esqueletos fósseis. Por outro lado, a transição entre os anfíbios e os seu descendentes répteis
é menos clara no registro fossilífero, porque as principais diferenças entre ambos não são as
encontradas na configuração do esqueleto mas sim, no modo como se reproduzem. Depois de
completar seu desenvolvimento embrionário, o animal rompe a casca do ovo e sai
completamente formado.” [1]
“Mosasaurus (Mosassauro) é um genero de lagartos marinhos mosassaurídeos que viveram
em torno de 90 milhões de anos atrás no oceano Atlântico, e tem um certo parentesco com os
atuais varanídeos. O nome é devido a seus primeiros fósseis, encontrados em 1770 por
George Cuvier, terem sido encontrados no vale do rio Mosa, na Holanda. As afinidades exatas
do Mosassauro como escamado permanecem controversas e os cientistas continuam a debater
se seus parentes vivos mais próximos são lagartos ou cobras.” [2]
“Nos últimos dois filmes da criação de Steven Spielberg, da série Jurassic Park, esse réptil
marinho escamoso aparece em cenas muito especiais.” [3] Mas será que em tempos pretéritos
os Mosassauros verdadeiros conviveram (e sobreviveram) com as ressacas marítimas de sua
época e, também, com as mudanças climáticas? Provavelmente a resposta é sim.
“Ressaca marítima é um fenômeno natural que ocorre quando ondas muito grandes e fortes
atingem o litoral.
No caso desta semana, o fenômeno tem sido provocado pela frente fria e por um ciclone
extratropical que atingiu o Centro-Sul do país.
No Litoral Norte de São Paulo, ventos de até 85 quilômetros por hora causaram estragos nesta
segunda-feira (28) e provocaram a ressaca marítima. Ubatuba também registrou o fenômeno.” [4]
No caso particular de Ubatuba, as brigas com o mar [5] são antigas, onde o mar anda comendo
pelas beiradas [6] um trecho da Praia do Itaguá, por exemplo, e agora agravado pelas recentes
ressacas marítimas.
Para encerrar, o que poderíamos falar dos terrestres Bozosaurus rex [7], botadores de ovos
que eclodem, dia a dia, para espanto de boa parte da população brasileira? Será que
sobreviverão num determinado clima político e para uma ressaca eleitoral ou vão continuar
insistindo na sua proliferação, como uma espécie predadora da democracia? No domingo,
03/08/2025, a Avenida Paulista vai ser, de novo, palco para o desfile “patriótico” do B. rex e
suas crias. Até quando?
“Se um dia a democracia for possível neste país, ela nascerá dos movimentos sociais e
populares, do contrapoder social e político que transforma a plebe em cidadã e os cidadãos em
sujeitos que declaram suas diferenças e manifestam seus conflitos.”- Marilena Chaui.
Fontes
[1] “História Geológica da Vida” livro de A. Lee McAlester de 1969. Editora Edgard Blücher Ltda.
174 páginas. p.121.
[2] “Mosasaurus” pesquisa feita na WikipédiA – A enciclopédia livre em 02/08/2025.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosasaurus
[3] “Está faltando um mosassauro” crônica de Heraldo Campos de 02/04/2020.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/04/esta-faltando-ummosassauro-cronica-de.html
[4] “Ressaca do mar avança e surpreende grupo na faixa de areia de praia em Ilhabela, SP”
reportagem de Léo Nicolini para G1 Vale do Paraíba e região de 30/07/2025.
[5] “Brigas com o mar” crônica de Cacá Medeiros Filho de 27/03/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/03/brigas-com-o-mar.html
[6] “Comendo pelas beiradas” crônica de Heraldo Campos de 26/03/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/03/comendo-pelas-beiradas.html?view=magazine
[7] “Bozosaurus rex” crônica de Heraldo Campos de 03/06/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/06/bozosaurus-rex.html
- Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976),
mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da
USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e
Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).