
Uma situação vexatória e ridícula envolve o ‘trem da alegria’ de prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais, um governador (de Rondônia) e assessores brasileiros, ora retido em Israel. Desde quinta-feira (12), todos estão escondidos em abrigos com medo dos bombardeios do Irã sobre Tel Aviv. Na falta de algo mais útil para fazer, gastam dinheiro público para prestigiar o governo sionista de Netanyahu. A ironia da coisa é que o suposto objetivo da visita é discutir modernos sistemas de segurança.
De repente, os folguedos turísticos foram interrompidos pelos impactos da guerra declarada por Israel contra o Irã. Mais de 60 políticos estão recolhidos ao bunker, com medinho das bombas. Enquanto isso, culpam Lula por não ter mandado resgatá-los, como se isso fosse obrigação do governo brasileiro. Já que idolatram o governo de Israel deveriam pedir ajuda a Netanyahu.
Por outro lado, os alegres viajantes podem aproveitar o súbito aperreio em terras israelenses para aprender a ter mais empatia pelo povo palestino, este sim sufocado e massacrado pelos ataques do Exército de Netanyahu – mais de 73 mil mortos em Gaza, segundo estimativas conservadoras.
Tirando a óbvia demonstração de bizarrice, a prolongada permanência por lá não deve causar nenhum abalo extra às administrações de prefeituras e governos, visto que essa gente prefere passear (bancados pelo erário, claro) a trabalhar.
(A foto, postada no Instagram, mostra um punhado de políticos no bunker usando camiseta, bermuda e sandálias, bucólico traje de turistas)