POR GERSON NOGUEIRA
Grande e subestimada criação do R.E.M., incluída no álbum Reveal, de 2001. Aqui, um registro memorável no show realizado em Wiesbaden (Alemanha), em julho de 2003. “All The Way to Reno” (Todo o caminho até Reno) soa mais acelerada, rítmica e dançante tocada ao vivo. Na versão de estúdio, é uma balada comportada, quase lírica.
Acontecia com frequência em várias canções da fase mais criativa do R.E.M., talvez pela liberdade que Peter Buck ganhava para improvisar na guitarra e Mike Mills podia se dar ao luxo de um solo de contrabaixo, como nesta apresentação.
Impecável ao longo de quase 13 anos de estrada, o R.E.M. nunca errava nas escolhas e apostas. Talvez com receio de perder a pegada criativa, a banda achou por bem sair de cena em 2011 com o prestígio intacto. O grupo reapareceu em junho deste ano para a cerimônia de inclusão no Songwriters Hall of Fame, de Nova York, tocando ao vivo o clássico “Losing My Religion”.
Na ocasião, os músicos falaram ao programa CBS Morning e reafirmaram não haver planos para o retorno da banda. “Nunca seria tão bom quanto já foi. Quando a banda acabou, não havia nada em que pudéssemos concordar musicalmente (…). E agora simplesmente conseguimos por não estarmos juntos o tempo todo”, disse Buck.
Trecho da letra de “All The Way to Reno”:
Cantarolando todo o caminho até Reno
Você tirou o pó dos descrentes
E desafiou as leis do acaso
Agora, doce
Você era doce como açúcar (…)
Você vai ser uma estrela
A asa está escrita em seus pés
Seu calcanhar de Aquiles é uma tendência a sonhar
Mas você sabia disso desde o começo
Você não precisava ir tão longe
Você não precisava ir.