POR GERSON NOGUEIRA
Diogo Silva é o primeiro nome confirmado pela diretoria do PSC para a temporada de 2024. Vem para ser titular, levando em conta que acabou de sair de um trabalho muito elogiado no CRB-AL na Série B. Estava no clube alagoano desde 2021, sempre com muita segurança e desempenho de alto nível.
Apesar de não ter sido um nome muito especulado no clube, Diogo tinha contrato assinado com o Papão, aguardando apenas o final da Série B e o anúncio oficial da diretoria alviceleste.
Aos 37 anos, o goleiro tem um histórico de poucas lesões. Atuou 58 vezes pelo CRB na temporada, sempre como titular inquestionável. Antes, atuou no Vasco da Gama, XV de Piracicaba, Luverdense e Ceará.
O acerto com o PSC tem duração de um ano e, apesar de não haver garantia tácita de que será o titular, é óbvio que a experiência de Série B deve garantir a ele a camisa número 1, mesmo com a presença de Matheus Nogueira, que teve um desempenho impecável na Série C.
Ao mesmo tempo, os dirigentes negaram ter interesse na aquisição do lateral-esquerdo Evandro, que defendeu o Remo neste ano, e garantiram que o também ex-azulino Brenner está fora dos planos. O atacante, que defendeu o Remo em 2021, está no Sporting Cristal, do Peru.
É claro que negativas de dirigentes às vezes são estratégias para despistar ou mesmo evitar a supervalorização de determinados atletas. Independentemente disso, Brenner seria uma grande contratação, até porque o PSC segue sem nomes para o ataque depois que as negociações com Mário Sérgio não avançaram.
A fim de saciar a expectativa da torcida, o clube deve soltar até sábado novos nomes da extensa lista de reforços para 2024.
Dirigente vaza negociação do Leão com artilheiro
No Remo, as coisas estão no terreno das especulações, embora algumas com fortes indícios de verdade. É o caso de uma negociação encaminhada com o atacante Ítalo, que disputou a Série B pelo Sampaio Corrêa e terminou a competição como vice-artilheiro, com 13 gols.
Veterano, 35 anos, com passagens por vários clubes, Ítalo teve uma temporada primorosa. Foi o principal destaque do time maranhense, com gols importantes na Série B, mas insuficientes para impedir a queda.
Meio por acidente, a negociação entre o Remo e o jogador veio à tona através de uma declaração do presidente do Sampaio, Sérgio Frota, em entrevista à TV do clube. Ao comentar a reformulação no elenco, ele afirmou que uma saída certa é a de Ítalo.
“Seis clubes estavam interessados em Ítalo. Eu fui até onde podia para renovar e ele é muito grato ao Sampaio, mas o Remo ofereceu R$ 100 mil”, informou Sérgio Frota. Óbvio que a diretoria azulina não confirma a negociação, muito menos a proposta citada.
Comenta-se no clube que, com base na influência de Sérgio Papellin junto ao Fortaleza, pode haver um acordo entre os dois clubes para que atletas do elenco tricolor sejam cedidos ao Remo em sistema de salários divididos. É uma alternativa que pode ser interessante para os dois lados.
Um futebol à beira da falência completa
Em comentário enviado à coluna, o amigo Armando Mourão critica o atual estágio do futebol no Brasil, expresso na pífia participação da Seleção Brasileira nas Eliminatórias Sul-Americanas. Segundo ele, a história recente do futebol brasileiros ocupou-se apenas em revelar um turbilhão de talentos, contudo, relegando a plano secundário a questão tática, partindo da certeza de que jogadores talentosos, invariavelmente, decidiriam jogos.
“O talento segue operando a diferença desde os tempos em que nossos treinadores eram tratados como ‘distribuidores de camisas’, ‘árbitros de treinos’, a partir da mística de que técnico não ganha jogo. Contudo, se percebe de forma límpida que nosso celeiro de craques se esvazia ao longo do tempo decorrente das importações, aliada ao abandono das bases de onde são originários”, afirma.
“A atual Seleção, por exemplo, carece dos craques que a consagraram, na mesma proporção em que nossos treinadores não evoluíram, relegando a plano inferior o aporte de conhecimentos, assim como, dispensaram a necessidade básica de aprimorar conhecimentos táticos. A partir da década de 1990 apenas um fator marcou a evolução dos treinadores: o aumento da conta bancária, assim como, a preocupação em disputar com os jogadores a auréola de estrelas do espetáculo embora satisfeitos com a simples penumbra”.
“Hoje, o que se vislumbra, respeitadas raríssimas exceções são demonstrações de arrogância e prepotência, perceptíveis com assustadora frequência, associada a alta dose de vaidade e subserviência. Presentemente a seleção brasileira depende da boa vontade de um determinado treinador, especulado para assumir seu destino, todavia, afeito ao exterior, onde vive cercado de bajulação e paparico, enquanto saboreamos a convivência grosseira e inóspita com Fernando Diniz, comprovadamente treinador de clube onde dispõe do tempo necessário para treinamento, diferentemente da seleção que reúne jogadores por tempo determinado, inexistindo dessa forma qualquer possibilidade em alterar características ou posicionamento de cada jogador”, complementa Mourão.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 30)
