Águia conquista inédito título paraense dentro do Baenão

Com a vitória nas penalidades por 5 a 4, o Águia de Marabá se sagrou campeão estadual de 2023, uma conquista inédita na história da equipe. No tempo normal, o Remo venceu por 2 a 1, devolvendo a derrota na partida de ida, vencida pelo Águia por 1 a 0. O Águia abriu o marcador aos 16 minutos do primeiro tempo, com uma bicicleta do zagueiro Betão após cobrança de escanteio. Confuso, lento e com dificuldades no ataque, o Remo só chegou ao empate aos 43′, com um golaço de Pedro Vítor.
No segundo tempo, com a necessidade de vencer, o Remo ainda perdeu o volante Uchoa, que foi expulso. Com o apoio da torcida, o Leão seguiu pressionando em busca da vitória, que veio com um gol contra do zagueiro Rodrigão, que desviou para o fundo do barbante após cobrança de Rodriguinho. Fabinho teve duas boas chances, mas o goleiro Axel Lopes evitou o terceiro gol azulino.

Na série de tiros livres da marca do pênalti, Axel defendeu a cobrança de Lucas Mendes e o Águia conseguiu acertar todas as cobranças, garantindo o placar de 5 a 4 e conquistando o título paraense.

ONU confirma e Lula anuncia Belém como sede da COP 30, em 2025

Belém, capital do Pará, será a sede da 30ª Edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). A informação foi confirmada em vídeo publicado, na tarde desta sexta-feira 26 de maio, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do governador Helder Barbalho e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Esta será a primeira vez que uma cidade brasileira sedia o evento internacional, considerado um dos mais relevantes do mundo sobre o tema.

A deliberação foi feita pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) no dia 18 deste mês de maio, após Lula, ainda como presidente eleito e, durante a COP 27, em novembro de 2022, na cidade de Sharm El-Sheik, no Egito. Lula apresentou o Brasil para sediar a reunião numa capital amazônica. Helder, também presente àquela edição da Conferência, então pediu ao presidente da República que Belém fosse a anfitriã da COP 30.A programação da COP 30 está prevista para novembro de 2025.

O governador Helder Barbalho saudou o anúncio. “É uma satisfação muito grande. Queria festejar, em nome do povo do Pará, claro, de todos os brasileiros, o privilégio do nosso país em poder sediar o mais importante evento de mudanças climáticas do planeta. Aumenta a nossa responsabilidade em mostrar que o Brasil está preparado e acima de tudo a responsabilidade da agenda ambiental conciliando os amazônidas de nossa região, e claro, o respeito ao meio ambiente”, declarou.

Helder acrescentou que, “o Estado do Pará, Belém, estarão ávidos para receber a todos e trabalhando, para que possamos, por um lado, fazer um belo evento, mostrar que a Amazônia está preparada para receber o planeta. Por outro lado, contribuir para a construção do desenvolvimento sustentável em favor da nossa região. Parabéns a todos e gratidão do povo do Pará ao governo federal e ao seu governo”, complementou Helder.

Lula, por sua vez, afirmou que após participar de reuniões da COP pelo mundo e constatar que a Amazônia era uma pauta certa em todas elas, já há muito via a necessidade de uma cidade da região sediar a programação. “Para vocês conhecerem o que que é a Amazônia, os rios, as florestas, a fauna. Se preparem, porque vai ter gente do mundo inteiro, muitos governantes, que vão ficar maravilhados com a cidade de Belém. Estou convencido de que será um grande evento, e o governo federal estará à disposição para ajudar naquilo que for necessário, porque é um evento que vai mostrar, mais uma vez, a cara do Brasil para o mundo. Tenho certeza de que o povo do Pará vai encantar o mundo e teremos a melhor COP já feita”, reforçou o presidente da República.

Em 16 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, no Egito, durante a COP 27, ao entregar uma carta pública dos Governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Helder pleiteou o que presidente eleito articula se com a ONU a realização de uma edição da COP no Brasil, em especial na região amazônica.

Representatividade – Em Brasília, no dia 4 de janeiro, Helder teve um encontro com o ministro das Relações Exteriores, chanceler Mauro Vieira, para reafirmar o compromisso do Consórcio Amazônia Legal, o qual ele assumiu hoje como presidente, em sediar uma edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP).

“Na reunião, pude reafirmar a intenção de que a Amazônia possa sediar a COP 30 em 2025, particularmente Belém, a capital do nosso Estado sendo a porta de entrada dos debates, das discussões sobre as mudanças climáticas, sobre o modelo de desenvolvimento sustentável e social. Tenho convicção de que nós estaremos construindo e provocando o mundo sobre a importância de a Amazônia ser prestigiada para discutirmos soluções que envolvam a população da nossa região e, claro, a floresta viva”, resumiu o governador após o encontro.

“Vamos, cada vez mais, provocar o mundo para discutir a Amazônia a partir da ótica dos brasileiros e dos amazônidas. Particularmente, poder provocar as Nações Unidas a trazer o maior evento do mundo de discussão sobre o clima, que é a COP, para discutir in loco o conhecimento nossa realidade com riquezas, biomas e também nossos desafios sociais, e com isso construir um futuro que concilie pessoas e floresta”, enfatizou.

Oficialização da candidatura – Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã do dia 11 de janeiro, em Brasília, o governador do Pará e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), Helder Barbalho, informou que a capital paraense, Belém, é a cidade brasileira escolhida como candidata oficial do país para sediar uma edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025.

Articulações para Belém sediar uma edição da COP foram iniciadas pelo governador Helder Barbalho ainda na última edição do evento, em Sharm El Sheikh, no Egito. Na oportunidade, além de convidar Lula para integrar a comitiva dos Estados da Amazônia Legal, durante o evento, foi entregue uma carta pública em nome dos governadores da Amazônia Legal pleiteando que Lula articule com a ONU a realização de uma edição da COP no Brasil, em especial na região amazônica.

Vini, volte para casa

Por Carlos Ferrer/Baiano

Vini, os espanhóis racistas que vaiaram você na arena espanhola são descendentes diretos dos “colonizadores” que exterminaram os Incas e Maias na América. Também descendem dos nacionalistas que, apoiados por Hitler, mataram 200 mil republicanos em seus campos de concentração.

Esses espanhóis, Vini, que se mantiveram neutros na Segunda Grande Guerra, cuidaram do seu ditador assassino, o Generalissimo Franco, com papinha na boca até que ele morresse velho, sem ter sido condenado por seus crimes.

As bananas que atiram em jogadores ferem a alma tanto quanto o chumbo dos mosquetes que exteminaram os povos indígenas séculos atrás.

O Brasil, como você sabe, é um lugar onde é difícil driblar a pobreza. No Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio, como já dizia Nelson Rodrigues. Um país que também tem racistas hoje e no passado, e que um dia também chamou o goleiro Aranha de macaco.

Sendo um país em que mais da metade da população se declara negra ou parda, a intolerância racial que ocorre por aqui é diferente da que se pratica no estádios europeus: é tão ruim quanto, mas é pontual e não generalizada.

Talvez seja porque Fio Maravilha era um deus para a torcida do Flamengo, e o endiabrado Ubaldo levava a massa atléticana à loucura, assim como Laci e Paulo Izidoro. Alcindo é um idolo dos gremistas; Escurinho, dos colorados; e Zé Carlos, o eterno Maestro Azul.

No Brasil, Vini, o Rei é um preto bisneto de escravo, e tem apelido de Pelé. Na Espanha, a monarquia foi restaurada em 1976 pelo fascista sanguinário que estava no Poder.

O fantasma da pobreza não te assusta mais, e você não precisa passar por essa humilhação, garoto. Volte para casa, e verá que todos os clubes e torcidas do Brasil o receberão de braços abertos.

Se a Fifa lhe negar uma carta de alforria, e lhe obrigar a jogar nesses Pelourinhos que se transformaram as arenas espanholas, peça ao seu povo que encerre suas contas no banco que é o patrocinador da competição.

O último que tentou mudar a cabeça desses colonizadores cruéis enfrentou grandes moinhos de vento, e até hoje é chamado de louco.

“Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é utopia. É justiça”.

Belo Horizonte, 24 de maio de 2023.

Uma decisão catimbada

POR GERSON NOGUEIRA

Depois de atrasos causados por imbróglios judiciais, o Campeonato Paraense chega ao fim na noite de hoje com a decisão entre Remo e Águia. O retardamento da competição foi tão acentuado que neste momento só o Amapá ainda não escolheu campeão, sendo que o vizinho Estado é tradicionalmente o último a encerrar o seu campeonato.

Remo e Águia têm a responsabilidade de fechar o Parazão 2023 em alto nível, dentro do espírito de civilidade que está embutido no próprio lema da competição – o Campeonato da Inclusão. Nos últimos dias, movimentos de bastidores fizeram a final descambar perigosamente para o ridículo e deram ao confronto um inevitável jeitão de catimba.

O Águia chegou ao absurdo de encaminhar pedido ao STJD pedindo a mudança do local do jogo, sob a alegação de falta de segurança no estádio Evandro Almeida. A solicitação nem chegou a ser levada em conta pelo tribunal, tamanho o disparate da coisa.

Mando de campo é direito adquirido, previsto em regulamento. O Águia mandou seu jogo no estádio Zinho Oliveira, em Marabá, conhecido pelos problemas de estrutura e segurança. O Remo, por óbvio, decidiu disputar a final em seu estádio, o que é inteiramente legítimo.

Já o Azulão reclamou do preço do ingresso para visitantes (setor de cadeiras), fixado em R$ 150,00. Entendeu que isso é uma forma de afastar a torcida marabaense. Não é ilegal, pois não existe obrigatoriedade de disponibilizar arquibancada para visitantes, mas a decisão acirrou ainda mais os ânimos.

A final de hoje tem todos os ingredientes de emoção e nervosismo que cercam partidas decisivas. O Remo, que já foi eliminado da Copa Verde, encara a conquista do bicampeonato estadual como obrigação perante seu torcedor. O problema é que o time caiu muito de rendimento desde a semifinal, contra o Cametá.

Desde a goleada que garantiu a condição de finalista, o time tornou-se um amontoado, sem a organização que apresentava na fase de classificação do Parazão. O trabalho de Marcelo Cabo, tão elogiado no início do campeonato, passou a ser execrado, resultando na troca de comando.

Já o Águia, dono da terceira melhor campanha, chega à decisão com muito mais consistência, o que é um caminho natural para a confiança. O time está emocionalmente bem preparado, acertando nas tomadas de decisão em campo e ainda mais motivado após derrotar o Remo no jogo de ida.

O palco da final, alvo de marchas e contramarchas, pode representar um papel importante. No caldeirão azulino, 14 mil pessoas estarão no estádio apoiando o Remo do início ao fim. O consolo, para o Águia, é que a massa torcedora pode mudar de humor caso a atuação remista não convença.  

Catalá é anunciado e Cortez faz mudanças no time

O anúncio da contratação de Ricardo Catalá, 41 anos, técnico campeão brasileiro da Série C 2022 com o Mirassol, pegou quase todo mundo de surpresa ontem à noite. Nome respeitado, o treinador paulista não era mencionado nas especulações sobre o substituto de Marcelo Cabo.

O Remo passou os últimos dias tentando contratar Hélio dos Anjos, que era o preferido pelo perfil enérgico e disciplinador. Como as negociações não avançaram, surgiram outros nomes: Gilson Kleina, Gilmar Dal Pozzo e Marchiori. Catalá foi escolhido pelo conhecimento que tem da competição.

Um desafio para o jovem técnico será a adaptação ao clima que terá no Remo. Ao contrário de Mirassol e Red Bull, times que dirigiu e que não contam com a pressão de grandes torcidas, o Leão tem uma torcida imensa e apaixonada. Conduzir um trabalho em ambiente assim não é tarefa fácil.

Para enfrentar o Águia, o interino Fábio Cortez optou por um time diferente do que vinha atuando sob o comando de Cabo. Efetivou Lucas Marques na lateral direita e fez uma mudança importante no meio-campo. Sem contar com Richard Franco, lesionado, vai utilizar Soares como meia avançado, enquanto Pablo Roberto une-se a Uchoa na marcação.

O ataque será mantido com Jean Silva, Muriqui e Pedro Vitor. Mais do que nomes, o que o Remo precisa mostrar é uma mudança de atitude. Para reverter a vantagem do Águia, a parcimônia terá que ser substituída por velocidade e entrega.  

Azulão corre atrás do primeiro título estadual

O Águia já esteve perto de ganhar o Parazão. Decidiu o título em 2008 e 2010, contra Remo e PSC, respectivamente. Perdeu nas duas ocasiões, alinhando times até superiores ao atual. A diferença é que, nesta temporada, o Azulão demonstra mais confiança em suas próprias forças.

A surpreendente eliminação do PSC dentro do Mangueirão na semifinal deu ao time de Mathaus Sodré a solidez emocional que faltava. A partir daí, o Águia passou a ter consciência de que vencer o campeonato não é um sonho impossível.

Na abertura da decisão, em casa, o time respondeu positivamente, derrotando o Remo por 1 a 0 (vídeo acima) em partida dura e equilibrada. Ao mesmo tempo, na Série D, o time vem empreendendo uma campanha bem-sucedida, com vitórias e atuações convincentes.

Para encarar o Remo hoje, diante do Fenômeno Azul, no Baenão, a preocupação de Sodré é não permitir que o time ceda à previsível pressão do adversário e se encolha demais. Por essa razão, a escalação esboçada após o último treino é no 4-3-3 ofensivo que o Águia vem utilizando.

Há também a expectativa no papel do centroavante Luan Parede no jogo aéreo, reconhecidamente uma fragilidade do setor defensivo azulino. Acima de tudo, prevalece a consciência de que será preciso jogar e buscar a vitória, mesmo tendo a vantagem do empate.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 26)