Para Gilmar, mídia foi cúmplice da Lava Jato e até hoje não fez mea-culpa sobre a cobertura

Por Victor Gaspodini, no DCM

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou, em entrevista ao programa CB.Poder, do Correio Braziliense e da TV Brasília, que a cobertura midiática sobre a Lava Jato acabou sendo cúmplice dos abusos cometidos pela operação. O magistrado disse, também, que nunca houve “mea-culpa” das empresas de comunicação sobre o assunto.

“Certamente houve um acumpliciamento, uma proteção da própria mídia, tanto é que a mídia se sente envergonhada de falar sobre isso, de fazer uma mea-culpa, mas acho que é hora de ter — vamos chamar assim — um tipo de comissão da verdade sobre isso”, disse Mendes. O ministro afirmou, também, que houve falhas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

“A ser verdade o que se revela, tanta gente que delatou a partir desse tipo de constrangimento, e depois vão se revelando outras coisas. Então, acho que é necessário que isso se discuta, para que não mais se repita. Além de termos de corrigir, também, um outro ponto: precisamos encerrar esse ciclo desse juiz todo-poderoso. Por isso, é importante. O Congresso já deu resposta, hoje está suspenso — foi uma decisão do ministro (Luiz) Fux —, mas eu espero que logo isso se resolva, o ‘juiz de garantia’, porque é fundamental. É dar um passo à frente e resolver essa problemática”, completou o ministro.

Um esquema de rachadinha para Michelle Bolsonaro chamar de seu

Por Ricardo Noblat, no Metrópoles

Diálogos exemplares travados pelo tenente coronel Mauro Cid, então ajudante de ordem de Bolsonaro, com Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro de Silva, assessoras de Michelle. Assunto: o pagamento de despesas da primeira-dama. Michelle usava um cartão de crédito vinculado à conta de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado e sua amiga. Cid pagava a fatura do cartão com dinheiro vivo em uma agência do Banco do Brasil dentro do Palácio do Planalto.

De Cintia para Giselle em 30/10/2020 – “Então hoje essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você. No momento que for despachar com ela, você pode falar com ela assim sutilmente, né? Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, que é que a senhora acha de a gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Para evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor as contas. Pode alertá-la do seguinte: que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema”.

Giselle informa a Mauro Cid que conversou com uma pessoa próxima a Michelle, de nome Adriana, e que a primeira-dama ficou “pensativa”, mas que continuaria a usar o cartão de Rosimary. Mauro Cid então responde:

“Giselle, mas ainda não é o ideal isso não, tá? (o uso do cartão de Rosimary). O Cordeiro conversou com ela (Michelle), tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio [Bolsonaro, senador]. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas”.

“Se ela perguntar para você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente.”

“O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle”.

Em novo áudio para Giselle, em novembro do ano passado, Mauro Cid comenta ainda a propósito do cartão:

“E isso sem contar a imprensa que quando a imprensa caiu de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça? Pode. Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona”.

A troca de áudios indica que o esquema evitava transferências bancárias e fazia pagamentos sempre em dinheiro vivo. Em conversa de 8 de novembro de 2021 com Osmar Crivelatti, militar subordinado a Mauro Cid, Cíntia diz:

“E sobre as flores da Patrícia Abravanel [filha do apresentador de tv Silvio Santos], ela falou que é para o Cid fazer o pagamento. Mas ele tinha me falado na semana passada que quando for esses pagamentos de terceiros, é para a gente pegar o dinheiro com ele e fazer o pagamento por aqui, tá? Então eu vou pedir a ele para sacar esse dinheiro e peço ao Vanderlei para pegar lá para a gente fazer o… Vai ter que ser feito um depósito, né? No número daquela conta que você me passou, tá?”

De Giselle para uma pessoa identificada como Vanderlei – “Boa noite, Vand e Cintía. PD (Primeira-dama) falou, eu perguntei para ela se ela queria transferir Pix, né? Tanto para Bia. Daí, ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito. Só que ela não falou como conseguiu o dinheiro, se o dinheiro está com ela, se a gente pega na AJO. Não falou, tá? Ela falou que assim não fica registrado nada, vamos fazer depósito. Então a gente tem que começar a ter esse hábito do depósito”.

Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio durante uma operação que investiga fraude em dados de vacinação contra a Covid-19. Na casa dele, dentro de um cofre, a Polícia Federal encontrou US$ 35 mil (equivalentes a R$ 175 mil) e R$ 16 mil em espécie. Quer mais?

Empresa contratada pela estatal Codevasf, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção fez 12 depósitos na conta de um subordinado de Cid, o sargento Luis Marcos dos Reis. O sargento pagou despesas de Michelle.

Lei de autoria de Zeca Pirão estabelece normas para vistorias em prédios de Belém

O final de semana em Belém foi marcado por alguns acidentes que assustaram a população. No sábado (13), cerca de 13 (treze) sacadas desabaram de um prédio localizado no bairro da Cremação e no domingo um incêndio atingiu um apartamento no mesmo bairro. É imprescindível que as fiscalizações sejam constantes para evitar esses tipos de incidentes. Com este propósito o Deputado Estadual Zeca Pirão (MDB), quando desempenhava o cargo de Presidente e Vereador na Câmara Municipal de Belém, apresentou o Projeto de Lei nº 1639/2021 que propunha a alteração do artigo 1° da Lei n° 7.737, que estabelece vistorias em prédios pela Prefeitura Municipal de Belém.

O PL, que foi aprovado pelos parlamentares municipais, sancionado e transformado na Lei nº 9.777, de 24 de maio de 2022, estabelece que a Prefeitura Municipal de Belém, através de um órgão competente procederá vistoria técnica a cada 10 (dez) anos em prédio novos e 05 (cinco) em prédio antigos, tanto em edificações habitacionais ou comerciais, com mais de 02 (dois) andares cuja o “habite-se” tenha 10 anos de expedido ou mais, ocupados ou não, apresentando laudo técnico. Na referida Lei, considera-se prédios novos aqueles que possuam menos de 05 anos de construído.

Segundo o Deputado Zeca Pirão é fundamental fiscalizar os prédios para que eles estejam com a manutenção em dia, “alguns prédios acabam incendiando ou desabando por falta de vistoria adequada e colocam vidas em risco. Com o cumprimento desta Lei acidentes podem ser evitados”, pontuou Pirão.

Economista alerta Lula: cuidado com os traíras

Governo tem bolsominions remanescentes, tucanos infiltrados e esquerdistas vira-casaca

O economista Paulo Nogueira Batista Júnior criticou neste sábado (13) a composição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Posso dizer uma coisa ligeiramente desagradável? Um pouco de fogo amigo já é admissível? O pior é que no governo não há só bolsominions remanescentes e tucanos infiltrados, mas também esquerdistas vira-casacas (ou costeando o alambrado)”, afirmou Batista, sem citar nomes. Na última segunda-feira, 9, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior concedeu uma entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, em que abordou diversos temas, incluindo a política monetária, a situação da Eletrobrás e a influência do identitarismo na política contemporânea.

Sobre a indicação de Gabriel Galípolo para a diretoria de política monetária do Banco Central, Nogueira comentou: “O mercado pressionará Gabriel Galípolo, indicado à diretoria de política monetária do BC, a beijar a cruz”. Com essa afirmação, o economista ressalta a influência do mercado financeiro na condução das políticas monetárias e a pressão exercida sobre os indicados para cargos-chave no Banco Central. Quanto à possibilidade de Gabriel Galípolo assumir futuramente a presidência do Banco Central, Nogueira destacou: “É plausível imaginar futuramente Galípolo na presidência do Banco Central”. 

Em relação à Eletrobrás, Nogueira ressaltou que o governo Lula deve tentar retomar o controle sobre a empresa. “Que história é essa de ato jurídico perfeito na Eletrobrás? Vamos ver se é mesmo” afirmou. Além disso, Nogueira destacou a postura da mídia atual, afirmando que a “mídia hoje defende interesses financeiros escusos”. Ou seja: segundo ele, a mídia tradicional nem sempre age de forma imparcial e pode estar alinhada a interesses financeiros, em detrimento do interesse público.

Leão dá novo vexame, perde para o Amazonas e fica na lanterna da Série C

Com dois gols do atacante Sassá, um em cada tempo, o Amazonas derrotou o Remo dentro do Baenão, na tarde deste domingo, consolidando a boa campanha na Série C e empurrando o Leão para a lanterna da competição. O resultado final de 2 a 1 foi justo, expressando o que o ocorreu em campo. O time baré foi mais organizado e objetivo durante toda a partida. Em dois ataques, marcou dois gols. Foi firme no bloqueio, ocupou espaços e atrapalhou a saída de bola dos azulinos impondo uma marcação alta.

O Amazonas fez com o Remo o que todos os times da Série C têm feito: adiantou as linhas de marcação e não deixou a equipe de Marcelo Cabo tomar conta da partida. Isso já havia ocorrido nos jogos com o São Bernardo e o Botafogo-PB. A derrota se desenhou na metade do primeiro tempo, em cruzamento rasteiro que Sassá escorou para as redes. No começo do segundo tempo, Sassá apareceu entre os zagueiros e fuzilou para as redes.

Com um gol de Muriqui em pênalti confuso (embora o zagueiro amazonense tenha confirmado a falta), o Remo diminuiu a diferença na reta final da partida, mas não teve ímpeto e nem organização para conseguir o empate. Quase sofreu o terceiro gol em dois lances rápidos de contra-ataque do Amazonas, com Sassá e Xavier.

Após a partida, diante das vaias da torcida azulina, o técnico Marcelo Cabo admitiu que não tinha explicações para o mau resultado. Na prática, nem ele parece entender o que houve entre o time aguerrido e entrosado que atropelou o Corinthians no Mangueirão e a equipe que virou saco de pancadas na Série C.

Apesar dos boatos sobre sua demissão, Cabo segue prestigiado. Quem foi dispensado, na tarde desta segunda-feira, foi o atacante Diego Tavares, um dos reforços que não vingaram com a camisa azulina.

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Em tempo: o blogueiro esteve fora de combate, desde a manhã de domingo, por problemas de saúde. Plenamente recuperado, volto à ativa a partir de hoje.

Dominado pelo bolsonarismo, vôlei “absolve” Wallace e desce ao fundo do poço

Depois de ter lançado uma enquete na internet ameaçando assassinar o presidente Lula, posando com uma escopeta de calibre 12 na mão, o jogador de vôlei Wallace, que havia sido punido com suspensão de cinco anos, teve a pena repentinamente reduzida para três meses! Um acordão firmado entre a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) vai garantir ao bolsonarista-raiz uma espécie de absolvição disfarçada.

Após negociações encaminhadas nos últimos cinco dias, ficou acordado que a CBV pagará uma multa (simbólica) ao invés de ser suspensa por conivência pelo Conselho de Ética do COB e que Wallace “aceitará” um gancho de não mais que 90 dias, que não terá aplicação prática, já que começará e terminará durante o período de férias dele.

Wallace, na prática, ganhou um bônus pelo ato de intolerância e incentivo à violência contra a maior autoridade do país. Ficará tudo por isso mesmo, como se ele não tivesse cometido um crime previsto na Constituição brasileira. O vôlei cava um lugar na hist´oria mais obscura do desporto nacional, fazendo jus à fama de modalidade mais contaminada pela extrema direita.

A enquete que Wallace publicou nas redes sociais, logo após a vitória de Lula, tinha como pergunta a seguinte frase: “Daria um tiro na cara do Lula com essa 12?”.