Bancada feminina de extrema-direita votou contra o projeto da igualdade salarial entre homens e mulheres

O Projeto de Lei da Igualdade Salarial, apresentado pelo governo federal, foi aprovado por ampla maioria na Câmara dos Deputados. Apenas 36 parlamentares disseram ‘não’. Entre eles, dez deputadas. O Projeto de Lei da Igualdade Salarial foi aprovado nesta quinta com um alto percentual de votos “sim” na Câmara dos Deputados. Apenas 36 parlamentares se posicionaram contra o texto, dentre os quais dez são mulheres.

O Partido Liberal (PL), que tem como filiado o ex-presidente Jair Bolsonaro, liberou sua bancada para votar, ou seja, cada deputado poderia escolher livremente seu voto, sem influência da orientação da sigla. Mesmo assim, o PL é o principal partido que aparece na lista de parlamentares contrários ao projeto. Foram 26 filiados, entre os 36 votos “não”.

Confira a lista completa das deputadas que se posicionaram contrária ao PL da Igualdade Salarial:

Rosângela Moro (União-SP)
Bia Kicis (PL-DF)
Carla Zambelli (PL-SP)
Silvia Waiãpi (PL-AP)
Dani Cunha (União-RJ)
Caroline de Toni (PL-SC)
Julia Zanatta (PL-SC)
Adriana Ventura (Novo-SP)
Any Ortiz (Cidadania-RS)
Chris Tonietto (PL-RJ)

Rock na madrugada – Radiohead, “Creep”

Caso clássico de música menosprezada pela banda antes de estourar, “Creep” virou uma referência do Radiohead nos anos 90. Single do álbum de estreia, Pablo Honey (1993), a canção se tornou um tabu dentro do próprio grupo. O guitarrista Johnny Greenwood admitiu que ele considerava a música ruim, quando eles ainda estavam gravando. Ao longo dos shows da turnê de OK Computer (1997), eles já não queriam tocar a música, apesar do apelo das plateias.

Os versos fortes e desesperados remetem aos problemas normais da adolescência, com ênfase na rejeição: “Num mundo perfeito/Eu queria ser especial/Você é especial pra caralho/Mas eu sou uma aberração, um esquisito/Que diabos é que eu estou fazendo aqui/Este não é meu lugar”. Talvez por isso mesmo a canção seja tão adorada pelos fãs.

Apagões (de novo) castigam Leão

POR GERSON NOGUEIRA

A estreia era aguardada com muita expectativa, mas o Remo não se mostrou à altura da importância do jogo. O São Bernardo começou plugado, buscando o gol desde o primeiro lance. E o gol veio aos 4 minutos, em cobrança de falta. Atabalhoados, os remistas levaram mais de 20 minutos para escapar do apagão e do sufoco. O início ruim deu bem a medida do que seria a partida, vencida pelo Tigre por 3 a 1.

O começo do São Bernardo foi avassalador, atacando com até seis jogadores e impondo uma pressão que deixou atordoada a zaga azulina, mais ou menos como fez o Corinthians no confronto de volta da Copa do Brasil. Ao todo, foram seis finalizações, além do gol de Matheus Oliveira em cobrança de falta, aos 4 minutos de jogo.

Mesmo subindo de rendimento na metade do 1º tempo, chegando a ameaçar, o Remo sempre ficou devendo em objetividade. O melhor momento foi a arrancada de Muriqui, aos 35′, quase surpreendendo o goleiro Alex Alves. No fim das contas, o 1 a 0 no placar foi um reflexo cristalino do que havia sido a partida até ali. O São Bernardo extremamente objetivo e o Remo exageradamente parcimonioso.

Na etapa final, quando se esperava uma atitude diferente, com o Remo mais vertical e agudo, o time voltou morno e quem chegou ao gol foi o São Bernardo, em novo apagão defensivo. Todo no ataque, buscando o empate, o Leão permitiu a tabelinha entre Romisson e Léo Jabá pelo lado esquerdo, culminando com um cruzamento perfeito para João Carlos finalizar.

Com a vantagem folgada, o São Bernardo se posicionou atrás, esperando o Remo se movimentar até a entrada de sua área, como se estivesse ciente de que nada tinha a temer. Os cruzamentos seguidos, sem direção, acabaram sendo facilmente neutralizados pela defesa paulista.

Marcelo Cabo fez mudanças na equipe. Colocou Álvaro, Fabinho e os estreantes Kevin e Laranjeira, substituindo Richard Franco, Muriqui, Jean Silva e Leonan. O time até se movimentou melhor, principalmente pelos avanços de Álvaro. Não foi suficiente, porém, para criar ameaça real ao gol de Alex Alves.

O São Bernardo, ao contrário, era sempre letal nos raros contra-ataques. Tranquilo na administração do resultado, esperou o momento certo para dar o bote. Isso ocorreu aos 37’, quando o rápido Léo Jabá recebeu passe preciso de Bruno Santos, entrou na área e bateu cruzado na saída de Vinícius.

A única jogada certeira do Remo veio muito tarde, pelos pés do lateral Kevin, que entrou nos minutos finais. Mostrou desembaraço e pontaria. Acertou um disparo cruzado, que venceu o goleiro Alex Alves, após um desvio do zagueiro Helder.

Estreia ruim e abaixo das expectativas por parte do Remo. A Série C não pode ser vista com indolência. É preciso objetividade e foco. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Time sofre com a velha mania dos passes inúteis

A enganosa posse de bola que o Remo teve ao longo do segundo tempo, principalmente, não pode servir de argumento para uma suposta injustiça no marcador, embora o placar tenha sido um tanto exagerado. O São Bernardo explorou bem uma de suas especialidades, o contra-ataque, mas não foi um time acuado quando a bola esteve com os remistas.

Na prática, o domínio que o Remo apresentou em boa parte do jogo foi ilusório, sem objetivo prático, pois o setor de meio-de-campo não funcionou a contento. Richard Franco, Matheus Galdezani e Pablo Roberto tiveram desempenho opaco, sem construir nada para os atacantes Jean Silva e Muriqui.

Um antigo problema parece ter ressuscitado recentemente no Remo. Em 2021, na Série B, Paulo Bonamigo e Felipe Conceição levaram o torcedor azulino ao desespero com times marcados pelos excessivos toques laterais e bolas recuadas. O Remo de Marcelo Cabo começa a enveredar por esse caminho.

Com a bola em seu poder, desanda a tocar sem profundidade. Parece não gostar do jogo vertical, dos lances insinuantes e agressivos. Mais grave ainda: não parece com fome de gol. É como naquela piada famosa, envolvendo Carlos Alberto Parreira: o gol é mero detalhe.  

Raros foram os jogos em que o Remo bamburrou na produção de gols. Domingo passado, diante do Cametá (como no início do Parazão), ocorreu uma dessas exceções. O time se mostrou sempre agudo, preocupado em fazer gols, sem sossegar um instante sequer.

Nos demais jogos, porém, o Remo consegue ser dominante, troca passes incessantemente, mas não parece vocacionado para ser letal. Diante de um adversário bem encaixado e maduro taticamente, como o São Bernardo, esse tipo de pecado é quase sempre fatal.

Vitória impecável sobre o River consagra o Flu

Não tive tempo de escrever de imediato sobre a espetacular vitória do Fluminense sobre o River Plate, na terça-feira à noite, em jogo válido pela Libertadores. Aproveito a oportunidade para destacar a inspirada atuação coletiva do time de Fernando Diniz, que já havia esbanjado categoria nos jogos contra o PSC pela Copa do Brasil.

Com os cinco gols marcados na zaga de um dos melhores times do continente, o Tricolor carimbou a condição de melhor equipe brasileira na temporada pelo futebol de extrema qualidade que pratica.

Os gols foram brotando naturalmente, a partir dos quadrados que o Flu impôs ao jogo, aproximando setores e fazendo suas estrelas brilharem. Paulo Henrique Ganso, desde o surgimento no Santos, nunca foi tão impecável na maestria dos passes e lançamentos.

Ganso é o arco, muito bem assessorado por Marcelo, e o time dispõe de algumas flechas incendiárias lá na frente. Cano, John Arias, Keno, Kennedy. Os idiotas da objetividade que me perdoem, mas o Flu está se tornando um time irresistível, quase sem defeitos. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 05)