Rock na madrugada – The Beatles, “Two of Us”

“Two of Us” é uma típica canção B-side dos Beatles, composta por Paul McCartney e incluída no álbum Let it Be. É considerada uma das melhores composições da banda pelo ritmo crescentemente suave, harmonias perfeitas e caprichado arranjo de vozes. Originalmente chamada de “On our way home”, era de início uma canção de rock pesado, versando sobre o relacionamento de Paul com Linda McCartney.

Em 24 de janeiro de 1969, ele e a banda reformularam a levada e “Two of Us” virou uma balada rock de altíssimo nível. Lennon deu ideias para os vocais e, na transição para o violão, a música ganhou em suavidade. A versão definitiva foi gravada ao vivo, no Apple Studios, na noite de 31 de janeiro de 1969. Foi este registro que permaneceu como oficial, tanto no filme “Let it Be” quanto no disco do mesmo nome.

Goiás derrota o Papão de novo e conquista a Copa Verde 2023

O sonho do tetracampeonato da Copa Verde ficou pelo caminho. O PSC não conseguiu reverter a diferença imposta pelo Goiás na partida de ida em Belém, por 2 a 0, e acabou derrotado novamente na partida realizada no estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia, na noite desta quarta-feira. O jogo foi mais equilibrado do que no Mangueirão, embora o Goiás tenha ampliado a vantagem logo aos 6 minutos, em cobrança de pênalti. Ampliou para 2 a 0, em nova penalidade, ainda no primeiro tempo.

Na segunda etapa, o PSC voltou mais ofensivo e conseguiu descontar nos primeiros minutos. Bruno Alves aproveitou rebote na área e marcou o único gol do Papão na partida. Depois disso, o jogo ficou mais lento e desinteressante. Com o controle das ações, o Goiás evitou forçar ataques, poupando-se para os compromissos na Série A e na Copa Sul-Americana. No placar agregado, triunfo do Goiás por 4 a 1. No final, a torcida fez uma grande festa no estádio. O Alviverde não conquistava um título há cinco anos.

Xadrez da mídia e do fim do mundo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

PEÇA 1 – A COMPLEXIDADE JORNALÍSTICA

Ontem conversava com meu amigo, o compositor Eduardo Gudin. Ele estava impressionado – e desgostoso – com a cobertura de fim de mundo da mídia. Consiste em definir antecipadamente o diagnóstico e, depois, buscar, no universo multifacetado da política, apenas as peças que ajudem a confirmá-lo.

Tentava encontrar uma explicação, assim como muitos críticos da mídia. Interesses econômicos? Estratégia do dono do jornal? A realidade é um pouco mais complexa.

Às vezes há um excesso de simplificação sobre a maneira como se formam as ondas na mídia, devido à extrema instrumentalização do jornalismo no período do jornalismo de esgoto. 

Mas há muitos fatores em jogo, um dos quais são as ondas, as modas às quais se apegam jornalistas, dentro da competição com outros colegas.

PEÇA 2 – A FEIJOADA JORNALÍSTICA

Em tempos normais, o jornalismo é uma feijoada. Estimula-se uma competição entre colunistas e repórteres, na qual o juiz é o leitor. A equipe produz paio, língua, costela e cabe à direção – o “Aquário” – definir o sabor da feijoada. Às vezes a mistura é mais ampla, às vezes mais restrita. Mas a lógica é a da feijoada, com a restrição de não poder contrariar o paladar da casa. 

Dentro dessa lógica, o jornalista serve a dois senhores: a linha política da casa (a mais decisiva) e o leitor. Quanto mais espaço conseguir junto ao leitor, mas conseguirá impor seu caráter jornalístico à casa.

Há dois níveis de estilo jornalístico: os que tentam contextualizar e entender os fatos; e os caça-likes – que existiam antes mesmo das redes sociais.

Nesse modelo feijoada, os anos 90 consagraram o estilo caça likes do jornalista-populista, com colunistas comportando-se como políticos atrás da aprovação popular. Se o leitor estava indignado com determinado tema, em vez de esclarecer, o colunista se solidarizava com a indignação. Foi e era dos colunistas-indignados. Mas havia espaço para o contraponto.

Depois, abriu-se um longo e tenebroso calvário para o jornalismo, o período de ódio pré-mensalão e pós-Lava Jato, que começa em 2005 e se estende até alguns anos após o impeachment. Abriu-se mercado para o jornalismo de ódio e para a manipulação escancarada de escândalos

Quase todos aderiram, de jornalistas menos talentosos à nata do jornalismo escrito, inclusive atuais recém-convertidos à democracia, muito atuantes hoje em dia, praticantes de um malabarismo conhecido como movimento Agnaldo Timóteo. Cronistas-ternura, como Nelson Motta, aderiram à violência; cronistas inteligentes, como Arnaldo Jabor, aderiram à truculência primária; jornalistas com história tornaram-se dedo-duros; jornalistas com caráter se retraíram.

Esse modelo sobrevive até o momento em que O Globo troca sua direção e expele os cronistas de ódio da fase anterior. O novo padrão passa a ser o jornalista-britânico, moderno nos hábito, conservador na economia e com texto civilizado. O empoderamento do jornalismo de ódio era tão grande, que Augusto Nunes, então na Jovem Pan, chegou a ameaçar de retaliação a direção de O Globo, devido à demissão do colega Guilherme Fiúza. A partir dali, Nelson Motta voltou a ser doçura, os expoentes do período de ódio tornaram-se democratas desde criancinha e a apoteose mental de Augusto Nunes encolheu. 

A UOL foi um caso bem sucedido de entendimento da nova linguagem, da feijoada digital, e de absorção dos melhores quadros expelidos pelo jornalismo impresso, enquanto a Folha minguava na falta de recursos e de imaginação.

Agora, gradativamente a mídia volta ao padrão pré-mensalão, com duas mudanças significativas.

NÍVEL DE INTELIGÊNCIA

A primeira mudança expressiva é a redução nítida do nível de inteligência das redações, fruto de uma geração que se formou no silenciamento degradante do jornalismo de esgoto.

Em um documentário sobre mídia, em preparação, há dois depoimentos de analistas de mídia – Caio Túlio Costa e Eugênio Bucci – apontando para a queda do nível de inteligência das redações.

O que vem a ser? Da feijoada midiática, nasce uma linha editorial, que depende muito do grau de informação do Aquário – não apenas informação sobre fatos, mas sobre o espírito do tempo. Em outras eras, essa informação resultava da interação nas reuniões de pauta, da convivência dos jornalistas na redação e do confronto de posições entre os diversos jornalistas.

No período do jornalismo de esgoto – inaugurado em 2005 -, houve um isolamento cada vez maior do Aquário com efeitos nítidos

Perda de legitimidade em relação ao corpo de jornalistas, pelo enquadramento da pauta em teses esdrúxulas e pela submissão humilhante à linha editorial golpista.
Esse enquadramento favoreceu o carreirismo nas redações, eliminando a criatividade e a competição saudável entre os jornalistas. Os jornalistas sérios se encolheram, os sem caráter subiram.
O período deixou um legado de jornalistas sem caráter público e, pior, sem espaço para questionamentos internos – um dos grandes fatores de arejamento da linha dos jornais.
É significativo o episódio da visita de Maduro (presidente da Venezuela) ao Brasil.

O colunista da Folha, após um período populista, deu-se conta de que seu diferencial é a capacidade analítica. Mas seu aggiornamento não foi acompanhado pelo jornal, por óbvia redução da inteligência da redação.

Um esclarecimento: chamo de caráter público a maneira como o leitor reconhece o jornalista; e caráter privado, o caráter do jornalista no ambiente interno das redações.

O CAÇA-LIKES

Volta-se ao padrão pré jornalismo de esgoto, com a imprensa abrindo espaço para o florescimento do caráter público dos jornalistas. Recria-se a feijoada, uma nova competição mas, agora, o veredito dos leitores é imediato, através dos likes das redes sociais. Imagine-se que nível pode ter uma competição tendo como métricas as likes de Internet.

Aqui, um dia normal de O Globo, o maior jornal do país. 

Ou as mais lidas da Folha.

Mais ainda.

No modelo anterior, havia o hábito da leitura de um jornal diário. O jornal garantia tiragem com as seções mais lights – esporte, cultura, cotidiano -, e preservava política e economia para temas mais pesados. 

Esse hábito permitia uma interação produtiva entre o jornalista e o público. Era possível a mediação, com o jornalista analisando cada medida do governo per si. Elogiando e criticando, o público assimilava os critérios de julgamento, permitindo um jornalismo com menor polarização, embora aproveitado por poucos quadros. 

Agora, além do caça-likes, cada notícia ou nota tem vida própria. O jornalista é julgado instantânea e isoladamente, por cada nota produzida. É o populismo se inserindo por todos os poros da mídia.

Com a notícia escrita fragmentada, o hábito de acompanhamento diário desviou-se para o jornalismo televisivo, os canais fechados. Historicamente, sempre a mídia escrita foi mais profunda que a televisiva. Hoje, em meio ao festival de análises superficiais, é possível encontrar boas análises em uma CNN, no período diurno, ou Globonews – intercalada com o jornalismo de obviedades. São as exceções. Mas nem essas exceções existem na imprensa escrita.

Nesse campo, como definir a cobertura das políticas públicas? Analisar conteúdo, méritos ou vícios, demanda conhecimento, paciência, tempo. E a leitura fica restrita a um público qualificado – mas obviamente minoritário.

Para conseguir likes, há a necessidade de buscar outros modelos de abordagem dos fatos em um novo quadro, de redes sociais, em que não existe privacidade, todas as discussões públicas são reduzidas a papos de boteco e exposição de intimidades das figuras públicas.

Analisar as implicações geopolíticas das viagens internacionais de Lula é restrito a um público de bom nível; já falar da compra da gravata de Lula pela Janja…

PEÇA 3 – O MODELO SÔNIA ABRÃO

O modelo desenvolvido, então, passa a ser o padrão Sonia Abrão, a colunista de variedades. O jornalista trata de explorar detalhes irrelevantes de celebridades, decisões comuns aos leitores, permitindo, pela mediocrização, o fácil entendimento e o fácil julgamento de cada fato reportado. A personalidade pública fica do tamanho e no alcance da capacidade de julgamento do cidadão comum.

A cobertura passa a tatear formas de obter likes, pequenos truques, tics de cobertura que acabam acolhidos pelo Aquário devido ao emburrecimento coletivo das redações.

Alguns dos ingredientes da cobertura atual:

O paradoxo do que não foi feito.

Há um universo amplo de decisões que podem ser tomadas. Qualquer pessoa tem a possibilidade de escolher um leque restrito de decisões – a menos que tenha o dom da ubiquidade. O truque consiste, então, em transformar em notícia a decisão que não foi escolhida.

O princípio do bode expiatório

Consiste em atribuir todos os atos públicos ao Presidente, mesmo que sejam de responsabilidade de instituições autônomas em relação ao Executivo.

Tome-se o exemplo abaixo. A notícia diz que o Tribunal de Contas da União identificou irregularidades 

“O Palácio do Planalto seguiu a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) para dar mais transparência às informações sobre o programa. O pente-fino na gestão Bolsonaro vai de buscas a possíveis irregularidades a uma varredura em cargos de confiança para identificar servidores alinhados com o ex-presidente”.

A manchete atribui a iniciativa ao governo Lula.

Ou o exemplo da votação na Câmara, desfigurando a área ambiental. Foi uma decisão autônoma da Câmara, devolvendo o projeto a Lula – que poderá aceitar ou não as mudanças. Antes que se pronunciasse, desabou uma enxurrada de acusações contra Lula. Essa fuzilaria só acabou nos dias seguintes, quando a própria Marina informou que a responsabilidade era da Câmara e Lula trabalharia para reverter.

O paradigma das negociações espúrias

Lula indicou para o Tribunal Superior Eleitoral dois juristas de renome, professores da mais prestigiada faculdade de direito do país, a do Largo São Francisco. Lá, eles são colegas do Ministro Alexandre Moraes e do ex-Ministro Ricardo Lewandowski.

A jornalista não tem a menor ideia sobre os bastidores da escolha. Mas como os indicados são colegas de Moraes, e o TSE vai julgar Bolsonaro e Zambelli – com alta probabilidade de cassar ambos por crimes óbvios – tira-se a conclusão imediata de que houve barganha. E tal nível de análise ganha a primeira página de um jornal tido como sóbrio.

Incapacidade de entender os jogos da geopolítica

Tome-se a recente visita de presidentes da América Latina ao Brasil. Lula organizou um evento com o presidente da Venezuela, Maduro. Desde os tempos de Hugo Chávez o governo Lula, apesar da enorme ojeriza pessoal de Lula em relação a Chávez, mantinha relações diplomáticas por razões óbvias: a Venezuela era o maior comprador de manufaturados brasileiros e a união dos países da América do Sul confere um peso regional muito maior ao país.

Está certo que não precisaria elogiar tanto o país, mas o que o presidente do Chile, Gabriel Boric Font, ganha em sua cruzada diária contra a Venezuela? Nada. No entanto, criticou Lula e obteve larga repercussão na mídia.

O padrão Gerson Camarotti

Uma partida tem 90 minutos; um governo tem 4 anos. Em ambos os casos, narrativas recheadas de conflitos, disputas, reações. Toma-se, então, uma derrota pontual e trata-se qualquer batalha como se fosse o fim da guerra.

PEÇA 4 – O SONHO E A REALIDADE

Por certo, há inúmeros problemas no governo Lula, de articulação política, de dificuldade para enfrentar o pior Congresso da história. Há o desafio da viabilização da economia, e as dúvidas sobre se o tempo político do arcabouço bate com o tempo político de Lula. E há a necessidade premente de Lula entrar no jogo interno.

Mas há muita coisa sendo feita, sem merecer cobertura da mídia. Não há uma linha sobre políticas públicas, sobre a volta das políticas sociais, sobre o novo protagonismo dos movimentos, sobre avanços na redução dos benefícios fiscais espúrios, sobre a taxação de produtos importados. E sequer se fala sobre os seguidos erros de projeção do Banco Central e do Copom.

Esse clima de derrotismo é típico do complexo de vira-latas que acompanha o país desde a Independência, somado a uma mídia que não consegue se livrar do negativismo que a vem marcando desde a redemocratização. E isso em um país em que a Câmara é chefiada pela pior liderança política da história, pelo representante mais deletério do centrão, por um chantagista reconhecido.

Em vez das críticas a Artur Lira, a cobertura se limita a criticar a possibilidade de uma ação de contenção pelo Supremo.

Líder da UE diz que aprovação de Marco Temporal é “sinal ruim” para o mundo

Por Jamil Chade

Uma das principais líderes no Parlamento Europeu, a deputada alemã Anna Cavazzini, alertou que a aprovação do Marco Temporal na Câmara de Deputados na terça-feira é um “sinal ruim” dado pelo Brasil para a comunidade internacional. Numa declaração nesta quarta-feira, a eurodeputada afirmou:

“A aprovação da Lei do Marco Temporal na Câmara dos Deputados ontem é um desastre para os povos indígenas e sua luta por seus territórios. Essa lei leva a assinatura do lobby do agronegócio, o que tornará o mandato do Presidente Lula mais do que difícil. Ainda há esperança de que o Senado e o Supremo Tribunal Federal impeçam a Lei do Marco Temporal com suas consequências catastróficas para as florestas e os direitos indígenas”.

“Isso também não é um bom sinal para a comunidade internacional, onde os direitos dos indígenas estão no topo da agenda”, acrescentou.

Cavazzini, da ala ecologista, é presidente do Comitê do Parlamento sobre mercado interno e proteção ao consumidor. Ela é ainda vice-presidente da delegação do Parlamento para relações com o Brasil. Em reportagem na semana passada, o UOL revelou como os europeus temiam que, numa onda de aprovações de leis que poderiam enfraquecer a defesa do meio ambiente e de direitos humanos no Congresso Nacional, projetos como o acordo comercial entre Mercosul-UE poderiam ser uma vez mais paralisados.

Mesmo dentro do governo brasileiro, o temor é de que a ofensiva no Legislativo interrompa doações de parceiros internacionais para a proteção ao meio ambiente. Nesta semana, quem também soou o alerta foi o escritório da ONU para Direitos Humanos na América do Sul. Segundo a entidade, “aprovar o projeto conhecido como marco temporal seria um grave retrocesso para os direitos dos povos indígenas no Brasil, contrário as normas internacionais de direitos humanos”.

O chefe da ONU Direitos Humanos na América do Sul, Jan Jarab, disse: “A posse das terras existente em 1988, após o expansionismo da ditadura militar, não representa a relação tradicional forjada durante séculos pelos povos com seu entorno, ignorando arbitrariamente seus direitos territoriais e o valor ancestral das terras para seus modos de viver”.

Conforme o UOL revelou com exclusividade, em 2021, a ONU apresentou ao Congresso Nacional um parecer analisando aspectos do projeto de lei que são incompatíveis com as normas internacionais de direitos humanos. Na, a ONU ainda demonstrou preocupação com outra iniciativa na Câmara dos Deputados (MP 1158), que retira atribuições dos Ministérios dos Povos Indígenas e do Ambiente e a Mudança Climática no tocante a demarcação de terras e outros assuntos.

“O Parlamento brasileiro tem uma responsabilidade fundamental na promoção e proteção dos direitos humanos. Portanto, deve avaliar qualquer medida relacionada aos povos indígenas e o ambiente com o intuito de fortalecer as capacidades do país para proteger esses direitos, e para combater os impactos da mudança climática e o desmatamento”, disse o chefe regional.

Segundo a ONU Direitos Humanos, os povos indígenas e outras comunidades tradicionais no Brasil continuam afetadas desproporcionalmente por ataques e ameaças como o garimpo, a exploração ilegal da madeira, a poluição do ambiente, a desnutrição das crianças e outras formas de discriminação e violência. “A falta de demarcação de terras tradicionais -que não avançou durante o governo anterior- contribui para a deterioração nos direitos destas populações”, disse.

Com apoio da Emater, mais de R$ 1 milhão serão investidos na produção de açaí

Com o apoio dos escritórios locais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) nos municípios de Melgaço e Anajás, 34 agricultores assistidos pelo órgão assinaram projetos de acesso a crédito, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), linha “Floresta”. Os recursos serão liberados pelo Banco da Amazônia para investimento na cadeia produtiva do açaí, totalizando R$ 1.108,443 em projetos de crédito, assinados no último sábado (27), na Câmara Municipal de Breves.

Os beneficiários terão carência de três anos, prazo de sete anos para pagamento com juros de 5% ao ano e quitação de uma parcela anual. “O financiamento vai proporcionar melhoria na cadeia produtiva do açaí por meio do manejo, possibilitando aumento da produtividade de 100 para 400 rasas por hectare, pois com recurso advindo do financiamento eles poderão realizar atividades como limpeza da área, desbaste de touceiras, plantio em áreas descobertas, entre outras ações”, explicou José Nilton Pereira da Silva, engenheiro agrônomo no Escritório da Emater em Melgaço.

Manejo – A Emater proporciona assistência técnica aos produtores de açaí, orientando qual a melhor forma para fazer o manejo do fruto, utilizando técnicas de manejo de baixo impacto desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“Esse crédito vai ajudar o produtor a melhorar de vida por meio do investimento que vão fazer na cadeia produtiva do açaí. Daqui a três ou quatro anos, o investimento começa a surtir efeito. Hoje, eles têm uma produção de 100 rasas por hectare/ano ou safra. Com o manejo, eles passam a produzir uma média de 400 rasas no mesmo hectare, e vão ter um açaizal mais baixo, o que facilita a colheita, e mais próximo da residência porque eles não vão precisar adentrar muito na mata para ir atrás do açaí que não passou pelo processo do manejo”, explicou.

Em Melgaço, os beneficiados são produtores de assentamentos dos projetos agroextrativistas das Ilhas Capital, Melgaço, Galileia e lha Grande do Laguna.

Uma das beneficiadas é a agricultora Valdeli Moura Feitosa, 37 anos, assistida há um ano e quatro meses pela Empresa de Assistência Técnica. “Sou muito agradecida pelo apoio da Emater, por eu ter conseguido este crédito. Com o valor quero melhorar meu açaizal investindo em manejo. Quero produzir mais, e assim multiplicar minha produção”, contou.

No município de Anajás os contemplados com os projetos são agricultores das margens dos rios Alto Anajás, Baixo Anajás e Mocoões.

O começo da redenção

POR GERSON NOGUEIRA

A intensidade que o Remo impôs ao jogo desde os primeiros movimentos impressionou positivamente a todos, até mesmo pela comparação direta com a apagada performance nas quatro rodadas anteriores da Série C. E foi com raça e transpiração que a vitória finalmente veio, pelos pés do atacante Pedro Vitor, principal destaque da equipe na partida.

O primeiro tempo foi todo dominado pelos azulinos, que cercaram a área do Confiança trocando passes em velocidade, mas tendo dificuldades para finalizar. O primeiro chute em direção ao gol ocorreu aos 15 minutos. Pedro Vitor avançou pela direita, deu um corte para o meio e mandou um chute rasteiro, que passou perto da trave.

Com muita briga pela bola no meio-campo, o Remo levava a melhor pela disposição. Aos 23’, um susto: o lateral Lenon arremessou a bola na área e o zagueiro Adryan desviou, acertando a trave esquerda de Vinícius.

Foi o único esboço de ousadia do Confiança. O Remo seguiu apertando e, aos 28’, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Pedro Vitor, que chutou com muito perigo, próximo do gol do arqueiro Gianezini.

A grande chance surgiu aos 30’, quando o Remo subiu em contra-ataque fulminante. Muriqui passou para Rodriguinho e este tocou para Pedro Vitor. Dentro da área, ele fintou o marcador e foi travado quando ia finalizar para as redes.

Logo em seguida, o mesmo Pedro Vitor abriu espaço em frente à área e encaixou um chute pelo alto, no ângulo. Gianezini conseguiu tocar para a linha de fundo. Um minuto depois, Diego Guerra cabeceou por cima da trave. O Remo era só pressão.

Ainda houve tempo, no primeiro tempo, para Rodriguinho cobrar uma falta com esmero e obrigar Gianezini a fazer um pequeno milagre. Mesmo com o 0 a 0 no placar, a torcida aplaudiu a saída do time para os vestiários.

No intervalo, o técnico Ricardo Catalá trocou Jean Silva por Fabinho e o Remo se lançou à missão de buscar a vitória a qualquer custo. Aos 15 minutos, novas mudanças: saíram Pablo Roberto, muito mal novamente, e Lucas Marques e entraram Álvaro e Lucas Mendes.

O gol tão esperado aconteceu aos 17 minutos: Pedro Vitor, deslocado pelo lado direito, caminhou com a bola até às proximidades da grande área e disparou um chute colocado, no canto direito da trave de Gianezini. Um golaço, fortemente comemorado no Baenão.

O cansaço e o posicionamento cauteloso do time fizeram o Remo recuar excessivamente nos minutos finais, permitindo uma meia pressão do Confiança. Aos 40’, em cobrança de escanteio, o zagueiro Salazar desviou e Diego Cardoso completou para as redes. A arbitragem anulou, apontando impedimento.

A partida terminou com o Remo se entregando à marcação, agarrando-se ao resultado positivo e celebrando o apito final como um título conquistado.

Águia e Leão dominam a seleção do campeonato

Axel Lopes; Edilson, David Cruz, Betão e Leonan; Anderson Uchoa, João Vieira e Pablo Roberto; Muriqui, Pilar e Mário Sérgio. Técnico: Mathaus Sodré. Revelação: Ricardinho.

A seleção dos melhores do Campeonato Paraense, escalada acima, tem quatro jogadores do vice-campeão Remo, três do campeão Águia, três do 3º colocado PSC e um do 4º, Cametá.

Uma escolha sem mistérios ante a limitação técnica que a competição apresentou. Foi um torneio de baixo rendimento por parte das equipes. Até mesmo as que se tornaram finalistas tiveram uma trajetória apenas regular.

O Águia saiu-se melhor pela eficiência, conjunto e objetividade nas fases agudas da competição. O Remo foi amplamente superior na fase de classificação, mas caiu vertiginosamente na reta final.

No gol, Axel foi superior aos demais concorrentes. A segurança e a colocação são os seus principais atributos, sem cair na tentação das defesas espalhafatosas. Foi uma verdadeira muralha no gol do Águia, destacando-se também nas disputas de penalidades.

A defesa tem na lateral-direita o bicolor Edilson, que chegou com a competição em andamento, mas conseguiu ficar acima dos demais. O centro da zaga tem a dupla David Cruz e Betão, unindo experiência e combatividade. Betão foi o herói do título, marcando um golaço de bicicleta na final. Na esquerda, o titular é Leonan, pela regularidade.

Na meiúca, o trio Uchoa-João Vieira-Pablo Roberto. Todos tiveram grandes momentos no Parazão, com destaque para Pablo Roberto, autor de algumas das jogadas mais vistosas do campeonato, mas que caiu de rendimento na decisão, acompanhando a derrocada do time azulino.

O ataque une o oportunismo de Pilar (Cametá), a objetividade e o senso de colocação de Mário Sérgio (artilheiro do torneio) e a técnica de Muriqui. Fabinho merece menção honrosa, como vice-artilheiro.

Ricardinho (Remo) é a revelação. Apareceu bem quando lançado por Marcelo Cabo no time mesclado, usado em algumas partidas da competição. Rápido e driblador, é um dos destaques da nova geração. Pena que foi deixado de lado pelo próprio Cabo na fase mais aguda do Parazão.

Mathaus Sodré, jovem treinador que o Águia já conhecia desde 2021, quando foi auxiliar no clube, derrotou profissionais muito mais tarimbados. Superou Márcio Fernandes e Marcelo Cabo, adotando uma estratégia simples e infalível: marcação forte e velocidade nos contra-ataques.

Hora de recarregar as baterias

A coluna entra, a partir de amanhã, em breve recesso, pelas próximas duas semanas, propiciando descanso ao escriba e merecida folga aos pacientes baluartes. Até o retorno. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 31)

Leão conquista primeira vitória na Série C e deixa a lanterna da competição

Com um golaço de Pedro Vitor, aos 17 minutos do 2º tempo, o Remo derrotou o Confiança e conquistou a primeira vitória no Brasileiro da Série C. Com o resultado, o Leão deixa a lanterna da competição, passando a ocupar a 19ª posição, na estreia do técnico Ricardo Catalá. No primeiro tempo, a intensidade do time azulino fez a diferença e garantiu total controle da partida. Pedro Vítor criou três boas situações, mas a bola não entrou. No finalzinho, Rodriguinho bateu falta no ângulo, mas o goleiro Gianezini espalmou para escanteio.

Na etapa final, o Remo seguiu pressionando e buscando o gol, empurrado pela torcida, em grande número nas arquibancadas. Aos 17′, após conduzir a bola até a entrada da área, Pedro Vitor acertou um belo chute no canto direito da trave do Confiança, abrindo o placar. A partida seguiu equilibrada, com um princípio de pressão do visitante, mas o Remo controlou as ações e garantiu a vitória.

PF desmente Damares e informa que já acompanhava movimentação do avião de Josué Bengtson

Com informações do blog de Andréia Sadi, no g1

A Polícia Federal já acompanhava as movimentações da aeronave da Igreja do Evangelho Quadrangular, pertencente a Josué Bengtson, tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), flagrado com 300 kg de skunk no aeroporto de Belém no sábado (27). Após o flagrante, a igreja disse que a instituição havia denunciado a suspeita à PF. Damares reforçou a versão em uma nota pública divulgada em sua conta no Instagram.

“Damares Alves entrou em contato com a família e foi informada que a denúncia à Polícia Federal sobre uma carga suspeita carregada na aeronave foi realizada pelos responsáveis pelo avião, ou seja, pela própria Igreja”, publicou a senadora na noite de segunda (29).

Após a nota de Damares, o blog procurou a PF. Em nota, a corporação disse que a “ação foi realizada a partir de informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da PF”. Nem uma menção à denúncia da igreja, portanto.

Já havia um acompanhamento da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da PF, pela movimentação suspeita com a aeronave, o que levou ao flagrante nesta segunda-feira. Procurada pelo blog nesta terça, a assessoria de Damares informou que recebeu a informação da igreja e que não fará novo pronunciamento.

Veja, abaixo, a nota divulgada pela igreja:

Nota de Esclarecimento

A Igreja do Evangelho Quadrangular recebeu com surpresa a notícia do envolvimento do monomotor Bonanza, de sua propriedade, com carga não autorizada.

Ao tomar conhecimento, imediatamente, a Igreja do Evangelho Quadrangular do Estado do Pará acionou a Polícia Federal, que efetuou a prisão de uma pessoa e apreendeu a carga.

É interesse da Igreja que tudo seja esclarecido e, portanto, reafirma o seu compromisso de colaborar com as investigações.

Atenciosamente,

Igreja do Evangelho Quadrangular

PRECE PODEROSA

A PF esclareceu que o Núcleo de de Polícia Aeroportuária foi responsável pelo início da investigação, após saberem de um carregamento de entorpecente com plano de voo para Petrolina, em Pernambuco. No entanto, o denunciante não foi confirmado pela corporação, porque, segundo a polícia, os detalhes — apurados pelo inquérito aberto — não podem ser comentados enquanto o caso estiver sob investigação.

Neste ano, a igreja evangélica completa 50 anos de fundação no Pará. A primeira Igreja Quadrangular foi aberta em 1973 no bairro do Reduto, em Belém. Ficou conhecida como a igreja da Prece Poderosa. Conforme o site da instituição evangélica, a sede paraense foi fundada por Josué Bengtson, pastor, ex-deputado federal e atual presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

O atual conselho nacional e estadual da Igreja Quadrangular no Pará tem como membro o filho de Josué, Paulo Bengtson. No entanto, a igreja não disponibiliza em suas redes e sites quem é o responsável legal da instituição.