POR GERSON NOGUEIRA

Depois das polêmicas surgidas a respeito das condições do gramado do estádio Parque do Bacurau, Cametá e Remo se enfrentam hoje à tarde pelas semifinais do Campeonato Paraense. A catimba e a troca de farpas integram o arsenal de miudezas que atravancam o progresso do futebol no Pará, mas devem ficar para trás em nome do que realmente importa: bola rolando.
O Remo tem razão em cobrar as melhores condições possíveis para o jogo, válido por uma etapa decisiva do campeonato, mas acabou atropelado pela decisão política de confirmar o Parque do Bacurau, em atenção aos apelos da prefeitura do município.
Para o torcedor local, nada mais justo do que acompanhar de perto a apresentação do time da cidade. O direito é legítimo e claro. O problema está na ausência de cuidados com o palco do jogo, fato que não é exclusividade cametaense. O Parazão teve diversas situações de gramados impraticáveis para a prática do futebol.
O Diogão, em Bragança, castigado pelas chuvas, chegou a ser interditado dias antes da partida entre Caeté e PSC. Itupiranga também teve jogo remanejado em função de alagamentos. O Parque do Bacurau passou incólume a esse rigor, mas não escapou de protestos do São Francisco e da Tuna, que jogaram em condições precárias.
Caso a partida transcorra normalmente, é grande a possibilidade de um confronto empolgante. O Cametá está entusiasmado com a campanha e tem planos de avançar até a final. Dirigido por Rogerinho Gameleira, baseia sua força no jogo coletivo, caracterizado pela velocidade nos contragolpes e na eficiente marcação à frente da defesa.
No Remo, Marcelo Cabo vai poupar Galdezani, Richard Franco e Leonan. Além disso, não terá Pablo Roberto, expulso contra o Caeté. A escalação deve ter Uchoa, Paulinho Curuá e Rodriguinho no meio-de-campo, com o ataque considerado titular – Diego Tavares, Muriqui e Pedro Vítor.
Vice-artilheiro do Parazão, o atacante Fabinho é opção para o segundo tempo, depois de duas grandes atuações diante do Caeté. Jean Silva, outro que se destacou, segue como alternativa de jogo, embora mostre mais efetividade que Tavares e Pedro Vítor.
Com a cabeça dividida entre a semifinal e o chamado “jogo do ano” contra o Corinthians, na próxima quarta-feira (26), o Leão terá que se cercar de cuidados para resistir à pressão inicial do Cametá, que costuma ser bastante agressivo dentro do Parque do Bacurau.
Nos dois jogos anteriores disputados no interior do Estado, o time azulino triunfou sobre São Francisco (1 a 0) e Águia (2 a 1). (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
Com simplicidade, Roni “vende” o Pará muito bem
As imagens do atacante Roni enrolado na bandeira do Pará após suas conquistas pelo Palmeiras se tornaram rotineiras. Expressam o carinho de um legítimo caboclo papachibé. Natural de Magalhães Barata, ele não hesita em propagar o amor pelo Estado de origem.
Para nós, paraenses, são gestos que acariciam a alma. São raros os jogadores que primam por essa identificação genuína. Roni faz isso de forma espontânea, razão da crescente admiração de seus conterrâneos.
Fora de combate devido a uma lesão no braço, o atacante marcou presença no programa do Faustão na Band, esbanjando simpatia e encantando a todos com o jeito simples de se expressar.
Ficou emocionado com o depoimento, ao vivo, de Agnaldo de Jesus, que o promoveu a titular quando treinava interinamente o Remo. Apostou no talento do serelepe e hábil ponteiro. Naquele começo de caminhada já expunha a assinatura que ficou famosa: a cambalhota mortal na comemoração dos gols.
Sem disfarçar a timidez, manifestou gratidão a Seu Boneco e a todos que contribuíram para que acumulasse a confiança necessária para seguir em frente, depois de uma desistência na primeira tentativa na base remista.
Fiel às origens, sem qualquer sinal de pavulagem, ensinou didaticamente como se toma açaí no Pará e mostrou que está longe de se perder pelos caminhos traiçoeiros da fama. Que bom.
Papão exagera e elenco bate todos os recordes
Ninguém entendeu nada. O PSC havia acabado de recontratar Léo Baiano, que andou por aqui (discretíssimo) há dois anos. De repente, anunciou o desligamento do meio-campista, que nem chegou a treinar com os companheiros. Ao que se informa, Léo desistiu e alegou razões pessoais.
Por vias tortuosas, contribuiu para reduzir a parruda folha salarial do clube. Depois da saída de Léo e Rithely, que foi dispensado um dia antes, o plantel reúne espantosos 47 atletas, duas vezes maior que o elenco de gigantes como o Manchester City, de Pep Guardiola.
Começam os preparativos para os Jogos Abertos
A Secretaria de Esporte e Lazer confirmou a realização dos Jogos Abertos do Pará 2023 (Joapa) e iniciou o cronograma de visita técnica aos municípios que serão sede de microrregiões, na 12ª edição do evento esportivo. Durante o mês de abril, coordenadores da Seel cumprem a fase de vistoria técnica, que já passou por Cametá e agora está em Rio Maria, para que os técnicos observem as condições estruturais disponíveis que o município oferece para os participantes durante a competição.
O Joapa é um evento esportivo promovido pelo Governo do Estado, com seis modalidades do esporte amador, como basquetebol, futsal, futebol de areia, handebol, voleibol e tênis de mesa, com o objetivo de incentivar a prática esportiva em todo o território paraense.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 21)
Torço pela pessoa do Roni, que nunca o sucesso suba sua cabeça, mantendo sempre a simplicidade alçando vôos maiores. Merece!!!