Papão atropela a Águia

POR GERSON NOGUEIRA

Nem parecia uma disputa de quartas de final. O PSC entrou ligado, querendo o gol a qualquer custo. A Tuna parecia travada, sem forças. Não tinha como dar outro resultado: vitória bicolor por 4 a 1 e classificação encaminhada à semifinal do Campeonato Paraense. O placar saiu barato para a Lusa, que tomou os quatro gols no primeiro tempo e só descontou na etapa final, quando o PSC já estava com vários reservas em campo.

O clássico foi completamente diferente dos dois jogos anteriores entre os dois times. O placar magro e o equilíbrio foram substituídos por um ritmo avassalador dos bicolores desde os primeiros minutos. Antes dos 2 minutos, o placar já apontava 1 a 0. Eltinho foi à linha de fundo e cruzou recuado para Vinícius bater de chapa e abrir o marcador.

A Tuna parecia boxeador nas cordas. Não conseguia trocar dois passes certos. O PSC imprimia um ritmo forte, com jogadas pelos lados, com boa presença dos laterais Eltinho e Edilson. O segundo gol não custou muito a sair. Aos 17’, Vinícius Leite aproveitou uma saída horrorosa do zagueiro Dedé e lançou Giovani na área. Este encobriu o goleiro e Mário Sérgio complementou para o fundo das redes.

Confusa na transição, a Tuna só ensaiava atacar quando a bola estava com Juninho, mas era muito pouco para equilibrar a partida. Aos 22’, de lateral para lateral, Edilson cruzou forte para o meio da área. Eltinho desviou no canto direito da trave de Régis, que pulou atrasado. 3 a 0.

O Papão passeava em campo. As jogadas encaixavam, os lançamentos encontravam sempre alguém desmarcado e os ataques se sucediam, sempre perigosos. Antes que o primeiro tempo chegasse ao fim, ainda deu tempo para o quarto gol: Ricardinho lançou bola na área, a zaga rebateu e João Vieira chegou disparando no canto direito.

Disposto a ampliar a contagem, o Papão entrou a todo vapor na etapa final. Logo no primeiro minuto, Geovani chutou em direção ao gol e a bola bateu na mão do zagueiro Edson. Escalado para a cobrança, João Vieira mandou no travessão. Geovani ainda pegou o rebote, mas a zaga rechaçou.

Instantes depois, em cobrança de falta, Fernando Gabriel acertou o travessão de Régis. O PSC não diminuía o ritmo, apesar de uma ligeira melhora no time tunante, que insistia com bolas para Welton e Juninho. Aos 11’, quase saiu o primeiro gol luso. Welthon fez um bonito giro e acertou um sem-pulo. Thiago Coelho afastou para escanteio.

Depois de seguidas tentativas, aos 22’, o gol finalmente veio. Depois de escanteio, Juninho desviou e Welthon apareceu na pequena área para cabecear, descontando para a Tuna.

Mesmo com várias mudanças no time, o PSC continuava a mandar no jogo, aproveitando-se dos muitos erros cometidos pelos tunantes. Luiz Phelipe, que entrou no lugar de Mário Sérgio, perdeu duas boas oportunidades. A Tuna só ameaçava nas bolas aéreas, mas com finalizações ruins.

O clássico terminou do jeito que o Papão queria, com ampla vantagem para a partida de volta, na quarta-feira (19). (Foto: John Wesley/Ascom PSC)

Apesar dos sustos, time B do Leão supera o Caeté

O Remo apostou nos suplentes para enfrentar o Caeté, no sábado à noite, no estádio Jornalista Edgar Proença. O começo não foi lá muito tranquilo. Logo aos 11 minutos, o time bragantino chegou ao gol, após chute cruzado do lateral Thurram, que ainda teve um desvio de PC Timborana.

Com um meio-de-campo inteiramente alternativo – Paulinho Curuá, Rodriguinho e Álvaro –, o Leão tentava se organizar para reagir, mas esbarrava no excesso de erros de passe e falta de pontaria dos atacantes.  

Na frente, pelo lado esquerdo, Rogério era muito acionado, mas não dava sequência às jogadas. Diego Tavares, na direita, buscava o fundo, mas sofria marcação dobrada. 

Em vantagem no placar, o Caeté optou por uma estratégia perigosa. Recuou suas linhas, deixando apenas o centroavante Leandro Cearense no ataque. O Remo passou então a fustigar com jogadas rápidas de Rodriguinho e Álvaro, muito bem na estreia.

O zagueiro Diego Ivo quase empatou aos 19’, aproveitando um corte errado da zaga. Logo depois, Fabinho foi derrubado junto à área. Rodriguinho foi para a cobrança e a bola bateu na barreira. Ele então emendou um balãozinho para Fabinho, que desviou meio de lado, encobrindo o goleiro André.

O empate animou o time azulino, que seguiu insistindo em busca da virada, com jogadas rápidas, que levavam muito perigo. Aos 39’, a zaga do Caeté errou na saída e Álvaro recolheu a bola, acionando Rodriguinho. O meia entrou na área e cruzou rasteiro para Fabinho finalizar.

Com 2 a 1 no placar, o Remo voltou para o segundo tempo mais tranquilo, procurando controlar o ímpeto do Caeté, que se mantinha recuado. Um cochilo, porém, permitiu novo empate. Rodriguinho tocou curto para o zagueiro Wendel Lomar e Kauê entrou no lance, avançando com a bola e chutando na saída de Vinícius.

O gol trouxe novas emoções à partida. O Caeté voltou a acreditar e o Remo aumentou o ritmo em busca da vitória. Marcelo Cabo fez várias mexidas. Colocou Uchoa, Jean Silva e Henrique para dar fôlego ao time. Funcionou bem com Jean, que se tornou o principal jogador de ataque, explorando o lado esquerdo.

Ronald entrou logo depois juntamente com Kanu e o Remo apostou tudo no jogo de pressão. Aos 34’, Jean Silva chegou junto à área e cruzou para Ronald concluir para as redes. O segundo gol do atacante depois do longo período de inatividade.

Aos 46’, ainda com o Remo todo no ataque, Jean Silva repetiu a jogada e Kanu se antecipou à defesa, mandando pelo alto e ampliando o placar.

Vitória justa, mas suada e sujeita a sustos. A vantagem de dois gols é expressiva, mas não dá total tranquilidade ao Leão para o segundo jogo. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 17)

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