Em grande noite, Leão despacha S. Raimundo e está na semifinal da Copa Verde

Com um jogo de aplicação e intensidade, o Remo derrotou o São Raimundo-RR por 3 a 0 e se classificou para as semifinais da Copa Verde. A partida, disputada na noite desta quarta-feira no Baenão, teve público superior a 14 mil espectadores, que se dedicaram a incentivar o Leão do princípio ao fim da partida.

O Remo precisava vencer por dois gols de diferença para se classificar e conseguiu o placar que buscava ainda no primeiro tempo, com gols de Richard Franco (aos 5 minutos) e Muriqui (aos 33′) em jogadas puxadas pelo lateral esquerdo Leonan no lado esquerdo do ataque.

A vantagem técnica azulina era acentuada e as chances foram se acumulando, mas no segundo tempo, entre os 20 e os 35 minutos, o visitante chegou a ensaiar uma reação. Panda cobrou uma falta com grande perigo, mas, aos 46′, Jean Silva marcou o terceiro gol remista e garantiu a festa do Fenômeno Azul no Baenão.

Lula e Moro: o mal é o que sai da boca

Por Rudolfo Lago – Congresso em Foco

No final da década de 1970, Baby Consuelo e Pepeu Gomes apareceram em um festival de música e acabaram censurados pela ditadura militar, com uma canção que, no entendimento da censura, faria apologia ao uso de maconha. Baby e Pepeu faziam versos de duplo sentido. “Você pode fumar baseado/ Baseado em que você pode fazer quase tudo”, diziam os versos.

Certamente, a censura estava errada no cerceamento da liberdade de expressão, mas provavelmente certa na interpretação que fez. Melhor ficar longe dessas ilações. Mas principalmente a canção dizia que o mal “não é o que entra pela boca”. Dizia, inclusive no título: “O mal é o que sai da boca do homem”.

Os versos vêm à memória diante da maldosa tentativa nas redes sociais de associar o que disse o presidente Lula na entrevista que concedeu na terça-feira (21) ao site Brasil 247 com a notícia publicada na manhã desta quarta-feira (22) de operação da Polícia Federal que prendeu integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que planejavam assassinar o ex-juiz e ex-ministro e agora senador Sergio Moro (PR). Não há a menor dúvida de que qualquer associação sobre os dois fatos é, como disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, “mau-caratismo”. Mas, como diziam Baby e Pepeu, “o mal é o que sai da boca”.

Por mais que Lula tenha suas legítimas razões de sentir imensa mágoa do  período em que ficou preso após ser condenado por Sergio Moro, Lula agora é o produto de uma eleição apertadíssima, ocorrida em um tempo de profundo ódio que ainda não cessou. Nesse processo, ele pode até ter interpretado que a parcela mais radical que faz oposição a ele jamais será conquistada. O que, porém, não deveria autorizá-lo a alimentar esse ódio. A colocar mais lenha na fogueira.

Na entrevista ao Brasil 247, Lula disse aos jornalistas que, enquanto estava preso, repetia o seguinte mantra: “Só vou ficar bem quando foder o Moro”. Bem, se Lula puder obter o que desejava sobre Moro, não há chance maior do que no exercício da presidência da República. Um dia depois de Lula declarar isso, descobre-se que o PCC tinha um plano de assassinar Moro, de acordo com a investigação da Polícia Federal.

Vivemos tempos de fake news. Tempos em que distorções, ilações e frases e situações fora de contexto muitas vezes ganham mais velocidade e credibilidade do que aquilo que efetivamente acontece. É o que começou a se dar nas redes sociais depois da frase de Lula e da notícia da investigação.

Antes desse episódio, já era voz corrente na Esplanada dos Ministérios que Lula vem falando demais. E não apenas ele. Depois de tudo o que aconteceu, após a era Bolsonaro e o retorno da esquerda ao poder, parece haver um sentimento de pressa em recuperar o tempo perdido. E é nisso que mora o perigo.

Na entrevista, logo depois da sua fala, Lula ainda tentou consertar pedindo: “Depois vocês editam isso”. Impossível editar. A entrevista era ao vivo. Além da infelicidade, Lula demonstrava mais uma vez ali não entender muito bem como funciona esse novo mundo da era digital.

Ele, porém, não parece ser o único que demonstra essa pressa. A mesma pressa está na tentativa do ministro da Previdência, Carlos Lupi, de baixar na canetada os juros dos empréstimos consignados para aposentados. Mesmo os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – reagiram acabando com os consignados e o governo viu-se obrigado a recuar. Ou seja: pressa, decisão tomada sem a devida reflexão anterior. Por melhor que fosse a intenção.

Também pode ser a pressa a explicar a disputa pública entre a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Se Gleisi imagina que a sua pressa em retomar projetos sociais é atrapalhada pelo arcabouço fiscal proposto por Haddad ou o retorno dos impostos sobre combustíveis, não ajuda muito a Haddad ou ao governo fazer esse debate publicamente como vem fazendo.

Se Lula pretendia usar o arcabouço fiscal como uma sinalização ao Comitê de Política Monetária (Copom) de preocupação fiscal que ajudasse à tomada de uma decisão mais favorável com relação à taxa de juros, a briga pública atrapalhou isso. O arcabouço ficou para depois da viagem à China.

Aliás, quem inventou chamar esse negócio de arcabouço fiscal? Nome mais feio, impossível. Na armadilha da briga pública, o arcabouço virou calabouço…

Leão encara missão de risco

POR GERSON NOGUEIRA

Todo mundo sabe que o Baenão vai receber lotação máxima, como na decisão de vaga na Copa do Brasil contra o São Luís-RS. A torcida não foge de momentos decisivos e está particularmente empolgada com a campanha que o time de Marcelo Cabo faz na temporada – são 11 jogos e 10 vitórias. A única derrota foi justamente diante do adversário desta noite, o São Raimundo, de Roraima.

É o que torna o confronto mais difícil e perigoso para os azulinos. O São Raimundo entra com a vantagem de 1 a 0. Joga pelo empate e, caso o Leão não consiga os dois gols de diferença necessários para a classificação direta, terá que passar pelo sempre tortuoso caminho das penalidades.

O São Raimundo do primeiro jogo não se destacou por qualidades técnicas capazes de assustar o Remo de Marcelo Cabo, mas impressionou pela disciplina tática e a capacidade de impor uma marcação forte.

Fez o gol, belíssimo, e se dedicou a passar o resto da partida atrapalhando os passos do visitante. Deu certo. É verdade que foi uma noite de baixo rendimento dos azulinos, que não se mostraram inspirados para buscar o empate. Foram criadas apenas duas chances, o que dá bem a medida do nível de dificuldades que o São Raimundo impôs ao Remo.

As más condições do campo do estádio roraimense tiveram certa influência no repertório de problemas do Leão naquela noite, conforme avaliou o técnico Marcelo Cabo, mas é fato que a derrota não se deveu unicamente pelos buracos e montinhos do gramado.  

Faltou transição ofensiva e a participação dos laterais foi pífia. Isso obrigou o Remo a ficar cruzando bolas na área e a centralizar muito as ações, o que facilitou as coisas para o aplicado São Raimundo.

Para hoje, o time titular do Leão tem a obrigação de mostrar uma atuação mais ajustada, com ênfase nas iniciativas ofensivas. O sistema segue o mesmo desde o início da temporada. Será preciso, porém, que o ataque funcione bem e tenha o suporte do meio-campo e dos alas.

Já refeito de um longo período no departamento médico, o atacante Muriqui deve ser a principal novidade para o jogo. Um dos artilheiros do time, com três gols, ele atuou pela última vez na partida com o Vitória na primeira fase da Copa do Brasil.

Caso seja escalado de cara, Muriqui terá Pedro Victor e Diego Tavares (ou Jean Silva) como parceiros de linha. Se for deixado para o 2º tempo, Fabinho entra como titular, embora tenha sido excessivamente discreto nas últimas apresentações. Outra arma pode ser Rogério, que entrou nos minutos finais contra o Castanhal.

Independentemente da formação, o Remo terá como principal reforço a vibração e o incentivo de sua torcida, sempre extremamente participativa e influente dentro do estádio Evandro Almeida. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Rodada desmembrada diminui gastos dos clubes

Foi um acerto, bastante raro por aqui, a marcação de cinco jogos da rodada final da fase classificatória do Parazão para domingo (26), às 10h, deixando apenas o clássico Re-Pa para o dia 9 de abril, data da reinauguração do estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão).

A medida, que não afeta nenhum item do regulamento do campeonato, vai evitar que os clubes (principalmente os que forem eliminados) tenham mais despesas com salários, concentração e transporte. Para os padrões do nosso futebol, a decisão surpreendentemente foi rápida e certeira.

Novos tempos da Seleção geram debates e críticas

A provável escalação da Seleção Brasileira para o amistoso com Marrocos, com Ederson no gol substituindo Alysson, que virou quase ocupante vitalício da posição depois de duas Copas do Mundo como homem de confiança do técnico Tite, chama atenção e gera amplo debate nas redes sociais desde ontem, após a apresentação dos jogadores.

Além da presença de um novo goleiro, algumas escolhas do interino Ramón também sofrem questionamentos, sendo que a mais óbvia é sobre o aproveitamento de Paquetá no meio-de-campo. Não é simples explicar como Raphael Veiga, especialista na função, pode ser banco de um jogador confuso e pouco eficiente como Paquetá.

Heranças maléficas do reinado de Adenor, especulam alguns. Na realidade, Ramon talvez queira evitar a utilização de um time 100% modificado contra um adversário que está voando. Marrocos terminou em 4º lugar, mas saiu do Qatar ostentando a condição de sensação da Copa.

O certo é que a partida de sábado (25), que a Band RBA transmite, oferece a oportunidade de se avaliar como o escrete joga sem as figuras carimbadas que dominaram a cena nas últimas Copas, a começar por Neymar.

Ex-azulino e castanhalense são armas do Água Santa

Em meio à profusão de memes na internet tirando onda com o Água Santa, desde já considerado a zebra do século na decisão do Campeonato Paulista, cabe destacar que o simpático time interiorano tem dois jogadores com ligações com o futebol paraense.

Um deles é o meio-campista Igor Henrique, nascido em Castanhal e que há algum tempo milita no futebol do Sudeste. O outro é Lucas Tocantins, atacante que foi titular do Remo na Série B 2021 com bons momentos, sob o comando de Paulo Bonamigo e Felipe Conceição.

Tocantins foi o autor do gol do Água Santa no empate com o Red Bull Bragantino na semifinal paulista. O resultado provocou a decisão por pênaltis, vencida pela equipe de Diadema. E a final do Paulistão terá, portanto, um duelo entre paraenses: Igor Henrique versus Roni. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 22)