Governo fará programa para baixar preço das passagens de avião para aposentados, servidores públicos e estudantes

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, confirmou e detalhou ontem os planos à frente da pasta. França antecipou o programa que deve ser lançado para a venda de passagens aéreas por R$ 200,00. O projeto destina-se a aposentados, funcionários públicos e estudantes. O ministro também comentou as dificuldades envolvendo as concessões dos aeroportos de Natal (RN), Viracopos, em Campinas (SP), e Galeão, no Rio de Janeiro. Segundo o titular da pasta, após pressão do governo Jair Bolsonaro, os concessionários apresentaram cartas renunciando às concessões. Agora, tentam reverter os pedidos e manter a administração dos terminais.

França garantiu que todos os contratos serão honrados, mas apontou dificuldades envolvendo a sétima fase dos leilões, que privatizou o aeroporto de Congonhas, na capital paulista.

Sobre os portos, assegurou que as autoridades portuárias não serão privatizadas, naufragando com os planos do ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que pretendia entregar o Porto de Santos à iniciativa privada. Veja os principais trechos da entrevista:

O presidente declarou que quer ver o pobre viajando de avião. Como isso será possível?

O pedido do presidente Lula é ter mais passageiros e aeroportos, com mais pousos de aviões de carreira. O plano está montado, agora é uma questão de o governo concordar. Será uma revolução na aviação brasileira. A meta é encontrar passagens a R$ 200 (o trecho), R$ 400 ida e volta, de qualquer lugar do país. O que estamos buscando é comprar a ociosidade dos espaços. As companhias brasileiras chegam na faixa de 30 milhões de passageiros, cada uma delas, operando com 78% a 80% de vagas ocupadas. Outras 20% saem vazias. Eu quero essas vagas para as pessoas que não voam.

O governo compraria essas passagens?

Não. Quem vai comprar é o aposentado e o pensionista da previdência. Todos os servidores públicos, com salário de até R$ 6.800, e estudantes. Duas passagens por ano. Cada usuário terá direito a duas passagens por pessoa por ano. Você pode comprar para você e para sua esposa, para você e para o seu filho. Ou seja, duas idas e voltas para qualquer lugar, quatro pernas por R$ 200,00 cada, R$ 800,00 em 12 prestações de R$ 72,00. Essa é a meta. Tira dezembro, janeiro e julho. São 14 a 15 milhões de passagens ao ano por R$ 200.

Mas quem faria a venda, o governo?

Um aplicativo, a Caixa Econômica, ou Banco do Brasil, tanto faz. São pessoas que já tem a renda vinculada conosco, estudantes são a exceção. Temos que encontrar um mecanismo de financiamento. Ajuda a aviação, as pessoas vão poder voar. Lembra aquela história que aeroporto era rodoviária, isso se dá com o crescimento econômico. Melhora a economia vai ter crescimento.

O governo subsidia essas passagens?

Não, a busca é fazer um acordo com as empresas para vender o espaço excedente com o governo intermediando. No fundo isso já existiu. A Caixa Econômica fez isso, muito tempo atrás. Um programa chamado Melhor Viagem, destinado a idosos. Conversei com a presidente da Caixa, acho que vai ser fácil. O que importa é a decisão política e as três (companhias) têm que querer. Nós só temos três: Azul, Gol e Tam, pode ser que alguma não se interesse, mas acho difícil.

Como garantir que o programa seja, de fato, utilizado por esse público?

Você se encaixa com os R$ 200? Porque as empresas não vão querer que você compre a passagem por R$ 200 se você ganha mais que os R$ 6.800. Não é para competir com você mesmo, tem que encontrar o público. Mas não tem banco, não tem financiamento, não tem 1 2 3 milhas. É outro público, nós temos hoje 90 milhões de passageiros, mas só 10 milhões de CPFs que voam. Veja que absurdo, 90 milhões de passagens emitidas por ano, para apenas 10 milhões de pessoas.

O presidente Lula anunciou a construção de cem aeroportos regionais?

Não é construir, é instalar, os aeroportos já existem. O Brasil possui 550 aeródromos. O problema é que não estão preparados para receber aeronaves de passageiros.

Como financiar esses novos aeroportos?

O aeroporto é integração nacional. É a maneira mais ecologicamente correta de integrar o país. Não precisa de estrada, não precisa cortar árvores. Com 1,5 km de pista você liga qualquer lugar do Brasil.

Prefeitura de Belém pede e Lula atende: governo federal libera R$ 25 milhões para a saúde da cidade

A menos 15 dias, repasses do Governo Estadual e do Governo Federal, que totalizam R$ 55 milhões, vão ajudar a Prefeitura de Belém a melhorar a saúde na cidade. Agora, também atendendo a um pedido do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o Governo Lula, por meio do Ministério da Saúde, liberou R$ 25 milhões para o custeio de ações e serviços ambulatoriais e hospitalares de média e alta complexidade em Belém. 

Primeiro, o prefeito de Belém solicitou ao Governo do Estado recursos para ajudar a passar este momento de crise e o governador Helder Barbalho teve a sensibilidade de compreender as dificuldades de caixa da Prefeitura e liberou R$ 30 milhões, no último dia 23. 

Essa boa e mais recente notícia também foi compartilhada nas redes sociais por Edmilson Rodrigues, que pleiteou os recursos junto ao Ministério da Saúde pela recomposição dos valores repassados pela União, e que foram suspensos pela antiga gestão do governo federal. Tudo para fortalecer a Saúde de Belém. Com novos recursos do Ministério da Saúde no Governo Lula, Belém vai recuperar sua capacidade de investimento.

“Isso significa fortalecer a rede pública de saúde, que foi negligenciada pelo governo Bolsonaro. Seguimos firmes no propósito da nossa gestão de levar dignidade e serviços públicos mais eficientes para a nossa população. Um agradecimento especial à ministra da Saúde, Nísia Trindade, que nos recebeu em seu gabinete, em Brasília (DF), na semana passada”, agradece o prefeito.

Os R$ 25 milhões foram liberados pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira, 9, para ações de serviços públicos de saúde no município de Belém. A verba foi oficializada na portaria GM/MS, 234, divulgada no mesmo dia e assinada pela atual ministra Nísia Trindade.

“Estabelece recurso do Bloco de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde – Grupo de Atenção Especializada, a ser disponibilizado ao Estado do Pará e Município de Belém, em parcela única”, traz a portaria. 

Os recursos de R$ 30 milhões do Governo do Estado serão destinados para auxiliar o sistema de saúde de Belém, como na atualização de diversos contratos e na compra de insumos. Ele será dividido em três parcelas de 10 milhões cada. À medida que uma parcela for usada, outra será liberada. (Da Agência Belém)

Galo e Papão iguais até nos erros

POR GERSON NOGUEIRA

Aconteceu de tudo, ontem, em Tucuruí. Os seis gols da partida entre Independente e PSC passam, a princípio, a ideia de um bom espetáculo. Não foi. Houve muita transpiração, mas pouquíssima inspiração. Pior ainda: o excesso de erros de passe e a falta de ideias criativas só acentuaram as fragilidades dos dois times. Poucas vezes, porém, foi possível ver um PSC tão confuso e desestabilizado emocionalmente.

O primeiro tempo foi quase todo favorável ao Independente, que exerceu mais pressão, arriscou mais jogadas ofensivas e acabou premiado com duas penalidades concedidas pela atrapalhada zaga do Papão. Aos 13 minutos, Bocanegra se complicou com a bola, perdeu para o estreante Ameixa e teve que cometer o pênalti. Lopeu cobrou e marcou.

Do lado bicolor, a tentativa de buscar o empate foi tímida. Apenas um cruzamento para Rithely desviar (mal) de cabeça. Aos 22’, outra má notícia para o time bicolor. Danúbio avançou com a bola, entrou na área e sofreu carga do lateral Eric. Nova penalidade, que Bruno converteu, ampliando a vantagem do Independente.

O PSC parecia incapaz de sair da situação de correria imposta pelos donos da casa. Ricardinho buscava organizar o jogo, lançando sempre Bruno Alves. 

Aos 28’, Mário Sérgio finalmente apareceu, desviando um cruzamento de Ricardinho e quase marcando o primeiro gol. Minutos depois, um lançamento na área do Galo fez a zaga se confundir. Mário Sérgio limpou o lance e tocou na saída do goleiro, iniciando a reação do PSC.

O segundo tempo trouxe novas emoções, embora o jogo não tenha melhorado. Logo aos 12 minutos, Bocanegra foi excluído após um segundo amarelo por jogada violenta. Aos 17’, Bruno perdeu boa chance de ampliar. Chutou fraco, nas mãos do goleiro Thiago Coelho.

Bruno Alves foi lançado, entrou na área e acabou derrubado pela zaga. Pênalti para Mário Sérgio cobrar e empatar, aos 19’. Por alguns minutos, o PSC viveu seu melhor momento em campo, ameaçando com um tiro forte de Fernando Gabriel à direita da trave do Independente.

Para complicar as coisas, Genilson recebeu amarelo por reclamação e também foi expulso. Com nove jogadores, o PSC ficou à mercê dos ataques do Galo, que levavam sempre muito perigo.

Para sorte de Márcio Fernandes, o Independente rebater bolas a buscar o quarto gol. Acabou punido com a falha coletiva da zaga no finalzinho com o gol de João Vieira. Dois zagueiros tentaram cortar o cruzamento, dois estavam assistindo e a bola sobrou livre para o arremate do volante do PSC.

Zaga bicolor vive tarde de apagões, vexames e expulsões  

Pela segunda vez em menos de cinco dias, o zagueiro colombiano Bocanegra foi expulso duas vezes. A primeira foi em Manacapuru (AM) contra o Princesa do Solimões, pela Copa Verde. A segunda foi ontem. O mau condicionamento tem sido a explicação para os seguidos vacilos, mas o fraco nível técnico também compromete as atuações do defensor.

Antes de receber o segundo cartão amarelo, Bocanegra havia perdido várias jogadas de combate direto ao ataque do Independente. Mostrou insegurança e intranquilizou a zaga. Acabou por afetar o rendimento de Genilson, que voltava ao time e também recebeu dois amarelos. Flávio, do Independente, também foi expulso. 

No futebol, os erros da defesa raramente são exclusivos dos defensores. No confronto com o Galo, a marcação do meio-campo do PSC também foi muito falha, situação agravada pelas dificuldades nas laterais. O buraco defensivo, porém, requer soluções urgentes por parte de Márcio Fernandes.

Leão crava a 9ª marca na coronha do Colt

Não foi um jogo lá muito interessante. O Remo entrou com o time mesclado e teve o mérito de buscar o gol logo cedo, e conseguir. Jean Silva arrancou pelo lado direito, avançou e chutou em direção ao gol. A bola resvalou num zagueiro e entrou.

O placar favorável tranquilizou, mas ao mesmo tempo acomodou o Remo, que passou a ficar tocando a bola sem maiores preocupações. De vez em quando, Ricardinho avançava e ameaçava, o que empolgava o torcedor, mas as jogadas não eram objetivas e o tempo ia passando.

Em ritmo festivo, pela série invicta na temporada, a torcida acompanhava a partida, mas sabia que a vitória era praticamente certa. O Tapajós se empenhava, sempre puxado por Douglas Lima, mas não chegava a ameaçar a trave defendida por Vinícius.

No segundo tempo, o Remo trouxe Pablo Roberto, Fabinho e Pedro Vítor para reforçar o setor ofensivo. Não deu muito resultado logo de cara, mas serviu para prender ainda mais a marcação do Tapajós lá atrás.

Após uma sucessão de bons ataques, Jean Silva recebeu a bola na intermediária, driblou um marcador e se livrou de outro para bater rasteiro no canto esquerdo de Conrado. Um bonito gol para sacramentar o nono triunfo azulino em nove partidas.

Para o técnico Marcelo Cabo, o jogo serviu para descansar boa parte do elenco para o confronto de quarta-feira pela Copa Verde contra o São Raimundo, bem como para observar melhor alguns dos garotos da base, como Vinícius Kanu, Ely, Ricardinho e Guty.

Todos atuaram bem, mas Ricardinho foi o que mais levantou a massa, com dribles em velocidade e arrancadas rumo à área. Faz lembrar um pouco o estilo de Ronald. Com mais experiência, pode vir a ser boa alternativa para o jogo pelos lados. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 13)