
A linha Sacramenta-Nazaré tinha um tempo de percurso praticamente impossível de cumprir. Por esse motivo, os ônibus pareciam estar permanentemente numa pista de Fórmula 1, correndo furiosamente pelas ruas para não queimar paradas e pegar a famosa canetada dos fiscais.
Andar no Sacramenta-Nazaré, anos 70/80, era um convite à emoção permanente e ao sacolejo interminável. Não era missão para os fracos (muitos evitavam por medo). A pessoa tinha que se segurar com todas as forças, parecia até o famoso tira-prosa, célebre brinquedo do antigo parque de Nazaré.
E na hora que freava então? A alma só faltava deixar o corpo, em meio aos gritos e palavrões dos que tinham sido pisoteados em meio aos deslizamentos pelo corredor do coletivo. Outro item indissociável da mítica linha era o cheiro de óleo queimado. Sujeito entrava cheirando a Lancaster e saía fedendo a combustível.
Os motoristas e cobradores constituíam um capítulo à parte. Motora do Sacramenta-Nazaré parecia ter a chamada licença para matar. Todo santo dia tinha acidente envolvendo ônibus da linha estampados nos jornais.
E ai de quem precisasse pegar o último ônibus da noite. Lotadíssimo, com o condutor pisando fundo até mesmo nas muitas curvas da Ferreira Pena e da Senador Lemos. A sobrevivência pós-viagem era um verdadeiro prodígio, milagre divino.
Isso para não falar das incontáveis panes no percurso. Coisa mais comum do mundo era ver o Sacramenta-Nazaré parado, no prego, e o povo no sol esperando o próximo.
Havia até a lenda de que um burrinho empacou à altura da Presidente Vargas e deitou ali no asfalto, certamente por cansaço. Não havia quem o fizesse levantar. Até que alguém teve finalmente a ideia supimpa: ir no ouvido dele e dizer: “Lá vem o Sacrabala!”. Santo remédio, o animal levantou todo lampeiro e saiu em disparada. Ninguém era doido de ficar na rota de um Sacrabala.
E nem se arriscar na frente do Djalma Dutra, outro ônibus marcado por ocorrências bizarras, quase da mesma cor na lataria e pertencente ao mesmo dono do Sacramenta-Nazaré.
(A partir de um texto nostálgico que circula na internet)
Kkkkkk, que lembrança, era verdade amigo escriba, quando saia da Unama as 11 da noite tinha que pegar o sacrabala na senador lemos, se perdêssemos esse o último só passava a meia noite, era uma aventura, além de ficarmos na parada sujeito a assaltos, quando ele vinha geralmente penso para o lado das portas, já que tinha pelo menos umas 10 pessoas penduradas, aí era o desespero e a diversão, empurrava-mos os que estavam na porta para dentro e deixávamos as mulheres entrarem primeiro, e nós vinhamos pendurados na alça da porta, quando fazia a curva aí era o desespero, rsrsrs os degraus da porta enconstavam no asfalto saindo faísca e motora só dia, segura aí, quando subia aquele viaduto (esqueci o nome da rua) para entrar na almirante barroso, aí era o desespero, parecia que o motora acelerava tudo para o ônibus subir e não parar no meio do caminho, quando descia o viaduto e pegava embalo, geralmente só parava na frente da assembleia paraense, ali descia por volta da 1 da manhã e esperava o cidade nova, para chegar em casa. As vezes nem pagavamos a passagem, mas os cobradores na maioria das vezes já nos conheciam e os motoras também, dávamos os tickets ou dinheiro no outro dia, sem falar que rezavamos para o ônibus não dar prego, rsrsrs isso era normal em todas as viagem os motoras e cobradores não recebiam o dia, aí faziam o arroz do dia e pregavam o ônibus. Kkkkkk que história poder lembrat de tudo isso, éramos felizes e não sabíamos, que aventura vivemos nesse tempo.
Vi vários tombarem (!!!) na curva da tavares bastos com a Rodolfo chermont na marambaia. E olha que já era década de 90!!
De vez em quando ocorriam esses acidentes com o Sacrabala.
Morei no final de linha e entrava pela frente que na época era os q não pagavam (entrada era por trás) estudava no Lauro Sodré e era uma aventura diária, muitas vezes pegava pra da a volta e ter muitas histórias pra contar em casa..pq TD balão tinha acidente, confusão, barraco ,mas eu amava kkkkk
Que bom, amigo Alan. Escrevi a partir do curto comentário de um antigo morador de Belém nas redes sociais e aí fiz o texto colocando minhas próprias memórias. Eu estudava no Colégio Estadual Magalhães Barata (Cemb), no Telégrafo, e pegava o Sacrabala toda noite pra ir e voltar. Uma aventura permanente
Vdd poxa voltei ao tempo.lembro me que eu e a minha finada vó íamos fazer compras no ver o peso, só pegava nos o bendito sacrabala.bons e velho tempo.aprendir muitas histórias, ouvir muitos conselhos e vir choros.tudo isso abordo do nosso famoso sacrabala . parabéns p lembrança e pela matéria
Oi, amigo Jorge. O ônibus era o mais temido e comentado de Belém, justamente pelo excesso de problemas que envolviam a linha, pertencente ao empresário (também polêmico) Augusto Nogueira (não é meu parente).
Que maravilha de lembrança, me fez voltar a minha adolescência e dos tempos da famosa frase “CUIDADO! LÁ VEM O SACRAMENTA”. Excelente matéria.
É verdade, Manoel. Esse alerta equivalia a um último alerta antes do desastre quase certo hahaha
SOMOS DAQUELA ÉPOCA QUE O “SACRABALA” VIRAVA DA ALMIRANTE BARROSO DIRETO PRA TAVARES BASTOS… ERA UM SEMÁFORO DE TEMPO BEM CURTO, POIS PRECISAVA-SE DAR VAZÃO A UM TRÂNSITO INTENSO NA ALMIRANTE BARROSO… QUEM NÃO LEMBRA QTS VEZES ELE ACELERAVA COM TUDO DA PARADA EM FRENTE À ASSEMBLÉIA PARAENSE PARA NÃO PERDER AQUELE RABO DE SINAL E FICAR CERCA DE 2 MINUTOS E MEIO ESPERANDO O PRÓXIMO SINAL ABRIR… ENTÃO O “MOTORA” ACELERAVA E VIRAVA CUNSCARALHO… VÁRIOS COCHILOS DE TRABALHADORES CANSADOS EU VI TERMINAR NESSA ” CURVA DA MORTE”, LANÇADO AO CHÃO DO CORREDOR DO ÔNIBUS, ETERNAMENTE SUJO E BARULHENTO…. ERA UM LOCAL DE ACIDENTE COMUM DA LINHA POR CAUSA DESSE RABO DE SINAL NA ALM. BARROSO…. QTS SAUDADES DO “SACRABALA”.
É interessante que, o proprietário dessas duas, linhas era o presidente do Sindicato e, era médico.
Exatamente, Mário. Talvez por isso mesmo o Sacramenta-Nazaré abusasse tanto das regras.
Morava no Bairro do Telégrafo na altura da Magno de Araújo e ele era um dos ônibus que servia para mim também. Estudava no Colégio da Universidade Federal do Pará na São Jerônimo e descia na Senador Lemos. Ele era rápido, tremia todo e fazia muito barulho. Adorei ter tido essa experiência. Kkkkkkkk
Amiga Eliana, acho que temos hoje espalhados pelo Pará vários sobreviventes das viagens no Sacrabala rsrs