Com dois gols marcados por Jean Silva, que finalmente desencantou, o Remo derrotou o Tapajós e cravou sua 9ª vitória na temporada, uma campanha 100%. Em partida realizada na noite deste sábado, no Baenão, o Leão fez um jogo tranquilo, utilizando um time mesclado. O primeiro gol surgiu logo nos primeiros minutos, em avanço de Jean pelo lado direito do ataque. Na etapa final, Jean fechou a contagem com um belo lance individual e finalização certeira no canto esquerdo do gol defendido por Conrado.
No Campeonato Paraense, o time azulino atingiu 18 pontos, ampliando a vantagem na classificação. O Águia de Marabá é o segundo colocado, com 13 pontos, após vencer o Caeté (2 a 0) na tarde deste sábado. Está um ponto à frente do PSC, que joga neste domingo com o Independente, em Tucuruí.
Releio o que escrevi na morte de Chorão, exatos dez anos atrás, no calor da notícia. Não envelheceu lá tão bem. Acertei mais que errei sobre o que viria na geração seguinte do rock brasileiro. Quem quiser encontrar personagens similares a Chorão em 2023 precisa procurar em outros cantos. Um tanto nos meninos do funk e, saca lá o festerê marrento e o chororô amoroso, em ídolos do sertanejo tatuado. Boys will be boys, principalmente longe dos olhos da crítica.
O texto abaixo foi incluído no meu livrinho “O Dia em que o Rock Morreu”, lançado no ano seguinte. Hoje talvez eu deixasse de fora. Mas não sou quem era em 2014.
Chorão
Por vinte anos o Charlie Brown Jr. esteve nas FMs, rádios pop, rádios rock, nas tevês e festivais. Alguma coisa eles tinham.
As canções eram rock ligue-os-pontos. Conectavam com muita gente. As letras de Chorão eram toscas e sinceras. Ganhavam ressonância e sentido em sua voz malaca. Diziam: sou só um garoto skatista e destrambelhado, procurando um lar e um amor. E nunca encontrarei, sugeriam. Dá dó do cara morrer assim, 42 anos, firme e forte, dinheiro no banco, fãs à beça. Parece overdose. Surpresa, mas se for isso mesmo, surpresa nenhuma. Tem gente que vive como um acidente na bica de acontecer.
Quando a banda apareceu, 1992, já ouvíamos causos sobre os excessos de Chorão. Depois só piorou. Uma coisa é ser rebelde e enfiar o pé na jaca aos 20. Depois dos quarenta, a vida é outra, e cobra.
O Charlie Brown não foi sempre essa autoparódia de hoje. Quando a banda apareceu, era única.
Ninguém mais no Brasil captou essa vibração californiana, praiana-urbana, surf e também skate, relax e tensão, vida boa e vida lôca. Fora tínhamos Sublime, Red Hot Chili Peppers, Urban Dance Squad. Aqui, ninguém, e ninguém seguiu o Charlie Brown.
Eles descobriram um mundo lá fora, recriaram esse mundo aqui dentro, e ali reinaram sem rivais. Era o som moderno da Califa via Santos, muito brasileiro, galinha, eshperto.
A onipresença da banda mexeu com o núcleo dos maiores rivais do Charlie Brown em sua geração, seus antípodas em popularidade e respeito da crítica: Los Hermanos.
Charlie Brown era bermuda, tatoo, zoeira, somos do rock e “vai encarar”? Los Hermanos barbicha, cabecice, instrospecção e ânsia desesperada de aceitação na MPB empoeirada.
Uma banda abraçava a praia, outra lhe dava as costas. Chorão tinha milhões de amigos, Marcelo Camelo e companhia sonhavam com poucos e bons discípulos. Um fez sucesso só de público, outro sucesso só de crítica.
Um dia a língua de Camelo foi mais longe que devia: “esse negócio de fazer comercial para Coca-Cola é um desdobramento da indústria, a gente rejeita esse negócio de vender atitude”. Depois: “o Charlie Brown Jr. é uma banda da qual temos discordâncias estéticas… são precursores deste estilo que combatemos.” E foi aí que Chorão ganhou minha torcida. Porque foi tirar satisfações com Camelo. Deu-lhe um soco no nariz, o que não é bonito, mas fácil entender e, no meu caso, aplaudir.
Camelo processou pela agressão, pedindo dinheiro, o que é menos bonito ainda, pra não dizer invertebrado. Perdeu. Comemorei com Chorão. Los Hermanos sempre pediram uns corretivos. Mais triste que pensar que o Charlie Brown Jr. morre com Chorão, é reconhecer que a banda não deixa herdeiros, enquanto Los Hermanos têm um a cada esquina.
Não é questão de celebrar as melodias, letras ou arranjos do Charlie Brown, tudo muito simples. Mesmo hoje, fundadores quarentões, era uma banda de moleque, bocuda e barulhenta. Isso tem seu valor, mesmo que seja espiritual e não musical, e mesmo que não seja para mim.
Hoje até as bandinhas de moleque são pedantes, ensimesmadas, bananas. O jovem roqueiro de hoje quer ser bunda-mole. Chorão sai da área na hora. O rock brasileiro ficou proibido pra ele.
O governo Lula colocou o país a todo o vapor no trilho do desenvolvimento ao iniciar a retomada de cerca de 14 mil obras, de diferentes áreas, hoje paralisadas no Brasil. Agora, elas serão aceleradas com a plataforma Mãos à Obra, lançada nesta sexta-feira (10). A ferramenta vai monitorar o andamento dos projetos em estados e municípios de todo o país, agilizando sua execução e conclusão.
Segundo o governo federal, uma rede de parcerias será o grande diferencial do Mãos à Obra. Os gestores locais irão coordenar as obras e alimentar a plataforma, com demandas prioritárias nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana, saneamento, habitação – incluindo o Minha Casa, Minha Vida – esporte e cultura. Essas informações serão coletadas e inseridas na ferramenta até o dia 10 de abril, com apoio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
No encontro com ministros e prefeitos em Brasília para também anunciar o reajuste da merenda escolar, o presidente Lula defendeu a retomada do pacto federativo e do diálogo enrede governo federal e estados e municípios.
“Nós queremos que os prefeitos e prefeitas desse país possam participar da execução das políticas públicas. Nós precisamos compartilhar com o que deve ser feito, se é possível investir dinheiro na cidade deles”, afirmou Lula.
“Não é possível imaginar que o Brasil pode ser governado de Brasília sem levar em conta a realidade dos estados e municípios. Esse encontro com prefeitos será uma rotina entre nós, para que possam participar da execução das políticas no país”, assegurou o presidente.
Mais, cedo durante reunião ministerial, Lula já havia dado o tom sobre a importância que seu governo dará para as obras de infraestrutura como alavanca para o crescimento com geração de empregos e renda.
“Dinheiro bom é dinheiro transformado em obra, em melhoria da qualidade de vida do povo, em saúde, em educação e, sobretudo, em emprego, que é o que dá dignidade ao povo brasileiro”, disse o presidente, logo pela manhã, aos ministros. “Nós temos que colocar esse país em funcionamento. A gente não pode ficar chorando o dinheiro que falta, temos que utilizar bem o dinheiro que a gente tem”, cobrou Lula.
“A plataforma foi uma das determinações do presidente Lula para que a gente volte a acompanhar as obras paralisadas para que retomem e a gente não tenha mais que ver o cidadão de cada município olhando para uma obra paralisada, algo que seria super importante, sem continuidade”, explicou a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, durante o lançamento da ferramenta, ao lado de ministros, prefeitos e do presidente Lula.