




O Remo disparou na liderança do Campeonato Paraense ao derrotar de virada a Tuna, na manhã deste domingo, no estádio do Souza. A Lusa abriu o placar com um gol de Welthon depois de duas falhas do zagueiro Wendell Lomar. O Remo insistiu e empatou ainda no primeiro tempo, em cabeceio do garoto Kanu. Ele ganhou a disputa pelo alto e tocou na saída do goleiro tunante.
Depois do intervalo, o Leão assumiu de vez o controle da partida, com troca de passagens e buscando chegar ao gol com jogadas de Soares para os atacantes Jean Silva e Kanu. Logo de cara, em lance rápido de Jean, a bola foi tocada na área e Soares entrou batendo forte para virar o placar. Um belo gol, que deu ainda mais confiança aos azulinos.
Depois de ter escalado Ely na lateral direita e Kanu no ataque, o técnico Marcelo Cabo ainda lançou Renan, Guty, Jonilson, Renatinho e Henrique. Com Pingo e Rony, também formados na base, o Remo teve no total nove jogadores pratas da casa no clássico, poupando todo o time titular para o confronto decisivo de quarta-feira, pela Copa do Brasil, contra o São Luís (RS).
A vitória coloca o Remo com 15 pontos, líder absoluto do Parazão após cinco rodadas.
POR GERSON NOGUEIRA
Desde 2021, quando a Tuna derrotou o Remo na semifinal do Campeonato Estadual, o futebol paraense redescobriu a importância do clássico entre azulinos e cruzmaltinos. Antes, por quase dez anos, a Lusa andou muito longe das disputas diretas com o Leão, até porque esteve fora do Parazão por várias edições seguidas.
Um clássico que contabiliza 514 confrontos (228 vitórias azulinas, 143 tunantes e 142 empates) merece respeito, pois reúne história e tradição. Não era justo que ficasse por tanto tempo numa espécie de bruma do esquecimento.
Em situações desiguais na temporada, os times chegam ao clássico deste domingo com problemas. A Tuna, que só conseguiu uma vitória no Parazão (sobre o Caeté), busca se posicionar melhor na classificação. Além disso, quer superar o insucesso na Copa do Brasil – foi eliminado pelo CSA.
O Remo está invicto há seis partidas, com aproveitamento de 100% e em evolução técnica, após derrotar o Vitória-ES fora de casa e golear o Cametá, domingo, e o Humaitá-AC na última quarta-feira.
Envolvido em três competições, o time de Marcelo Cabo tem mostrado objetividade e boa capacidade ofensiva, com média de quase três gols por jogo. Ainda não apresenta um futebol consistente, mas a cada jogo parece mais confiante e seguro de suas prioridades.
Na Tuna, o técnico Josué Teixeira vive um drama permanente, originado da carência técnica do elenco. Diante do CSA, quando mais precisava de um ataque com variações e presença de área, o time não foi capaz de reagir. A falta de alternativas fez Josué improvisar o zagueiro Dedé como centroavante nos minutos finais da partida.
A notícia boa para a Tuna é que o Remo deverá entrar com um time alternativo, com alterações nas laterais, no meio-campo e no ataque. Rodriguinho, que teve boa presença contra o Humaitá, deve ser o titular do setor de criação. Ronald tem chances de entrar na ponta esquerda.
O fato é que a Lusa tem hoje a oportunidade de quebrar um tabu que já dura incômodos 58 anos. A última vitória sobre o rival no Souza ocorreu em maio de 1965 – 1 a 0, gol de Zé Carlos. Desde então, foram disputados 13 jogos, com 6 vitórias do Remo e 7 empates.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h30, na RBATV. Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião participam dos debates. Parazão, Copa do Brasil e Copa Verde são os temas do programa. A edição é de Lourdes Cezar.
Exemplo de persistência, Roni finalmente chega ao topo
O paraense Roni precisou jogar em alto nível quatro temporadas seguidas para merecer uma convocação para a Seleção Brasileira, topo da carreira para qualquer jogador, espécie de selo de qualidade do futebol. É bem verdade que ele foi chamado para um amistoso contra Marrocos, mas a simples lembrança de seu nome já é uma conquista enorme.
Nascido em Magalhães Barata, Roni é um exemplo perfeito de resistência às dificuldades que todo moleque pobre enfrenta para se tornar profissional. Quase desistiu da carreira, sufocado pelas adversidades e pela falta de apoio. Foi preciso que Walter Lima o resgatasse para reiniciar a caminhada na base do Remo.
A carreira, sempre evolutiva, incluiu passagens pelo Cruzeiro, Náutico, futebol japonês, Atlético-PR e Palmeiras. Encontrou no Palestra um técnico, Abel Ferreira, disposto a aproveitar sua capacidade de atacar em velocidade e a aperfeiçoar o poder de definição. Virou peça fundamental nas duas Libertadores conquistadas pelo clube.
Ouvi algumas vozes reclamando da ausência de Pedro e Gabriel Barbosa na lista de Ramon Menezes. Ora, ambos vivem um momento de baixa no Flamengo e Roni está jogando mais que ambos. Seleção é fotografia do momento, já ensinava João Saldanha.
Quando minutos de acréscimo se tornam objeto de fúria
A bizarrice da semana ficou por conta dos cartolas do Sergipe distribuindo tapas no trio de arbitragem, depois do jogo com o Botafogo pela Copa do Brasil. É claro que perder, principalmente no minuto final, irrita qualquer um, em qualquer esporte. É verdade que, pelas chances criadas, o Sergipe até mereceu ganhar, mas futebol não é um esporte justo, nunca foi.
O gol, momento supremo do futebol, agrada uns e aborrece outros. É assim que funciona. Os turbulentos da noite de quinta-feira demonstraram desconhecer essa lógica natural e imutável do jogo.
Para justificar a fúria decorrente da frustração com o resultado, passaram a questionar o tempo de acréscimo dado pelo árbitro. Deviam se envergonhar, pois oito minutos foi pouco para a quantidade de quedas e simulações durante todo o segundo tempo da partida.
Como o árbitro acrescentou ainda mais um minuto, o mundo desabou. Em nota oficial, o Sergipe soltou uma nota de cunho libertário, mas descabida. Alega que os “colonizadores” levaram a melhor. Nada mais equivocado.
As normas da Fifa, desde a última Copa, recomendam ampliar os minutos de acréscimos. A ideia é garantir ao espectador um tempo mínimo aceitável de bola rolando. Desde que alguns jogos tiveram 15 minutos de acréscimos no Qatar, a iniciativa vem se repetindo pelo mundo. E, ao contrário do que reclama o Sergipe, é uma das melhores decisões da Fifa nos últimos anos.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 05)
Clássico do rock progressivo dos anos 70, “Hocus Pocus” dominou as paradas em 1972/1973. Até então o Focus era uma banda subestimada, sem o mesmo apelo marqueteiro de bandas como Yes e Emerson, Lake & Palmer, mas tão ou mais competente em termos estritamente musicais. Canções como esta atestam a qualidade de seu trabalho. Fundado na Holanda, em 1969, pelo tecladista e flautista Thijs van Leer, o Focus tinha na formação original Cyril Havermans no baixo, Pierre Van Der Linden na bateria e Jan Akkerman na guitarra.
Hocus Pocus surgiu de uma despretensiosa improvisação de Akkerman e Leer em estúdio, em 1971. O título da canção é apenas uma rima brincalhona com o nome do grupo. Combo de rock pesado, psicodelismo, pinceladas de música erudita e até compassos de polca, a música abre o álbum Moving Waves.