
Dia: 20 de fevereiro de 2023
Abram alas para a democracia!
Uma campanha contra Neymar

Do Blog do Menon
Neymar sofreu nova contusão no tornozelo direito. É a sexta no mesmo pé nos últimos cinco anos, o que tem ajudado na queda de seu rendimento. A notícia vem acompanhada de muita incredulidade do torcedor. A proximidade do Carnaval é a causa. Apontam, sem provas, que é tudo fingimento para que ele deixe Paris e desembarque no Brasil.
O comportamento infantil e antiprofissional de Neymar na Copa de 2018, quando caía e rolava em uma comédia grotesco ajuda a criar a desconfiança. Mas há uma campanha televisiva estrelada por Denílson e Vampeta que reforça o estereótipo do jogador brasileiro bom de bola e mais profissional, sempre disposto a inventar uma “fisgada” no Carnaval.
Vampeta é aquele que, referindo-se à sua passagem pelo Flamengo, disse a famosa frase: “eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”. Quanto a Denílson, não me lembro de nenhum caso em que tivesse sido um mau profissional. Esse tipo de campanha reforça preconceitos. Jogadores como Endrick chegam à Europa com uma carga negativa que não merecem.
Mas, o que vale é grana no bolso de ex-jogadores e atuais comentaristas que diminuem a qualidade moral de seus companheiros e aumentam a carga de preconceito sobre todos, mesmo os que não merecem.
CNPQ: Pesquisadores da Ufra são contemplados com bolsa de produtividade em pesquisa

Seis pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) foram selecionados para receber a bolsa de produtividade em pesquisa, na chamada 09/2022 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O edital é um reconhecimento individual e destina recursos à pesquisadores que possuam produção científica, tecnológica e de inovação, com destaque em suas respectivas áreas do conhecimento. Na Ufra, foram contemplados os pesquisadores:
Ana Rita de Lima (Ufra Belém)
Allan Klynger da Silva Lobato (Ufra Paragominas)
Cristian Faturi (Ufra Belém)
Daiany Iris Gomes (Ufra Parauapebas)
Paulo Jorge de Oliveira Ponte de Souza (Ufra Belém)
Thiago de Paula Protásio (Ufra Parauapebas)
Para o professor Thiago Protásio, cuja bolsa está atrelada a linha de pesquisa e projeto “Desenvolvimento tecnológico da produção sustentável de carvão vegetal e lenha na Amazônia: Fase II”, a bolsa contribui diretamente para a difusão do conhecimento para a comunidade científica e sociedade brasileira, especialmente na temática energia da biomassa.
“Fico muito honrado porque é um reconhecimento acadêmico e financeiro. A concessão da bolsa deve-se ao esforço conjunto da minha equipe de discentes de graduação e pós-graduação e pesquisadores parceiros de várias instituições públicas brasileiras e internacionais. É uma excelente oportunidade para que possamos continuar desenvolvendo ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação na UFRA e na Amazônia”, diz o professor, que foi contemplado com a bolsa pela segunda vez consecutiva.
A mesma opinião é compartilhada pelo professor Cristian Faturi, cuja pesquisa visa estudar como as mudanças no uso da terra na Amazônia podem modificar os estoques de carbono orgânico e o nitrogênio do solo e como estes componentes variam ao longo do tempo na floresta, após a derrubada da floresta para implantação de pastagens intensificadas ou após a recuperação de áreas de pastagens degradadas. “A bolsa é um estímulo para o desenvolvimento de novos projetos e a formação de profissionais na pós-graduação, além de ser um reconhecimento do nosso trabalho. O estoque de carbono, por exemplo, tem papel direto no balanço dos gases do efeito estufa e pode mostrar quais os efeitos que as mudanças no uso da terra podem causar”, explica.
Quanta diferença faz ter um governo de verdade
Direto do Twitter
Impunidade alimenta o racismo
POR GERSON NOGUEIRA
O mundo do futebol vai ter que se mobilizar para deter a escalada de ataques racistas a um jogador. Trata-se de Vinícius Jr., que, como na música “Geni”, de Chico Buarque, virou alvo de pedradas, insultos e até ameaças de morte na Espanha, onde empresta seu talento e alegria a um campeonato morno, desprovido de grandes encantos.
Desde que o futebol voltou à normalidade, depois da pandemia de covid-19, Vinícius tem sido frequentemente alvejado pelas hordas de torcedores, sob a complacência das entidades (liga e confederação) que regulam o esporte na Espanha e dos clubes participantes do certame nacional.
No começo, eram gestos depreciativos nas arquibancadas. Os abusos se repetiam e eram relativizados. Como sempre ocorre em situações que envolvem ódio e discriminação, a impunidade se tornou combustível para ofensas cada vez mais pesadas e intolerantes, dentro e fora dos estádios.
Na mídia, houve até quem se voltasse contra as danças de Vinícius na comemoração de gols, como se isso fosse uma provocação aos demais jogadores. Alegação absolutamente sem sentido. O atacante do Real Madrid dança para festejar seus gols, apenas isso. Reage como um brasileiro autêntico, que curte dança e música.
As críticas fizeram com que o movimento racista ganhasse ainda mais força nas arquibancadas com reflexos na disputa em campo. Vinícius passou a tomar pancada sempre que parte para o drible, sob a complacência criminosa dos árbitros espanhóis.
Os lances truculentos são frequentes contra o brasileiro. Açulados pelas torcidas, os adversários sentem-se encorajados a agir assim. Até um brasileiro acertou Vinícius com pontapé sem bola no jogo de duas semanas atrás. Depois, pediu desculpas ao clube e à torcida, mas ignorou a vítima.
Imagens de uma partida recente contra o Mallorca atestam a perseguição covarde. Um torcedor aparece gritando para o brasileiro: “Macaco… é um p… macaco”. No campeonato de 2022, no mesmo estádio Son Moix, em Mallorca, Vinícius teve que ouvir gritos de “vá colher bananas”.
Sem recursos técnicos para deter as arrancadas de Vinícius, pernas de pau se valem da alegação – sem fundamento – de que os dribles do brasileiro teriam a intenção de ridicularizá-los. Fico a imaginar o que fariam com Mané Garrincha, se o Anjo Torto ressuscitasse de repente.
Além de um boneco enforcado, exposto às proximidades do centro de treinamentos do Real, há alguns dias, os inimigos de Vinícius se empenham em criar hinos de cunho racista, em tom cada vez mais ameaçador.
No sábado, a história se repetiu. Hostilidades foram registradas durante a vitória do Real sobre o Osasuna, por 2 a 0. O goleiro Courtois disse à TV que um canto ofensivo foi dirigido ao brasileiro: “Morra, Vinicius”, além de xingamentos até no minuto de silêncio antes do jogo.
“Ele [Vini Jr] foi chamado de ‘filho da p…’ no minuto de silêncio e também cantaram ‘morra, Vinicius’. Ver pais com seus filhos fazendo isso é lamentável. É hora de parar de olhar ao Vini e olhar para as pessoas”, disse Courtois. A pressão, porém, não afetou o desempenho do atacante, que foi um dos melhores do Real na partida.
A questão é que, a cada nova rodada, Vinícius é achincalhado. Não há como suportar tanta ofensa. A intolerável onda neonazista só será contida com a criminalização dos culpados. Até agora, LaLiga e o próprio Real se limitaram a soltar notas de repúdio. É pouco. Com fascistas é preciso ser firme.
Fifa e CBF estão a dever um posicionamento mais claro e determinado. O crime não pode ficar impune. Por outro lado, esperar solidariedade e engajamento é perda de tempo. Alienados, sem personalidade para se manifestar, os astros nacionais irão permanecer calados, deixando Vinícius à mercê da ira dos insanos.
Japiim decepciona e é eliminado em casa pelo Ariquemes
Foi uma ducha de água fria no entusiasmo do torcedor castanhalense. O time paraense estreou na Copa Verde, ontem à tarde, dentro de casa, e foi derrotado pelo Real Ariquemes, de Rondônia, por 3 a 2. Os visitantes foram donos absolutos do confronto, marcando três vezes, com Léo Mineiro, e perdendo várias chances para ampliar.
O Castanhal reagiu no final, encostou no marcador e teve um pênalti em seu favor, mas Jonathan desperdiçou, batendo à direita da trave. A pífia atuação do Japiim é reveladora da fragilidade técnica dos times paraenses neste começo de temporada.
O Campeonato Paraense expõe equipes que apelam sempre para a correria, os chutões a esmo e o rodízio de faltas como recurso nos jogos. O Real Ariquemes mostrou que, com um mínimo de organização, é possível superar um time do bloco intermediário do Parazão.
Apesar de surpreendente, o resultado deve servir de alerta para os demais clubes paraenses envolvidos em torneios regionais e nacionais. Com a inscrição “Socorro, salvem o futebol de Rondônia” estampada na camisa, o Real denunciou a precariedade do futebol rondoniense.
Sem patrocinador, o time veio com apenas cinco jogadores no banco de reservas. Fez um jogo de superação e levou a melhor. Agora, parte para o segundo desafio: enfrentar o Paysandu, quarta-feira, na Curuzu.
Um azulino ilustre rasga a folhinha
A coluna é dedicada a meu mano Edilson, azulino de coração e botafoguense discreto, no berço hoje. Lá de seu refúgio em Tucuruí, ele acompanha tudo sobre o Leão, com olhos sempre críticos. Meus votos de felicidade e muita saúde.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 20)
A frase do dia
“O (Michel) Temer não tem nada de pateta. A chave ao golpear Dilma foi entregar o pré-sal para pagar dividendos acintosos aos acionistas (40% estrangeiros). De quebra, tirou do Brasil a principal ferramenta para indução do crescimento. Num país sério haveria pelotão de fuzilamento”.
Luiz Carlos Azenha, jornalista