
Uma organização criminosa que atuava para manipular resultados de jogos de futebol na Série B do Campeonato Brasileiro foi alvo de operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), nesta terça-feira (14/2). A organização convencia atletas a fraudar partidas. Eles faziam isso, por exemplo, cometendo um pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras ações.
Com essa manipulação, os participantes do esquema conseguiam dinheiro em sites de apostas e os atletas ganhavam parte dos lucros. Estima-se que cada um tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.
O MP acredita que o grupo atuou em, no mínimo, três partidas no final de 2022 e estima que os valores envolvidos no esquema ultrapassem os R$ 600 mil. Estão sendo cumpridos um mandado de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Goiânia (GO), São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ). Nomeada de Operação Penalidade Máxima, a ação é encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O objetivo do trabalho desta terça foi conseguir provas contra o esquema.
Apoiaram a operação as polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, os Gaecos de Minas Gerais e Mato Grosso, do Cyber Gaeco do Estado de São Paulo e do Centro de Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
DESCONFIANÇAS
Várias suspeitas rondam alguns resultados do Brasileiro da Série B nos últimos anos. Em 2021, dirigentes do Remo demonstraram desconfiança quanto ao desfecho das rodadas finais da competição. Um radialista da Rádio Paiquerê, de Londrina, antecipou a colocação final dos times e o rebaixamento do time paraense. Nas últimas rodadas, alguns resultados acabaram por confirmar a previsão. O Remo vencia o Vasco em São Januário por 2 a 1, quando o atacante Vítor Andrade provocou a própria expulsão. Em minutos, o Vasco conseguiu empatar a partida. Uma vitória praticamente salvaria os azulinos àquela altura.
Na última rodada, o Londrina derrotou o Vasco com dois gols obtidos em falhas terríveis da defesa carioca. Em Belém, o Remo ficou no 0 a 0 com o Confiança, com direito a polêmica: um gol do atacante Neto Pessoa foi anulado pelo árbitro Rafael Claus, que não fez a revisão do lance no VAR.
(Com informações do GE e do Metrópoles)
Depois que essas casas de apostas começaram a patrocinar os times de futebol no Brasil, sempre fiquei desconfiado, haja vista, aquelas denuncias que foram feitas nos jogos do campeonato carioca, lembram? Infelizmente no Brasil onde existe a cultura do se dar bem de qualquer jeito e fácil, prevalece o poder do dinheiro fácil que compra tudo. Infelizmente.
As agências de apostas deveriam pelo menos ser mais fiscalizadas, embora estejam por toda parte.
Sem tirar a responsabilidade dos gestores, da comissão técnica e dos jogadores do Remo na fatídica Série B bate-e-volta, pareceu muito estranha aquela situação em que o Leão precisava de um ou dois pontos em vários jogos a disputar, para não cair, e acabou não conseguindo pontuar. Muito estranho mesmo.
O futebol anda flertando no mundo todo com a ilegalidade. No jogo Brentford e Arsenal, a torcida deste empunhava faixa, devidamente recolhida pela segurança, em protesto contra clubes ingleses turbinados por dinheiro suspeito. Levou o gol de empate com jogador do adversário em situação irregular, em que o VAR não traçou as linhas de impedimento que poderiam anular o gol. Hoje, perdeu a liderança do campeonato para o City, na derrota por 3×1, um dos clubes alvos dos protestos, por supostamente ser alavancado por dinheiro suspeito. Há outros nesse balaio inglês.
Muito bem lembrado, amigo Miguel. A jornada do Remo naquelas dez últimas jornadas em 2021 foi recheado de episódios suspeitos, culminando com a expulsão do V.Andrade contra o Vasco e o Rafael Claus anulando gol no Baenão sem consultar o VAR