Com gols de Bruno Alves no primeiro tempo e de Igor Bosel na etapa final, o PSC derrotou o Tapajós na noite desta terça-feira, na Curuzu, assumindo a liderança do campeonato, com 6 pontos e um gol a mais que o Remo. A partida foi equilibrada em boa parte do tempo e o Tapajós perdeu uma grande chance no final do primeiro tempo, com Douglas Lima. No 2º tempo, o time santareno seguiu pressionando, mas em articulação rápida pela direita o Papão chegou ao segundo gol e garantiu a vitória.
Dia: 14 de fevereiro de 2023
Exames mostram que poeta Pablo Neruda morreu envenenado no começo da era Pinochet

Um estudo dos restos mortais do poeta chileno Pablo Neruda revelou que o Nobel da Literatura foi assassinado e morreu envenenado, segundo afirmou sua família nesta segunda-feira. Apesar de suspeitas sobre as circunstâncias da morte do artista terem sempre existido, a posição oficial era a de que o escritor morreu em decorrência de um câncer.
Oficialmente, Neruda morreu de câncer de próstata aos 69 anos no dia 23 de setembro de 1973, 12 dias depois do golpe militar comandado por Pinochet que derrubou o governo do presidente Salvador Allende, de quem o escritor era próximo. Após o golpe, Neruda começou a planejar deixar o país.
O estudo sobre a morte do poeta será publicado nesta quarta-feira. A informação sobre as conclusões da análise foi divulgada nesta segunda-feira por Rodolfo Reyes, sobrinho do chileno.
Segundo Reyes, teste apontaram a presença da bactéria Clostridium botulinum em grande quantidade no organismo de Neruda, o que seria um indicativo de envenenamento. A bactéria é a mesma que produz a toxina causadora de botulismo e foi descoberta primeiro no dente exumado do escritor em 2017.
“Encontramos a bala que matou Neruda e estava em seu corpo. Quem disparou? Descobriremos em breve, mas não há dúvida de que Neruda foi morto por intervenção direta de terceiros”, disse Reyes a agência Efe.
Segundo o sobrinho de Neruda, uma análise feita por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, e da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, determinou que a bactéria não chegou no corpo do poeta após ele ser enterrado.
Há dez anos, um juiz chileno determinou a exumação dos restos mortais do poeta após seu motorista, Manuel Araya, ter revelado que Neruda havia ligado para ele do hospital no qual estava internado. Agitado, o escritor avisou a Araya que havia recebido uma injeção enquanto dormia. Horas depois, Neruda morreu.
Amostras dos restos mortais foram enviadas, então, para serem analisadas em quatro países. O governo chileno já chegou a afirmar, em 2015, acreditar ser provável o envolvimento de terceiros na morte do escritor, em um documento do Ministério do Interior publicado pelo jornal espanhol El País. Dois anos depois, uma equipe de 16 especialistas disse ter 100% de certeza de que Neruda não morreu por conta do câncer.
O atestado de óbito do escritor apontava como causa da morte caquexia, a perda de tecido adiposo e músculo ósseo, em decorrência do câncer que sofria. Especialistas envolvidos chegaram a afirmar que “o atestado não refletia a verdade”. (De O Globo)
MP investiga grupo criminoso que manipula resultados de jogos do Brasileiro da Série B

Uma organização criminosa que atuava para manipular resultados de jogos de futebol na Série B do Campeonato Brasileiro foi alvo de operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), nesta terça-feira (14/2). A organização convencia atletas a fraudar partidas. Eles faziam isso, por exemplo, cometendo um pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras ações.
Com essa manipulação, os participantes do esquema conseguiam dinheiro em sites de apostas e os atletas ganhavam parte dos lucros. Estima-se que cada um tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.
O MP acredita que o grupo atuou em, no mínimo, três partidas no final de 2022 e estima que os valores envolvidos no esquema ultrapassem os R$ 600 mil. Estão sendo cumpridos um mandado de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Goiânia (GO), São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ). Nomeada de Operação Penalidade Máxima, a ação é encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O objetivo do trabalho desta terça foi conseguir provas contra o esquema.
Apoiaram a operação as polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, os Gaecos de Minas Gerais e Mato Grosso, do Cyber Gaeco do Estado de São Paulo e do Centro de Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
DESCONFIANÇAS
Várias suspeitas rondam alguns resultados do Brasileiro da Série B nos últimos anos. Em 2021, dirigentes do Remo demonstraram desconfiança quanto ao desfecho das rodadas finais da competição. Um radialista da Rádio Paiquerê, de Londrina, antecipou a colocação final dos times e o rebaixamento do time paraense. Nas últimas rodadas, alguns resultados acabaram por confirmar a previsão. O Remo vencia o Vasco em São Januário por 2 a 1, quando o atacante Vítor Andrade provocou a própria expulsão. Em minutos, o Vasco conseguiu empatar a partida. Uma vitória praticamente salvaria os azulinos àquela altura.
Na última rodada, o Londrina derrotou o Vasco com dois gols obtidos em falhas terríveis da defesa carioca. Em Belém, o Remo ficou no 0 a 0 com o Confiança, com direito a polêmica: um gol do atacante Neto Pessoa foi anulado pelo árbitro Rafael Claus, que não fez a revisão do lance no VAR.
(Com informações do GE e do Metrópoles)
Governador e empresário estão envolvidos no esquema para inocentar golpistas de 8/01 e culpar o governo Lula
O repórter Marcelo Auler pôs luz em diálogos do Whatsapp de Ibaneis Rocha. Governador afastado do DF ouviu propostas indecentes do empresário Luiz Estevão

Por Luís Costa Pinto
Revelados pelo repórter Marcelo Auler, do Brasil 247, em reportagem publicada na tarde desta segunda-feira, 13 de fevereiro, os diálogos mantidos pelo governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), com o empresário dono do portal Metrópoles, ex-senador cassado por corrupção e ex-detento do presídio da Papuda (onde cumpriu pena por corrupção em contratos de construção civil com o Poder Judiciário), Luiz Estevão de Oliveira Neto, desnudam a origem da construção da versão que tenta responsabilizar a vítima pelo crime cometido pelos bolsonaristas que vandalizaram os palácios que sediam os três poderes da República no última dia 8 de janeiro. A partir da troca de mensagens depreende-se que Estevão açulou Ibaneis a estruturar sua linha de defesa no sentido de dividir responsabilidades pelo terrorismo antidemocrático e vândalo com o Governo Federal que assumira havia apenas uma semana – sobretudo com os ministros Flávio Dino (Justiça) e José Múcio Monteiro (Defesa).
Luiz Estevão já havia protagonizado, em 1992, a construção de uma versão rocambolesca destinada a acobertar um crime que marcou epicamente a História brasileira. Ele foi, junto com o também empresário brasiliense Paulo Octávio Pereira e o então secretário-geral da Presidência, Cláudio Vieira, um dos artífices centrais da “Operação Uruguai”. Nos últimos dias da CPI que apurou as denúncias formuladas por Pedro Collor, irmão do presidente Fernando Collor, que explicitavam os crimes do empresário Paulo César Farias (PC) praticados na Esplanada dos Ministérios, Vieira e os amigos de adolescência e juventude de Fernando Collor, Estevão e Paulo Octávio, assinaram documentos forjados cujo objetivo era fazer parecer que o dinheiro que sustentava a boa vida do clã Collor de Mello era fruto de empréstimos (falsos, verificou-se horas depois de apresentada a versão) obtidos em bancos uruguaios.
A dinâmica de manipulação dos fatos em 1992 e no dia 8 de janeiro de 2023, verificada a partir da troca de mensagens escritas entre o dono do portal Metrópoles (um dos quatro portais de notícias gerais de maior audiência da Internet brasileira), é a mesma. Há mais de 30 anos ele tentou eximir o amigo presidente de responsabilidade nas traficâncias de PC Farias irrigadas com dinheiro de contratos públicos.
Agora, Estevão, cassado em 2000, quando se tornou o primeiro senador brasileiro a perder o mandato por decisão de seus pares em razão das denúncias de corrupção que o envolviam com o ex-juiz trabalhista Nicolau dos Santos Neto, tentou construir argumentos para fazer Ibaneis Rocha se afastar da imputação de culpa por incompetência e omissão nos atos terroristas e no vandalismo contra prédios federais em 8 de janeiro.
Mas, Luiz Estevão não economizou no rol de barbaridades propostas ao governador do DF, que seria afastado do cargo horas depois do diálogo epistolar por aplicativo de mensagens. “O GDF poderia assumir a reparação de todos os danos causados ao Congresso, STF e Planalto. O custo é baixo e o gesto é relevante”, propôs a Ibaneis, que é advogado por ofício e chegou a presidir a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília. O governador desconversou, pois até os estagiários de seu movimentado e bem-sucedido escritório de advocacia sabem que o gesto equivaleria a uma confissão de responsabilidade nos ataques aos prédios dos Três Poderes da República durante o golpe tentado no dia 8 de janeiro.
“Vou ver amanhã como fazer”, respondeu Ibaneis. Naquela mesma noite recebeu a ordem de se afastar do Palácio do Buriti (sede do governo distrital) e foi impedido de manter diálogos com investigados nos atos antidemocráticos por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral. A garimpagem de Marcelo Auler fez com que emergissem à superfície o submundo das investigações brasilienses, ainda, os apertos que as repórteres Andréia Sadi, da GloboNews, e Cátia Seabra, da Folha de S. Paulo, impuseram ao governador do Distrito Federal.
Sem encontrar respostas para as perguntas precisas das jornalistas, Ibaneis foi entregando aos poucos a conexão que tinha com Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro a quem nomeara secretário de Segurança Pública dias antes dos atentados antidemocráticos e que deu ordens desencontradas (inquérito da Polícia Federal e do Ministério Público investiga se comissivamente proposital ou inconsequentemente irresponsável) para o relaxamento da segurança na Esplanada dos Ministérios.
A leitura dos prints de mensagens expostos na reportagem de Auler, um furo do portal Brasil 247, fazem derreter qualquer linha de defesa de Ibaneis Rocha e põe o dono do portal Metrópoles no epicentro da construção de uma versão cara ao bolsonarismo pérfido e vil, que tenta se livrar do rol de crimes que lhes é imputado: a de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros da Justiça e da Defesa seriam corresponsáveis pelos ataques incivis à República e à lisura eleitoral.