Com vitória de Pacheco no Senado, Lula barra ofensiva bolsonarista

Com o apoio do governo Lula, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado para mais dois anos de mandato. Ele venceu a disputa com 49 votos, contra 32 de Rogério Marinho (PL-RN), candidato do campo bolsonarista. Pacheco teve forte apoio do governo Lula que entrou na disputa negociando cargos e acordos para aumentar o placar — após a vitória, ele parabenizou Pacheco por telefone. Até o último minuto, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), articulou ao lado de Davi Alcolumbre (União-AP) para garantir a vitória do senador mineiro.

Após a vitória, Pacheco fez um discurso duro, defendendo a democracia e descartando que haja conciliação com os golpistas que tentaram derrubar a cúpula dos três Poderes nos ataques de 8 de janeiro.

“Pacificação é não se calar diante de atos antidemocráticos. Pacificação é buscar cooperação. Pacificação é lutar pela verdade. Pacificação é abandonar o discurso de nós contra eles e entender que o Brasil é imenso e diverso, mas o Brasil é um só. Pacificação é, enfim, estar do lado certo da História. Do lado que defende o Brasil e o povo brasileiro. Para isso, a polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada do nosso país”.

“Acontecimentos como os ocorridos aqui nesse Congresso Nacional e na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não podem e não vão se repetir. Os brasileiros precisam voltar a divergir civilizadamente. Precisam reconhecer com absoluta sobriedade quando derrotados e respeitar a autoridade das instituições públicas. Só há ordem se assim o fizerem, só há patriotismo se assim o fizerem”.

Pacheco terá uma fatura a ser cobrada pelo governo Lula. Por isso, deve apoiar projetos de interesse do Executivo, como a reforma tributária, e barrar possíveis pedidos de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que podem partir da oposição, reforçada nessa legislatura por ex-ministros de Bolsonaro, como Damares Alves (Republicanos-DF) e Marcos Pontes (Republicanos-SP).

O presidente reeleito deve também dar espaço na Mesa Diretora a partidos que integram o ministério do petista, como MDB, PSD e União Brasil.

Natural de Porto Velho (RO), Rodrigo Pacheco é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC). Foi eleito deputado federal pelo Estado mineiro em 2014 e em 2018 eleito senador. Foi eleito presidente do Senado em 2021 com o apoio do então presidente Davi Alcolumbre (União-AP), do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e de 10 partidos.

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