POR GERSON NOGUEIRA
Não contava pontos, mas valia pela tradição. O centenário clássico entre PSC e Tuna, realizado na manhã de ontem, na Curuzu, teve a equipe cruzmaltina como vencedora. Em jogo pegado, disputado palmo a palmo, a ideia de um teste preparatório para o campeonato estadual caiu logo por terra. Durante os dois tempos, os times se lançaram em busca da vitória com empenho, raça e alguma técnica.
O PSC foi mais presente ofensivamente no primeiro tempo, principalmente através de Bruno Alves e Mário Sérgio. O problema é que a Tuna se fechava bem, jogando num sistema 3-5-2 que dava consistência à marcação no meio-campo e protegia bem a linha de zaga.
O único grande momento da Lusa no ataque foi com Balotelli, que perdeu boa oportunidade depois que a bola atravessou toda a área do PSC.
A saída de Ricardinho, lesionado no tornozelo em disputa de bola normal, alterou os planos do técnico, obrigado a fazer uma substituição logo aos 14 minutos de jogo, o que forçou a entrada (e reestreia) do meia Fernando Gabriel.
Um momento agudo do Papão ocorreu aos 20 minutos, quando o zagueiro Naylhor subiu mais que a zaga tunante e mandou um cabeceio no canto. Jader começou a se destacar ali com uma defesa arrojada. Voltaria a ter trabalho logo a seguir, quando Fernando Gabriel disparou um chute forte da entrada da área. O goleiro foi nela, deu rebote e Mário Sérgio cabeceou, mas Jader saltou e afastou finalmente o perigo.
Depois de perder Ricardinho, o lateral-esquerdo Eltinho também saiu antes do previsto. Foi substituído por Juan Tavares, que estreou na equipe. Samuel Santos e Alex Matos foram outras baixas bicolores no amistoso.
Na segunda etapa, os lances de área ficaram mais esparsos. Vicente perdeu o tempo da bola e desperdiçou um bom cruzamento. O técnico Márcio Fernandes fez várias mudanças, botando o elenco para rodar.
O único gol surgiu nos minutos finais. Uma bola lançada na área foi desviada e caiu nos pés de Scooby, que havia entrado na etapa final. Ele dominou e mandou um chute forte, que ainda resvalou na zaga e atrapalhou o goleiro Gabriel.
A reação da torcida bicolor na Curuzu foi de irritação. Há uma preocupação, legítima, com o desentrosamento do time e a falta de força ofensiva. Márcio Fernandes, nos vestiários, reclamou das jogadas violentas e pediu paciência aos torcedores.

Contra o Mapará, Leão empata terceiro jogo seguido
Não foi um jogo tecnicamente bonito de ver. A correria prevaleceu, facilitada pelo bom gramado do Parque do Bacurau. No final, pesou o desgaste provocado pelo calor próprio da região do Baixo Tocantins nesta época do ano. O Remo, sem Muriqui, poupado, jogou sem muita pressa, mas levou a melhor em boa parte da primeira etapa.
Chegou ao gol em pênalti sofrido por Diego Tavares. Ícaro bateu e marcou, dando ainda mais tranquilidade à equipe. O embate ficou então marcado por erros seguidos na troca de passes, mas o Cametá insistia em chutes de fora da área.
No segundo tempo, poucas mudanças na situação de campo, mas o Remo trocou praticamente o time inteiro, incluindo vários jogadores da base. O nível geral caiu bastante e o cansaço se encarregou de deixar a partida ainda mais aberta.
No final, uma cobrança de falta permitiu ao Cametá chegar ao empate. A bola foi erguida no segundo pau, o goleiro Zé Carlos saiu para a disputa com dois adversários. Rogerinho foi mais rápido e tocou de cabeça para o fundo das redes.
O técnico Marcelo Cabo lamentou que o Remo tivesse cedido a igualdade depois de ter, segundo ele, o jogo controlado. Não foi bem assim. O Remo vencia, mas não desfrutava de tranquilidade e o gol de empate expôs a insegurança defensiva, que já havia se manifestado nos outros empates desta fase de preparação, contra Caeté e Bragantino.
Palmeiras leva taça e duas figuras abusam da empáfia
Na movimentada decisão da Supercopa, sábado, destaque para a boa produção coletiva do Palmeiras, que explorou a inconsistência técnica do Flamengo. Do meio para a frente, o time rubro-negro até se conduzia bem, quando a bola passava por Arrascaeta, Everton e Gerson, mas tinha claros problemas para encaixar os ataques.
O Verdão, ao contrário, fazia o jogo eficiente de sempre. Brigava pela bola e partia de imediato para o ataque, com Dudu e Roni bem abertos. Ágil, o moleque Endrick, mesmo ainda se enturmando com os companheiros, se movimentou bem e confundiu a zaga em muitos momentos.
O penal inicial, contestado pelos palmeirenses, deu a impressão de que o Fla ia mais uma vez vencer sem precisar fazer uma grande exibição. De imediato, o Palmeiras empatou e depois virou, mas se acomodou e tomou o empate. Fez mais um (de pênalti) e cochilou de novo. Aí Gabriel foi lançado e igualou tudo em 3 a 3.
Outro Gabriel, o Menino, que já havia feito um golaço no primeiro tempo, marcou o quarto gol após boa trama ofensiva pela esquerda. Vitória justa, mas que podia ter sido mais folgada se o Palmeiras tivesse aproveitado os vários contragolpes que teve à sua disposição no segundo tempo.
Dois personagens tentaram roubar a cena da forma mais canhestra possível. Gabigol, como de hábito, caprichou no marketing da arrogância, que encanta a massa rubro-negra delirar e enfurece todas as demais torcidas. Já Abel Pereira, técnico palmeirense, ficou jogando para a arquibancada com caras e bocas desnecessárias, tudo no afã de pressionar Wilton Sampaio, que não precisa de pressão para ser ruim.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 30)
PARECE que o campeonato finalmente vai iniciar.