A perda de um grande amigo-irmão

Morreu nesta segunda-feira, 26, o jornalista e publicitário Anselmo Gama. Tinha 73 anos. Estava em tratamento há alguns meses. Era um dos mais queridos profissionais de imprensa e publicidade do Pará. Começou como repórter de O Liberal nos anos 1970. Foi chefe de reportagem durante muitos anos. Fui repórter do jornal nesse período, sempre fomos próximos Passou um período no jornal O Estado do Pará e, posteriormente, entrou para o ramo da publicidade.

Fundou a agência Fax, junto com a esposa, jornalista Socorro Oliveira. Trabalhamos juntos novamente, por oito anos, eu como free-lancer, fazendo matérias para o caderno Negócios, do Diário do Pará, que era editado pela jornalista Darlene Silva na Fax.

A notícia de sua morte, divulgada na manhã desta terça-feira, gerou uma comoção no meio jornalístico paraense. Através das redes sociais, vários colegas e amigos expressaram seus sentimentos em relação a Anselmo, conhecido pela alegria e o companheirismo. Era um homem generoso, ajudou muitas pessoas. Sou um desses amigos a quem ele deu a mão em momentos difíceis.

Uma faceta inseparável de sua personalidade era o bom humor. Emérito contador de causos, ágil nos trocadilhos políticos, jamais vi Anselmo triste ou cabisbaixo. Como disse o amigo Paulo Faustino, o bar do céu acaba de ganhar um frequentador sensacional.

Trabalhei com ele, pela última vez, em 2018, na campanha eleitoral do então candidato Jader Barbalho (MDB), reeleito senador naquele ano. Foi, como sempre, um prazer enorme dividir com ele e com outros profissionais – Zé Paulo, Paulo Faustino e Jacob Serruya – a produção dos programas do senador.

Santareno de nascimento, Anselmo era fã de música popular brasileira e futebol internacional. Adorava viajar, conhecer lugares e desfrutar da companhia dos amigos. Nos últimos anos, fez inúmeras viagens com Socorro à Europa, que tanto apreciava.

Uma referência de respeito

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo, que estreia no Parazão a 21 de janeiro, já tem um modelo a ser seguido na próxima temporada. As atuações empolgantes do Marrocos na Copa do Mundo, fazendo da intensidade na marcação seu principal trunfo para chegar à quarta colocação no Qatar, são as fontes inspiradoras do técnico Marcelo Cabo, segundo suas palavras em entrevistas recentes – a última concedida ao programa Bola na Torre, domingo, na RBATV.

É importante ressaltar que Marrocos chegou longe no Mundial sem estar entre os times mais cotados. O trabalho desenvolvido no país tinha menos de seis meses e a campanha tornou-se, por isso mesmo, espantosa. A ausência de destaques individuais acentuou os méritos do sistema baseado no esforço coletivo. É nessa direção que o técnico remista aponta.

Cabo, que muitos consideram a principal contratação do Remo para 2023, tem crédito. Seus times, principalmente na Série B, sempre foram adeptos do jogo de marcação incessante e a busca pelo controle da posse de bola. Acima de tudo, é adepto do futebol ofensivo e propositivo. Esse perfil agradou em cheio ao torcedor azulino, sem paciência para técnicos excessivamente cautelosos, como Gerson Gusmão na última Série C.

Da teoria à prática, porém, há uma distância considerável. Para colocar em execução esse projeto de ofensividade, Cabo vai precisar de um time dinâmico e de forte movimentação. Os jogadores indicados por ele estão dentro desse critério, embora alguns gerem desconfiança pela idade.

Diego Ivo e Muriqui talvez sejam os nomes mais questionados. Sobre eles, Cabo não faz projeções, mas quem o conhece sabe que aposta alto no rendimento de ambos. O Campeonato Paraense vai ser o primeiro cenário de teste para esses jogadores, principalmente pela maratona de jogos disputados sob muita chuva e em gramados encharcados. Quase ao mesmo tempo, vai acontecer a Copa Verde, objeto de cobiça dos azulinos.

Nas primeiras práticas com o elenco, o técnico priorizou os trabalhos físicos e exercícios táticos, atento às necessidades defensivas e ofensivas que o time terá pela frente nas quatro competições da próxima temporada.

Cabo não parece preocupado. Aposta no médio prazo, certo de que a prioridade é mesmo o Brasileiro. Sobre a competição, ele não admite menos que a conquista do acesso à Série B. Discurso afinado com os sonhos da torcida azulina, até hoje agastada com o vexame de subida e queda em 2021. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Copa do Brasil passa a valorizar mais os estaduais

A CBF anunciou ontem mudanças expressivas na definição de participantes da Copa do Brasil de 2024, dando prioridade às vagas conquistadas nos estaduais do próximo ano. Sai de cena o ranking nacional de clubes, que sempre pautou as escolhas de clubes, para valorizar os regionais. Dos 92 times, 80 sairão diretamente das campanhas nos estaduais.

Rio de Janeiro e São Paulo terão direito a mais vagas, seis cada um. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná terão cinco clubes na Copa. Ao Pará caberá indicar três times com base na classificação do campeonato. Nenhum Estado terá menos que dois participantes, o que dá à competição um perfil mais equilibrado.

Os outros 12 clubes sairão da disputa da Taça Libertadores, da Copa do Nordeste, Copa Verde e Série B. São clubes que só entram na terceira fase.

Fim da Copa não encerra a confusão francesa

O quiproquó envolvendo Benzema e Didier Deschamps na Copa do Qatar está com jeito de pinimba eterna. O treinador sempre teve fama de invocado, o jogador não fica atrás. Se a França tivesse levantado a taça, é provável que o problema caísse no esquecimento. Como perdeu, a própria torcida francesa faz questão de manter vivo o debate.

Depois de especulações sobre inimizades com companheiros de elenco, surgidas às vésperas da final contra a Argentina, jornalistas parisienses asseguram que estrelas como Griezmann e Lloris teriam comemorado o afastamento do centroavante dias antes do início dos jogos em Doha.

E aí, para jogar mais gasolina na fogueira, o agente pessoal de Benzema, Karim Djaziri, questionou ontem o fato do camisa 9 ter sido descartado por Deschamps. Exibiu cópias de exames do jogador e disse que Benzema poderia jogar já a partir das oitavas de final da Copa.

A dispensa ocorreu no dia 19 de novembro, às vésperas da abertura do torneio. A Federação Francesa entendeu que seria necessário um período de três semanas para a recuperação, mas o jogador voltou a treinar com bola no Real Madrid apenas dez dias depois. Dirigindo-se a Deschamps, o agente cobrou: “Por que você pediu a ele para sair tão rapidamente?”

O maior jornal esportivo da França, L’Équipe, noticiou que a rusga surgiu porque o técnico e seus auxiliares achavam que Benzema estava mentindo sobre o seu estado físico, talvez escondendo uma lesão mais séria.

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 27)