POR GERSON NOGUEIRA

Uma final eletrizante, talvez a mais sensacional da era moderna. Com 3 a 3 no placar, a Argentina venceu nos pênaltis e levantou o título de tricampeã do mundo. O jogo foi emocionante do começo ao fim. A Argentina dominou o primeiro tempo, fez 2 a 0, mas caiu de rendimento na etapa final, quando a França reagiu e foi buscar o empate no tempo normal e na prorrogação.
Desde os primeiros movimentos, só deu Argentina. Com categoria e o talento de Lionel Messi, o time alviceleste desfilou em campo. Passes precisos, lançamentos na medida para Di María, Álvarez e o surpreendente MacAllister caindo pela direita. A marcação francesa não encontrava bola. Griezmann e Dembelé completamente perdidos na cobertura pela faixa direita da defesa.
E foi justamente por ali que a Argentina achou o mapa da mina, através de Di María, que recebeu bola junto à linha lateral, driblou Dembelé e entrou na área. O ponta foi atrás e cometeu o pênalti, inteiramente desnecessário porque havia cobertura dentro da área. Messi pegou a bola e executou a cobrança, aos 21 minutos. Argentina 1 a 0.
Era pouco. O time de Lionel Scaloni seguia absoluto, invertendo bola da direita para a esquerda, usando De Paul como escape no meio e travando jogadas com a tradicional habilidade para faltas curtas e pancadas em rodízio. A França, dominada em seu campo, era inexistente no ataque. Sem transição, Mbappé pegou na bola três vezes, sem conseguir espaço para as arrancadas.
Giroud não recebia bolas na frente e era obrigado a voltar para ajudar no bloqueio de meio-campo. A Argentina, ao contrário, exalava tranquilidade e confiança. De repente, a bola chega a Messi, que passa a MacAllister e deste para Di María, que chegava na corrida. O tiro sai rasteiro, no contrapé de Lloris, que saiu do gol em desespero. Argentina 2 a 0.
Ainda mais desnorteada, a França saiu aos trancos e barrancos para o ataque, mas sem organizar nenhum ataque objetivo. O primeiro tempo terminou assim. Argentina, absoluta, trocando passes e gastando tempo contra uma França em estado de paralisia. Pelo que se viu nos primeiros 45 minutos, o título começa a se definir.
Logo na primeira investida do segundo tempo, quase o terceiro gol argentino. Bola enfiada no meio da área obriga Lloris a uma defesa arrojada. Claramente Scaloni armou seu time para matar o jogo nos primeiros minutos. A toada segue exatamente igual. Argentina sem errar passes, França correndo atrás.
Em determinados momentos, Messi e seus companheiros parecem se multiplicar em campo. Dembelé e Griezmann seguem sem rumo, a França depende de jogadas com os volantes e bolas esticadas, que nunca chegam ao destino certo.
Para controlar as ações, o time argentino recuou suas linhas e passou a esperar a França em seu campo. Desnorteada, a equipe de Mbappé seguiu errando todas na frente e abrindo espaço para perigosos contragolpes, puxados por Álvarez, Di María e Messi.

Aí o futebol, maravilhoso como sempre, resolve inverter as cartas. O tango argentino perde o compasso e a França chega ao primeiro gol, após lance iniciado por Mbappé que termina em pênalti. O próprio camisa 10 vai lá e diminui, a 10 minutos do fim.
Três minutos depois, novo lançamento na área argentina e Mbappé pega de primeira para empatar a final. O jogo foi para a a prorrogação, a Argentina seguiu se segurando mais em seu próprio campo, mas num descuido da zaga francesa Messi desempatou. O lance despertou dúvidas sobre a condição do jogador, mas o gol foi confirmado.
Quando tudo parecia decidido, eis que um chute de fora da área é interceptado com a mão pela zaga. Pênalti. Mbappé bate e converte. Seu terceiro gol na partida. No minuto final da prorrogação, uma bola na área argentina e quase sai o quarto gol francês.

Nos penais, a Argentina se sai melhor e vence por 4 a 2. Tricampeã (78, 86 e 2022), com méritos. Carnaval dos argentinos no estádio Lusail. Consagração de Lionel Messi, que nunca tinha conquistado uma Copa do Mundo.

Parabéns ao Messi, essa é e foi a vantagem da Argentina, eles tem o craque diferenciado, um camisa 10 de verdade, nossos treinadores profissionais e os de divisões de base, acabaram com os nossos camisas 10, agora é só correria é marcar e tocar a bola, não temos mais esse homem o último foi o Ronaldinho Gaúcho, mas temos mais quatro anos para esperar e quem sabe até lá, possamos descobrir mais um talento desses que faz a diferença.