CBF deve confirmar ao Governo do Pará jogo das Eliminatórias de 2026 no novo Mangueirão

Belém poderá receber um dos jogos da Seleção Brasileira pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2026. A partida deverá ser realizada no novo Mangueirão, em 2023 ou 2024, durante o torneio que classifica seleções para a Copa dos EUA, Canadá e México. A informação surgiu na última segunda-feira e voltou a circular , na manhã desta quinta-feira (8), em Doha, durante evento comemorativo da Fifa em que a CBF foi homenageada pelos seus esforços na formação acadêmica de técnicos de futebol.

O presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Gluck Paul, de forma cautelosa, disse que há a possibilidade da realização do jogo em Belém, a partir de conversas com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, o governador Helder Barbalho e a própria FPF. Por enquanto, segundo ele, não há nada de concreto ainda, como não há uma data em vista, pois vai depender da programação das Eliminatórias, cuja tabela ainda não foi definida.

O fato é que há um compromisso da CBF em programar um jogo para o estádio Jornalista Edgar Proença depois que problemas administrativos da FPF (que ficou seis meses à espera da eleição do novo presidente) impediram que a Seleção Brasileira jogasse em Belém neste ano, conforme havia sido acertado em reuniões entre a presidência da entidade e o governador Helder Barbalho.

A partida seria realizada em setembro, provavelmente o clássico Brasil x Argentina, mas a poucas semanas da data prevista a CBF informou sobre o cancelamento em função do vazio de poder na FPF. Desta vez, porém, um jogo será programado e a confirmação oficial deve ocorrer na presença do governador Helder Barbalho, que chegará nesta quinta-feira (8) a Doha.

O grande sonho do governador paraense era que o Mangueirão sediasse o clássico Brasil x Argentina (que havia sido adiado). Os problemas da FPF impediram que a ideia se concretizasse. Inteiramente reformado, o estádio recebeu obras que custaram R$ 146 milhões. Além de modernos equipamentos e melhorias, um dos pontos altos da revitalização é o aumento da capacidade, que pulou de 35 mil para 53.645 espectadores.

Tragédia brasileira: população em situação de rua supera 281,4 mil pessoas

Estimativa divulgada pelo Ipea aponta crescimento

de 38% desse segmento, durante a pandemia de Covid-19

A população em situação de rua no Brasil cresceu 38% entre 2019 e 2022, quando atingiu 281.472 pessoas. A estimativa, que revela o impacto da pandemia de Covid-19 nesse segmento populacional, consta na publicação preliminar “Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil (2012-2022)”, divulgada nesta quinta-feira (08), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo inédito, que será detalhado posteriormente em nota técnica, atualiza a estimativa de população em situação de rua em nível nacional.

Em uma década, de 2012 a 2022, o crescimento desse segmento da população foi de 211%. Trata-se de uma expansão muito superior à da população brasileira na última década, de apenas 11% entre 2011 e 2021, na comparação com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O crescimento da população em situação de rua se dá em ordem de magnitude superior ao crescimento vegetativo da população. Além disso, esse crescimento se acelerou nos últimos anos”, comentou o pesquisador do Ipea Marco Antônio Carvalho Natalino, autor do estudo que analisou a evolução no quantitativo de pessoas em situação de rua até 2022.

A pesquisa avalia que o Brasil ainda precisa evoluir para uma contagem censitária mais precisa e efetiva da população em situação de rua. Natalino lembrou que, em 2010, essa população foi incluída no Cadastro Único e, em 2011, passou a ter direito de acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo sem comprovante de residência. Em 2012, foi regulamentado o funcionamento dos Consultórios na Rua (CnR). “Esse breve resgate histórico deixa claro o quão próximos ainda estamos de um legado de tratamento do povo da rua como, na melhor das hipóteses, cidadãos de segunda classe”, afirmou o pesquisador no estudo. Para ele, a contagem dessa população pelo poder público é estratégica, pois, do contrário, corre-se o risco de reproduzir a invisibilidade social desse segmento na gestão das políticas públicas.

Na primeira estimativa nacional, feita em 2015, foram utilizados dados oficiais informados por 1.924 prefeituras. Com o início da pandemia, a estimativa foi atualizada até março de 2020, quando 1.940 municípios tinham 124.047 pessoas em situação de rua. Em 2021, 1.998 municípios reuniam 181.885 pessoas nessa situação. Para a estimativa atual, o pesquisador do Ipea na Diretoria de Estudos e Políticas Sociais também recorreu a dados oficiais informados por administrações municipais. Natalino baseou-se ainda nos dados do Censo Suas (2021), processo de monitoramento do Sistema Único de Assistência Social, no último dado disponível do Cadastro Único (CadÚnico), de julho de 2022, além de um conjunto de variáveis socioeconômicas como taxas municipais de pobreza e de urbanização.

Assim, para 2020 e 2021, os números estimados da população em situação de rua são, respectivamente, 214.451 e 232.147 pessoas. Entre 2021 e 2022, os dados acompanharam o crescimento acelerado nos registros do Cadastro Único. Já o aumento verificado entre 2019 e 2020 é comparativamente modesto, assinalou Natalino. “É possível que parte da explicação para esse resultado sejam os problemas relacionados aos dados de 2020, resultando em um viés de subestimação, e que o mesmo fenômeno tenha afetado, em algum nível, também os números oficiais para 2021”, ponderou o pesquisador em seu estudo.

Embora a contagem oficial desse segmento esteja prevista na Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPR) desde dezembro de 2009, os censos demográficos de 2010 e de 2022 – este ainda em andamento pelo IBGE – seguiram o método tradicional de contagem, que inclui somente dados sobre a população domiciliada. “Isso implica prejuízos para a correta avaliação da demanda por políticas públicas por parte desse segmento”, disse Natalino, ao lembrar da recente dificuldade do Ministério da Saúde em alocar um número adequado de vacinas contra a Covid-19 para essa população.

Zaga completa, ataque mais forte

POR GERSON NOGUEIRA

O primeiro dia de pausa nos jogos da Copa trouxe uma grande notícia para a Seleção. A zaga titular idealizada por Tite estará recomposta diante da Croácia, amanhã. Após o treino fechado da tarde de ontem, em Hamad (Doha), o lateral esquerdo Alex Sandro teve confirmada sua volta ao time, após ficar de fora de dois jogos.

É um reforço importante para o esquema que Tite armou para a Seleção. Com os laterais titulares, o ataque ganha em consistência e apoio. Danilo dá suporte a Raphinha e Alex Sandro a Vinícius Jr. Isso funcionou bem durante as eliminatórias e tem tudo para dar certo na reta final da Copa.

Sem a presença dos laterais titulares, a Seleção venceu duas partidas e perdeu uma. É notório que o ataque poderia ter sido mais efetivo com o apoio de ambos. Os efeitos benéficos da recomposição dos corredores laterais poderão ser observados diante dos croatas.

A investida forte pelos dois lados do ataque é o principal trunfo ofensivo do Brasil, motivo do temor dos adversários. Fechar a passagem de Vinícius Jr. e Raphinha com marcação forte é quase inútil pela facilidade que ambos têm para dribles em velocidade. Resta tentar povoar o meio, impedindo a ação dos laterais que dão sustentação aos pontas.

Com Danilo e Alex Sandro, que jogam há tempos com ambos, fica mais difícil interromper a conexão. Vale lembrar que, dos sete gols marcados pelo Brasil no Mundial, cinco nasceram de jogadas construídas pelos lados do campo.

Foi assim contra a Sérvia, com gols nascidos de lances puxados por Vinícius Jr.; o gol contra a Suíça, também iniciado na esquerda; e dois contra a Coreia do Sul, o primeiro (em jogada de Raphinha para Vinícius) e o quarto, após passe preciso de Vinícius para Paquetá.

Aliás, a revisão desses lances confirma porque Vinícius Jr. é considerado por todos como o principal jogador da Seleção até o momento, pela participação em todos os lances decisivos, seguido de Casemiro, um primor de estabilidade no meio-de-campo.

Eliminações provocam debandada de torcidas

A capital do Qatar, que viveu um período de invasão de torcidas até a semana passada, começa a ganhar ares de normalidade. Metrô, shoppings e pontos turísticos não apresentam mais as aglomerações do começo da Copa. O processo é normal, pois 24 seleções já foram eliminadas e levaram junto os seus torcedores.

O México, por exemplo, dono de uma das mais ruidosas torcidas, caiu logo na primeira fase. Alemanha, Bélgica e Gales também. Já a Espanha dançou nas oitavas, arrastando seus muitos adeptos.  

Nota-se esse esvaziamento também nos centros de imprensa, antes povoado de jornalistas de várias partes do mundo, dividindo espaço e contribuindo para essa espécie de babel que se forma sempre que gente do mundo inteiro se reúne em espaços fechados.

Ao mesmo tempo, torcedores do Brasil, Inglaterra, Argentina e Portugal seguem desembarcando em grandes grupos, confiantes no avanço de suas seleções às semifinais. São os mais notados pelas camisas e pela barulheira que fazem em toda parte.

Todo mundo querendo pegar carona na Seleção

A cartolagem não se emenda. Sempre está fazendo das suas. Chega a notícia de que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, receberá homenagem da Fifa, pelos esforços da entidade na formação acadêmica de técnicos. Não era para tanto. Na verdade, parece mais um esforço para aparecer no noticiário, pegando carona na campanha da Seleção.

Desde os primórdios do futebol no Brasil, os dirigentes tentam dividir holofotes com os artistas do espetáculo. Como se sabe, esse combo nunca terminou bem. O exemplo cabal é 1950, quando até comício aconteceu na concentração do escrete horas antes do desastre frente ao Uruguai.

Em 1966, 2006 e 2010, o excesso de licenciosidade dos cartolas e seus apaniguados também prejudicou as campanhas e atrapalhou a Seleção.

Que o regabofe em torno do presidente da CBF, tendo a reboque os presidentes das federações aqui presentes como convidados, às expensas da entidade-mãe, não tenha consequências funestas. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 08)