Apresentação do Who com sua formação original em Kilburn, 1977. Roger Daltrey (voz), Pete Townshend (guitarra e voz), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria), os dois últimos já falecidos. O Who foi fundado em 1964, interrompeu a gravação de novos discos nos anos 1980, mas segue se reunindo para fazer shows.
Dia: 2 de dezembro de 2022
Copa do Mundo entra nas fases eliminatórias
Derrota brasileira começou na ideia torta de lançar um time reserva

POR GERSON NOGUEIRA
Para começo de conversa, até gostei da movimentação inicial do time B do Brasil. Foi bem no primeiro tempo, faltou apenas o gol. Mais de 20 tentativas de ataque, metade delas bem organizada, mas o excesso de firulas e toques desnecessários não permitiu abrir vantagem. Gabriel Martinelli foi disparadamente o melhor. Objetivo, tentou o gol duas vezes e quase acertou.
Rodrygo também jogou a sério, sempre buscando partir em direção à área. Antony dribla como poucos, mas por vezes se excede. No meio-campo, Fred e Fabinho funcionaram a contento, embora a responsabilidade pela criação de jogadas tenha atrapalhado a movimentação de Rodrygo. O resto do time disfarçou o desentrosamento com manobras rápidas e tentativas de triangulação. Quase deu certo.
Camarões só apareceu no ataque uma vez e deu um susto, com um cabeceio que tocou no chão e obrigou Ederson a uma defesa arrojada. Do lado brasileiro, Gabriel Jesus ficava sempre na intenção de ir, mas nunca completava jogadas.
Veio o segundo tempo e o cenário permaneceu favorável ao Brasil. Afinal, era o único time que atacava e propunha jogo. Camarões rebatia bolas e raramente arriscava um cruzamento na área. Nas mudanças, Tite resolveu atender a torcida e botou Pedro e Everton Ribeiro no time, junto com Bruno Guimarães e Raphinha. Everton foi razoável, mas Pedro se perdeu na afoiteza e na preocupação em acertar.
Ele e Bruno Guimarães acabaram desperdiçando boas chances, assim como Martinelli, que perdeu o tempo da bola na hora de finalizar para as redes por volta dos 40 minutos. De tanto insistir, o Brasil acabou afrouxando a marcação, mesmo com a vigilância de Marquinhos, que substituiu

Apareceu então a estrela de Aboubakar, aos 47 minutos. Ele desviou de cabeça um cruzamento para as redes de Ederson já nos acréscimos. Foi a única finalização correta de Camarões no segundo tempo. Por tirar a camisa na comemoração, ele recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Depois do gol, o Brasil ainda teve duas boas chances, mas o nervosismo e a afobação atrapalharam Pedro e Bruno Guimarães.
O Brasil não perdia na fase de grupos há 24 anos. Perdeu por 2 a 1 para a Noruega em 1998, na França. A partir daí, o Brasil não perdeu mais um jogo na fase de grupos da Copa. Apesar do placar, a Seleção ficou em 1º lugar no Grupo G, com 6 pontos, e se classificou para enfrentar a Coreia do Sul, segunda-feira, 5, às 16h (de Brasília), valendo pelas oitavas de final.
A Seleção jamais jogou contra o rival asiático em eliminatórias da Copa. A Coreia derrotou Portugal, de virada, e conseguiu a segunda vaga no Grupo H. É um azarão, mas ganha confiança com a vitória e com o insucesso do Brasil frente a Camarões.
Tite terá dois dias para rearrumar o time titular, ainda sem Neymar e Danilo. Alguns dos reservas que estiveram em campo nesta sexta-feira podem ter chances. Casos específicos de Martinelli, Militão e Antony.
A ideia de poupar oos titulares se mostrou contraproducente. Ao prestigiar os reservas, Tite desperdiçou a oportunidade de fazer ajustes na Seleção principal, entrosar a equipe e aproveitar o jogo para testar alternativas emergenciais para o mata-mata.
Uruguai sai de cena e Brasil tem rota facilitada rumo ao hexa

Os caminhos da Copa começam a ficar mais favoráveis ao Brasil. Depois que a Espanha saiu do chaveamento com a inesperada derrota para o Japão, na quinta-feira, eis que o Uruguai foi eliminado em consequência da surpreendente vitória da Coreia do Sul sobre Portugal nesta sexta-feira, 2. A Celeste Olímpica ganhou por 2 a 0, gols de Arrascaeta, mas o resultado não foi suficiente para garantir permanência no Mundial.
Agora, o Brasil precisará vencer a Coreia do Sul na segunda-feira para avançar às quartas de final contra Japão ou Holanda. Caso passe à semifinal, poderá ter pela frente a seleção da Argentina.
Com a tradicional raça, o Uruguai venceu Gana por 2 a 0. Logo no início, Gana desperdiçou uma penalidade. A partir daí, só deu Uruguai. Arrascaeta marcou o primeiro, aproveitando uma sobra na pequena área. Ainda no primeiro tempo, após passe de Luis Suarez, o camisa 10 disparou um chute certeiro, sem chances para o goleiro de Gana.
No final, apesar da vitória merecida, a seleção uruguaia ficou na terceira colocação do Grupo H, atrás de Coreia do Sul e Portugal, ficando pelo caminho ainda na fase de grupos. Com a derrota, Gana também foi eliminada da competição, ficando na quarta colocação.
Selvageria: bolsonaristas agridem e quebram o nariz de músico que festejava formatura do irmão

O jovem músico Matheus Oliveira denunciou através das redes sociais, nesta quinta-feira (1), que foi perseguido, agredido e teve o nariz quebrado por um grupo de bolsonaristas na cidade de Castanhal (PA), cidade em que vive. O caso aconteceu na quarta-feira (30) em frente ao Tiro de Guerra, uma unidade do Exército no município.
Oliveira conta que foi ao local para celebrar a formatura de seu irmão no Exército. Nas proximidades, havia um ato de bolsonaristas que não aceitam o o resultado das eleições. Segundo o jovem, ele estava comemorando com sua família quando os bolsonaristas se aproximaram com caixas de som para interromper a celebração.
“Eu no meu direito de liberdade estava batendo fotos com o sinal do ‘L’ para mostrar nossa indignação por tudo aquilo que eles estavam fazendo, foi quando eles começaram a falar várias ofensas”, narra o músico.
Matheus Oliveira, então, teria decido ir embora e, assim que dobrou a esquina, sete bolsonaristas o aguardavam e teriam gritado que ele “vai ter que ajoelhar e pedir perdão”. As agressões, segundo conta o músico, começaram neste momento. Um dos membros do grupo teria o empurrado e outro o desferiu um soco no rosto, quebrando seu nariz.
Após as agressões, os bolsonaristas fugiram e Matheus, ainda com o nariz sangrando, passou a gravar um vídeo para denunciar a situação e localizar os agressões. Ao fundo, é possível ouvir um bolsonarista dizendo que ele “caiu no chão”.
O jovem foi socorrido em uma unidade de saúde, onde foi constatada a fratura no nariz, e levou pontos. Ele ainda aguarda confirmação médica sobre a necessidade de passar por uma cirurgia. Oliveira também registrou boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil da cidade. (da Revista Fórum)
O passado é uma parada
Palavra de ordem
O que esperar dos Leões Indomáveis diante do Brasil

A história mostra que o último adversário do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo do Qatar-2022 não costuma ser um desafio dos mais complicados. A seleção de Camarões, que os comandados de Tite enfrentam nesta sexta-feira (2), 16h, em Lusail, no encerramento do Grupo G, levou sete gols em apenas dois jogos da equipe canarinho em confrontos anteriores no torneio de futebol mais importante do planeta.
Os dois confrontos diretos também aconteceram na etapa classificatória, assim como agora. Em 1994, na campanha do tetra, os brasileiros ganharam por 3 a 0. Vinte anos depois, no Mundial em que foram anfitriões, aplicaram uma goleada por 4 a 1. Desta vez, a expectativa também é por um placar elástico. Afinal, Camarões está longe de poder dizer que tem uma defesa sólida.
Com uma retaguarda formada por jogadores de pouco destaque no cenário internacional, levou três gols da Sérvia e só não foi ainda mais vazado por causa da falta de mira de Aleksandar Mitrovic e cia. – houve pelo menos uns três lances claros de gol que foram desperdiçados.
Por outro lado, os africanos mandam bem no ataque. Eric Maxim Choupo-Moting, o nome mais conhecido da seleção, vive a melhor fase da carreira e já marcou 11 gols pelo Bayern de Munique nesta temporada, mesmo sendo reserva em parte considerável dos jogos. Contra a seleção de Tite, ele provavelmente ganhará um companheiro de características parecidas no comando de ataque, Vincent Aboubakar, do Al-Nassr, que é simplesmente o maior artilheiro do elenco atual de Camarões (34 gols).
O Brasil é uma das três seleções que passaram com 100% de aproveitamento pelas duas primeiras rodadas da Copa e que, por isso, asseguraram com uma partida de antecipação a vaga nas oitavas de final – França e Portugal foram as outras. Com isso, Tite ganhou a possibilidade de aproveitar a despedida da fase de grupos para rodar um pouco o elenco e dar oportunidade a jogadores que ainda não foram utilizados, como o lateral direito Daniel Alves, o lateral esquerdo Alex Telles, o zagueiro Bremer e o meia Everton Ribeiro.
A partida contra Camarões vale para o Brasil “apenas” o primeiro lugar da chave, que será assegurado mesmo com um empate contra os africanos. Caso termine na dianteira, a seleção enfrentará na próxima fase o segundo colocado do Grupo H (Gana, por enquanto). Se perder a primeira posição, terá de medir forças contra o campeão da mesma chave (Portugal, até o momento).
Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado há 24 anos, desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
Palavra de desportista
Por uma vitória nível A

POR GERSON NOGUEIRA
A opção pelo time B para enfrentar Camarões abre espaço para jogadores que dificilmente teriam chance na Copa. Daniel Alves, Everton Ribeiro, Fabinho, Pedro e Brener dependeriam de uma situação emergencial entre os titulares para que fossem lembrados. De repente, jogando pelo menos um tempo, podem se cacifar junto ao técnico, fazendo até com que mude conceitos e resolva alterar suas preferências.
Este é o lado positivo da opção de Tite por lançar o time reserva em plena disputa de uma das Copas mais imprevisíveis dos últimos 30 anos. A quantidade de resultados inusitados é a maior em muito tempo, o que permite dizer que podemos ter uma final inteiramente fora dos padrões.
Dúvida mesmo fica em relação ao modelo de jogo a ser praticado contra Camarões. O time nunca atuou junto e os treinos durante a Copa, como se sabe, são recreativos, sem muita preocupação com rigores táticos ou ênfase em jogadas ensaiadas.
É bem possível que tenhamos um desfile de individualidades. Cada jogador tentando fazer o melhor para mostrar serviço ao técnico, sabendo que é a única chance para isso. Caso esse esforço particular contribua para a evolução coletiva, a decisão de prestigiar os reservas terá valido a pena.
Na hipótese de emergir do banco de reservas um time marcado pela desorganização, como foi a França diante da Tunísia anteontem, a repercussão negativa pode impactar na caminhada da Seleção na Copa. Não esqueçamos que é um time representando o Brasil, com a camisa do escrete, independentemente de ser suplente ou não.
A busca pelo entrosamento, tão fundamental em torneios curtos como a Copa, foi deixada de lado com a folga concedida por Tite. É legítimo questionar qual o time que vai enfrentar Uruguai, Gana ou Portugal? Se um dos reservas arrebentar hoje, como ficará o titular imediato? Mata-mata é um campeonato à parte, e requer frieza, método e experiência.
Tite viveu isso, na Rússia, contra a Bélgica. Na ocasião, também desfalcado de uma peça importante (Casemiro), a Seleção se perdeu em erros bobos por 45 minutos. Tempo suficiente para que o adversário impusesse um placar que não permitiu a reversão, apesar da reação brasileira na etapa final.
Tudo o que de melhor pode acontecer, hoje, é uma vitória com autoridade técnica, sem contestações e que não deixe dúvida quanto ao poderio do Brasil para avançar no torneio. Camarões, cuja força se baseia na correria, não pode deter a Seleção, nem mesmo esta, de formação postiça.
Que o time B conquiste uma vitória nível A.
Japão vibrante, Bélgica apagada, Alemanha decadente
Os deuses da bola voltam a aprontar nos gramados do Qatar. Alemanha e Bélgica pegaram o bonde para casa e a Espanha andou correndo riscos também. O fato é que times como Marrocos, Senegal, Austrália e Japão furaram a bolha das grandes seleções. Mais gente grande pode rodar ainda nas rodadas que restam pela fase de grupos.
Sobre o jogo entre espanhóis e japoneses, uma coisa chama atenção. A passividade com que o time de Luis Enrique aceitou a virada. Aí você pensa um pouco mais e vê que a Espanha se livrou de um cruzamento azedo nas oitavas (Croácia), vai pegar Marrocos e sai da alça de mira de Brasil e Argentina, além de ter ajudado a despachar um adversário forte, a Alemanha.
Não se pode falar que a Fúria entregou, mas ficou no ar um cheiro de manobra. Nada a ver com o belíssimo jogo do Japão, que saiu perdendo e foi inferior no 1º tempo. Reagiu, virou o placar e terminou vencendo com todos os méritos. Bem verdade que a Espanha não fez nada para tentar se erguer após sofrer o segundo gol. Enfim, coisas estranhas.
Já a Bélgica foi incompetente e não conseguiu superar a Croácia. Foi assim desde a estreia. Nada fez que justificasse a presença no Qatar. Tomou a vaga de alguém, mas não honrou a presença na Copa. Sua celebrada geração dourada chega a um fim melancólico. De Bruyne e Courtois ainda se salvam, mas os demais parecem ter dado adeus a dias gloriosos.
Curiosamente, os dois países que eliminaram o Brasil nas últimas Copas saíram ontem, de uma tacada só. A Alemanha frustrou o sonho do hexa na Copa de 2014 com a avassaladora goleada de 7 a 1 no Mineirão. A Bélgica despachou o time de Tite na Copa da Rússia, há quatro anos.
Dizem, sobre os alemães, que a surra histórica no Brasil teria contrariado os orixás da velha Bahia. A delegação alemã ficou num hotel paradisíaco de Santo André (BA) durante a Copa. Coincidência ou não, desde aquela sapatada nunca mais venceram absolutamente nada. “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”, como dizem os espanhóis.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 02)
Rock na madrugada – Tom Petty & Prince & Steve Winnwood, “While My Guitar Gently Weeps”
Espetacular performance de Prince, solando magistralmente este clássico de George Harrison, durante show comemorativo pela sagração no Hall of Fame ao beatle místico, em 2004. Numa super banda formada por Tom Petty, Steve Winwood, Jeff Lyne e Billy Preston, Prince demonstra um de seus muitos talentos de músico virtuose – tocava qualquer instrumento. Fez uma releitura brilhante do solo original de Eric Clapton para “While My Guitar…”, para espanto e admiração dos próprios músicos ao lado dele no palco. Para aplaudir de pé.
Ao ser indagado como era ser um herói da guitarra, Clapton disse: “Perguntem a Prince”. Não podia ser mais preciso na resposta. O vídeo acima mostra que mr. Slowhand tinha razão.