Sem lugar para hesitações

POR GERSON NOGUEIRA

Todas as apostas do PSC voltam a campo hoje dentro do objetivo de seguir na briga pelo acesso à Série B. Depois de três derrotas no quadrangular, o time precisa ser intenso e objetivo na dose certa para superar o adversário que cumpre uma trajetória excelente na Série C. Por isso mesmo, os tropeços em sequência não podem mais se repetir, sob pena de colocar um ponto final no sonho alviceleste.

Essa preocupação justifica o tom misterioso adotado pelo técnico Márcio Fernandes, que guardou a sete chaves a formação titular do Papão para o confronto com o Figueirense. Fiz na sexta-feira umas digressões sobre a provável escalação, mas é possível que o time tenha novidades, principalmente no setor de ataque.

Sim, a linha ofensiva que Márcio escolher vai dar a medida do grau de ousadia no planejamento para o jogo. Caso se decida pelo sistema conservador utilizado contra Vitória e ABC, que resultou em derrotas, ele entrará com Serginho fazendo o papel de quarto homem de meio-campo, com eventuais subidas ao ataque.

O problema, nesse caso, é que Robinho e Marlon ficam muito distanciados, quase sem conexão. Para reproduzir a performance que marcou o começo do campeonato para o PSC, será necessário ter mais força junto ou dentro da área adversária. Mas não adiantará disfarçar isso com Pipico, por exemplo, um atacante sem a mobilidade que a Série C impõe.

Marcelo Toscano, que nem viajou para Florianópolis semana passada, em decisão um tanto bizarra do técnico, pode aparecer como alternativa para o jogo centralizado. Seria o elo de ligação entre Robinho, na direita, e Marlon, que se posiciona à esquerda. Com a vantagem de ser também um jogador com fôlego para o trabalho de marcação, se necessário.

De toda sorte, com Serginho ou Toscano, o PSC terá que fazer seu melhor jogo, evitando as falhas grotescas dos últimos jogos e sem repetir o baixo aproveitamento ofensivo exibido até agora no quadrangular.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 21h30, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em pauta, a rodada da Série C. A edição é de Lourdes Cezar.

Professor organizou estudo sobre títulos do Leão

Divulgar uma pesquisa histórica sobre o seu amado Clube do Remo foi possivelmente uma das últimas ações do professor Wilton Moreira, recentemente falecido. O alvo de seu interesse era resgatar um período áureo: o tricampeonato da região Norte, conquistado em 1968, 1969 e 1971, e o título do Norte-Nordeste em 1971.

Grande benemérito do Remo, Wilton Moreira se insurgiu contra o que considerava um inaceitável e prematuro esquecimento de feitos importantes do clube. O relato começa com os dados detalhados sobre o torneio que deu ao Leão seu primeiro título do Norte, em 1968.

Contra adversários paraenses (Tuna e PSC), amazonenses (Nacional e Fast), maranhenses (Moto Clube e Ferroviário) e piauienses (Flamengo e Piauí), o Remo se saiu brilhantemente nas três fases da competição liderado por uma dupla lendária, Amoroso e Rubilota.

Na decisão, disputada no Baenão, vitória sobre o Píauí por 2 a 1, com um time formado por François; China, Alemão, Casemiro e Edilson; Sirotheau e Carlitinho; Birungueta, Amoroso (Valtinho), Rubilota e Adinamar. O técnico era Danilo Alvim, o Príncipe. E os gols foram de Adinamar (2) para o Remo e o artilheiro Simas, para o Piauí.

Em 1969, com o mesmo time e Danilo Alvim ainda no comando, veio o bicampeonato nortista. A final foi jogada no estádio Gilberto Mestrinho, em Manaus, e um empate em 2 a 2 com o Nacional deu a taça ao Remo. Zequinha, com dois gols no 2º tempo, foi o herói da decisão.

O tri do Norte chegaria em novembro de 1971, com François Thym como técnico e algumas novidades importantes no time, a começar pelo gol, onde Dico iniciava a trajetória de ídolo. O ataque era formado pelo gigante Alcino, Ernani, Rubilota e Neves. Na decisão, Remo 4 x 2 Rodoviária-AM.

No mês seguinte, decidindo com o Itabaiana-SE em dois jogos, o Remo ficou com o título do Norte-Nordeste. Na final, no Evandro Almeida, Rubilota marcou os gols que garantiram a festa azulina.

Wilton Moreira, que teve a assessoria direta dos professores Antonio Luciano Moreira e Ademar Campos na pesquisa, guardava esse estudo desde maio de 2002, pede nas considerações finais que os dirigentes do clube providenciem espaços adequados na sede social e no estádio Evandro Almeida para formalizar o tri do Norte e o campeonato Nordestão.

Pedro é glorificado como “homem terminal” por Tite

A convocação feita por Tite na sexta-feira para os amistosos contra Tunísia e Gana despertou atenção por ser a última antes da chamada final para a Copa do Mundo. Algumas novidades – Bremer, Ibañez, Everton Ribeiro e Pedro – e um certo ar de despiste sobre a lista definitiva. É evidente a preocupação em deixar lugares reservados para Gabriel Jesus e Daniel Alves, nomes certos no Mundial.  

Na entrevista, ao enaltecer as qualidades de Pedro, Tite tascou um “homem terminal” (traduzindo: especialista em finalização), comparando-o ao centroavante Fred. Contribuição maiúscula do treinador para reforçar a imagem de especialista em neologismos no futebol. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 11)

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