Comitê anuncia novo local do comício de Lula em Belém

Depois de reunião com os órgãos de segurança e o Comitê do Lula no Pará, ficou definida nova troca de local do grande comício do candidato do PT à presidência da República. Foi feita opção por um espaço maior para receber Lula em Belém. O novo endereço é: Espaço Marine Clube, na avenida Bernardo Sayão, n° 5232, no bairro do Guamá, em Belém.

O lugar já foi palco de grandes shows e convenções e vai garantir conforto e segurança para as caravanas que vem a capital ver Lula. A maior festa da campanha de Lula está marcada para 18h. Os portões vão abrir às 15h.

Derrapada no momento errado

POR GERSON NOGUEIRA

O futebol tem regras imutáveis, uma em particular fica muito visível nos jogos da fase decisiva da Série C. A posse de bola não pode ser desperdiçada, sob pena de castigo irreversível. O PSC teve mais de 70% de retenção da bola contra o ABC, sábado, na Curuzu. Era óbvio que o visitante veio exclusivamente para se defender e, se possível, explorar um contra-ataque mais simpático.

No fim das contas, o resultado sorriu para o ABC, que se deu ao luxo de fazer apenas uma finalização, justamente a que resultou no único gol da partida, aos 15 minutos do 2º tempo. O time que menos buscou vencer foi premiado com a vitória.

Injustiça? Nem tanto. Na prática, o que jogos como o de sábado revelam é que a objetividade dos times acaba prejudicada pelo excesso de toques improdutivos, lentidão na saída e nenhuma contundência ofensiva. Exatamente o que aconteceu com o Papão.

A rigor, em todo o 1º tempo, foram apenas dois bons momentos no ataque. O primeiro com Robinho, que recebeu livre dentro da área e finalizou rasteiro, mas o goleiro Mateus Nogueira conseguiu desviar para escanteio. Depois, Patrick Brey caiu pela direita e chutou cruzado, levando muito perigo.

Para quem precisava vencer, o PSC foi pouco agressivo, tímido até. Os primeiros movimentos contribuíram para esfriar o ânimo da torcida, pois o time não mostrava vibração em campo. A reação do torcedor é diretamente proporcional à performance do time.

Veio a etapa final e começou com uma excelente notícia para os bicolores. Logo no primeiro lance, o jogador Walfrido recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso, o que deixou o ABC ainda mais retraído.

A partir daí, a expectativa era pela pressão do PSC, agredindo ainda mais o adversário. Não foi isso que ocorreu. O visitante seguiu rebatendo bolas e marcando em seu próprio campo, sem correr maior perigo.

Aos 15 minutos, na primeira subida do ABC ao ataque, pela esquerda, a bola foi cruzada na área e encontrou Lucas Douglas livre entre os zagueiros. Ele subiu, com estilo, e tocou de cabeça para o fundo das redes. Quem o marcava era Patrick Brey, que só percebeu a presença do adversário quando a bola já estava chegando.

O gol àquela altura tornou a partida dramática para o PSC. Mesmo em vantagem numérica, o time levou alguns minutos para se recompor emocionalmente. Na frente, os atacantes Marlon, Danrlei e Robinho não conseguiram avançar sobre as linhas inimigas.

José Aldo e João Vieira, os homens da articulação, atuavam com surpreendente lentidão, sem conseguir criar as jogadas necessárias para superar uma marcação exercida por até oito jogadores atrás da linha da bola. Quase no final, já com quatro atacantes (Pipico, Marcelinho e Toscano entraram nos minutos finais), o PSC criou duas situações agudas.

Um chute de Gabriel Davis, que desviou na zaga e quase enganou o goleiro, e um cabeceio de Naylor, que obrigou Mateus Nogueira a uma grande defesa. E ficou nisso. O jogo ficou marcado pela disciplina tática do ABC e pela lerdeza coletiva do PSC. Levou a melhor quem foi objetivo e pragmático, como mandam as leis da Série C.

Queda técnica é evidente, mas ainda há esperança

Foi a terceira derrota consecutiva do PSC na competição. Perdeu antes para o Floresta (em casa) e para o Vitória (fora). Em casa, o time está sem vencer e fazer gols há quase um mês. Uma sequência preocupante e que confirma a queda de rendimento após um início muito forte. Desde a derrota para a Aparecidense, o Papão não foi mais o mesmo.

Os erros ficaram mais evidentes e até a competência ofensiva – responsável por bons resultados em jogos de baixa performance – desapareceu. Nas últimas partidas, Marlon e José Aldo, tiveram atuações muito abaixo do esperado, o que comprometeu toda a produção coletiva.

Ambos são os melhores do time, os que garantem a dinâmica entre meio e ataque. O jogo de sábado deixou isso claro. Marlon deu um chute, fraco, a gol. José Aldo pouco arriscou e foi discretíssimo nas tentativas de furar a marcação, mesmo depois que o ABC perdeu um jogador.

O mais preocupante é que a baixa produção do time coincide com a etapa mais importante do campeonato. Ao contrário do Vitória, que evoluiu nas últimas nove rodadas, o PSC só fez cair. Os triunfos sobre Altos e Campinense deram a falsa impressão de recuperação.

Quando Márcio Fernandes lançou atacantes a rodo no 2º tempo, sem atentar para a construção de jogadas, demonstrou falta de ideias para reverter a situação. É como se já não tivesse coelhos para tirar da cartola.

Apesar disso, o PSC segue com chances de alcançar o acesso. Precisa vencer três jogos (dois em casa) e empatar um, para somar os 10 pontos necessários. Ainda é possível, mas, sem dúvida, o cenário ficou muito mais difícil. O próximo jogo (contra o Figueirense, que goleou o Vitória ontem) é de vida ou morte.

Copa Verde: bom senso respalda a renúncia remista

Em outros tempos, o torcedor reagiria de maneira figadal, protestando furiosamente contra a decisão de renunciar à participação na Copa Verde, mas os tempos são outros e prevalece a noção de que o Remo fez bem em não comprometer o planejamento para 2023.

Mais importante que a busca por um prêmio de R$ 3 milhões na Copa Verde é a preocupação em manter as finanças controladas. Sem elenco para disputar o torneio, pois a confirmação só veio depois do desmonte, o Remo teria que contratar às pressas pelo menos 15 atletas, gastando o que não pode e apostando no improviso.

O bom senso prevaleceu e as explicações do presidente Fábio Bentes foram assimiladas pela torcida. Há, é claro, o lamento por não participar pela primeira vez da Copa Verde, mas prevalece a convicção de que a diretoria fez o certo, optando pela responsabilidade ao invés de agir com açodamento. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 29)

Com um jogador a menos, ABC vence dentro da Curuzu e complica situação do Papão

Com 10 jogadores em campo desde o início do 2º tempo, o ABC obteve um excelente resultado dentro da Curuzu, na tarde-noite deste sábado, derrotando o PSC por 1 a 0. Com a vitória, o time potiguar foi a 6 pontos e se isolou na liderança do Grupo C do quadrangular da Série C – Figueirense x Vitória jogam neste domingo, às 19h. A segunda derrota complica a situação dos bicolores na competição. Na lanterna do grupo, ainda sem pontuar, o Papão não pode mais perder, pois depende de 10 pontos (3 vitórias e 1 empate nos quatro jogos que restam) para obter o acesso.

O jogo começou morno, sem lances agudos e com predomínio dos sistemas de marcação. O PSC tentava chegar com bolas lançadas para Danrlei e Robinho, mas a defesa potiguar se defendia bem. Como o adversário não saía praticamente de seu campo, o Papão tinha espaço para atacar, mas se atrapalhava nas tentativas de entrar na área.

Os lances mais perigosos da primeira etapa foram um chute cruzado de Patrick Brey, que passou rente ao poste direito do gol defendido por Mateus Nogueira e uma investida de Robinho, que recebeu livre e chutou rasteiro, mas a bola bateu no goleiro e saiu.

A torcida, que lotova a Curuzu, até tentava empurrar o time, mas a ausência de jogadas de ataque foram esfriando o ambiente, o que favoreceu a estratégia do ABC. No segundo tempo, logo no primeiro minuto, Walfrido fez falta violenta e tomou o segundo cartão amarelo.

Com um a menos, o time visitante se fechou ainda mais no campo de defesa. Ficava esticando bolas, mas raramente se arriscava no ataque. Na única tentativa, em cruzamento que partiu do lado esquerdo, Lucas Douglas se antecipou a Patrick Brey e cabeceou para o fundo do barbante.

Diante de um adversário inteiramente recuado, o Papão não teve criatividade para entrar na área ou buscar jogadas de linha de fundo. Ficou apenas cruzando bolas altas na área, sem maior perigo. O técnico Márcio Fernandes fez mudanças no time, reforçando o ataque com Marcelo Toscano, Marcelinho e Pipico, mas a situação não se alterou.

O momento de maior emoção para a torcida alviceleste foi quando Gabriel Davis se atirou na área e o árbitro foi na conversa marcando o pênalti. O VAR, porém, revisou a marcação, anulando corretamente a falta. O próximo compromisso do PSC será contra o próprio Figueirense, em Florianópolis, no sábado (3), às 17h.

A frase do dia

“O Brasil ridiculamente se exalta por ser o país do agro, que alimenta o mundo, mas não alimenta o próprio povo – porque o agro é pra fora, não pra dentro; é pra exportar, não pra nós; e o poder do agro arrasa a agricultura familiar, os pequenos produtores, quem nos alimenta”.

Ricardo Pereira, professor e jornalista

Cabeça fria, coração quente

POR GERSON NOGUEIRA

Sem problemas na escalação, o PSC enfrenta o ABC neste sábado (27) com ânimo renovado, depois da estreia negativa – perdeu para o Vitória, em Salvador – no quadrangular da Série C. As condições que se apresentam para o jogo são inteiramente favoráveis. Com a formação ideal em campo e a torcida lotando as arquibancadas da Curuzu, o time raramente deixou escapar a vitória atuando em casa neste Brasileiro.

Os desafios também são consideráveis, visto que o ABC venceu o Figueirense na primeira rodada e entrou na briga pelo acesso. A partir daí, virá a Belém disposto a brigar arduamente por um resultado satisfatório. O empate seria perfeito para as pretensões do time potiguar.

Cabe lembrar que o ABC não entrou no quadrangular como favorito ao acesso. Dos quatro participantes, era o menos cotado ao final da fase de classificação, correndo por fora em relação a PSC, Figueirense e Vitória. Uma vitória mudou a perspectiva e deu ao time alvinegro o gás necessário para acreditar em suas próprias forças.

Por tudo isso, o jogo de hoje vai exigir muito dos bicolores, não apenas no aspecto meramente técnico. Paciência, foco e frieza são virtudes fundamentais a essa altura do campeonato. Não basta ter uma boa performance com a bola; é preciso estar atento às variáveis do confronto.

Todos os manuais de jogos decisivos ensinam que o mandante deve tentar abrir vantagem nos minutos iniciais ou, no máximo, ainda no primeiro tempo. É uma forma de reduzir a carga de pressão que recai sobre o time, a partir das expectativas da torcida.

Os erros de marcação verificados na derrota em Salvador não podem se repetir. Os laterais Igor Carvalho e Patrick Brey são eficientes no apoio ao ataque, mas não podem desguarnecer o lado defensivo. Quando isso ocorrer, é necessário que os volantes cubram as laterais do campo.

É verdade que, desta vez, o time não terá que se desdobrar para suprir a ausência de um homem, razão maior dos buracos abertos no sistema defensivo. Pelo menos, essa é a expectativa. O que aconteceu na primeira rodada não pode mais se repetir. É hora de cabeça fria e coração quente, como prega o mister luso-palmeirense Abel Ferreira.

Ao Papão, mais do que nunca, cabe repetir o velho mantra: esmorecer jamais, principalmente quando ostenta a condição privilegiada de dono da casa. Impor respeito é, portanto, atitude fundamental.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda a atração na RBATV, excepcionalmente às 20h, em função da transmissão do debate presidencial pela Band. Edição de Lourdes Cezar e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, o segundo jogo do Papão no quadrangular da Série C.

Direto do blog campeão

“Leio no DOL que a diretoria azulina está revoltada com o atual presidente da FPF, que teria manipulado de forma que a CBF somente agora, quando o Remo e outros clubes já haviam desmontado seus respectivos times. Ora, ora! Quanta ingenuidade! Esperavam o quê? Eu, não precisando ser adivinho, fui uma das poucas vozes a protestar nas redes sociais contra a hegemonia bicolor num setor tão estratégico como a FPF, numa dinastia que vem desde Euclides Freitas. Mas, para a diretoria do Remo, cujo time já iniciou prejudicado na montagem da tabela da Série C, estava tudo certo, tudo belo! Cheguei a arranjar uma treta no Twitter com André Cavalcanti, como aqui registrei. Não é só futebol, segundo o Guerra. E assim caminha a humanidade”. Antônio Valentim

“Muito vem pontuado, amigo Gerson, seu artigo sobre o Fernando Diniz. Faço apenas a ressalva de que os times por ele dirigidos até aqui, foram apenas times, como é o Fluminense. Ele não teve a sorte de um Cuca, de um Abel Ferreira, um Jorge de Jesus ou mesmo a de um Dorival Jr, cujos elencos são estelares. E é por isso que o Diniz é fantástico. Ninguém conseguia fazer o Ganso brilhar. Samuel Xavier era execrado pela torcida. Caio Paulista, de atacante pela direita, virou ala esquerda. Porém, as limitações, e até no time, tem jogadores limitados, provocam aquilo que visto na quarta-feira: dois gols em que a bola era tricolor. E isso aconteceu em Porto Alegre, contra o Inter, e no Rio, diante de Fortaleza e Coritiba. Sendo que nos jogos do Maracanã, a classificação contra os cearenses e a goleada em cima do Coxa, ajudaram a maquiar os graves defeitos. Quanto ao que você escreve sobre a Copa Verde, onde é que eu assino? Parabéns, Gerson, você continua dando show!”. Valdo Sousa

“Não é de hoje que a CBF trata a Copa Verde com desdém, como esmola para os clubes participantes. Não custa lembrar que na única oportunidade em que um clube do Pará esteve habilitado à Copa Sul-Americana, através do Paysandú, puxaram-lhe o tapete sem maiores cerimônias, sem que a CBF fizesse o mínimo esforço para bancar nossa participação, prevista no regulamento quando o clube paraense conquistara uma das Copas Verde. A entidade que se diz ‘mater’, preferiu a contumaz omissão, transferindo a culpa da exclusão à ‘decisão superior’ da Conmebol! A rigor, esta Copa Verde padece de legitimidade no seu DNA. Ao presumirmos que as Copas Norte/Verde representariam a Amazônia – no máximo a dita Amazônia legal, por que termos participações de clubes de regiões em nada similares ao habitat e geografia amazônicos? Por que dar acesso a clubes do Cerrado (Goiás, Tocantins e Brasília), Mato Grosso do Sul (fronteira com o Paraná) e Espírito Santo (vizinho ao RJ, já no Sudeste)? Por que estes clubes não reivindicam participar da Copa Nordeste, ou criam a do Centro-Oeste? Certo que os clubes que ora reclamam, choram o leite derramado, se dizem desprestigiados, estarão firmes e fortes, na próxima temporada mendigando antecipação de ‘vales’, ou na próxima eleição da CBF, para sufragar a reeleição do presidente atual, ou apoiar o novo candidato da situação”. George Carvalho

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 27/28.08)

A mente também ganha jogo

POR GERSON NOGUEIRA

Sob intenso açoite após ter sido expulso na partida decisiva com o Palmeiras, pela Libertadores, o atacante atleticano Vargas decidiu contratar especialistas em alta performance mental a fim de que possa controlar as emoções em momentos cruciais do jogo.

Uma equipe de acompanhamento ajuda o especialista no trabalho com o jogador, buscando garantir evoluções no comportamento em campo. A ideia é evitar que o episódio do jogo Palmeiras x Atlético-MG, que custou a eliminação dos mineiros da Libertadores, venha a se repetir.

O staff chamado para ajudar Vargas inclui um expert (pós PhD) em Neurociência, tamanha é a preocupação com os rumos da carreira do jogador após a explosão de fúria que causou sua expulsão.

Essa providência, cada vez mais comum no universo do futebol profissional, remete ao problema envolvendo o volante Mikael, do PSC, que teve atitude ainda mais destemperada e grave, pois ocorreu nos primeiros minutos do jogo com o Vitória, em Salvador.

Mikael foi excluído após dar um bico no jogador Rafinha, do Vitória, que estava caído em consequência de uma falta. O pisão foi flagrado pelo árbitro de vídeo e o volante terminou expulso, prejudicando o seu time, obrigado a jogar por mais de 90 minutos (incluindo acréscimos) com um jogador a menos.

Como Vargas, Mikael se mostrou arrependido pelo ocorrido e se dirigiu aos companheiros de time em reuniões internas. Por parte da diretoria, o jogador recebeu uma punição branda. Ao invés de ser simplesmente afastado ou suspenso, ele recebeu a determinação de distribuir cestas básicas de alimentos a entidades assistencialistas.  

A grande preocupação do chileno é reabrir pontes com a torcida, exatamente a mesma coisa que Mikael deveria se preocupar em buscar. De titular absoluto, ele corre o risco de se tornar uma alternativa entre os reservas da equipe.

Maior que a desconfiança do torcedor em relação ao seu comportamento, a essa altura, é o grau de desconfiança que o técnico Márcio Fernandes mantém em relação ao jogador. Depois da partida com o Vitória, Mikael passou a ser um fator de risco ambulante.

Caberá somente ao jogador a difícil tarefa de reconquistar a torcida e o comandante. Para isso, talvez seja necessária a intervenção da comissão técnica, com um trabalho específico de psicologia do esporte para dar a Mikael orientação e preparo para enfrentar desafios no campo emocional.

O acompanhamento mental e comportamental de atletas é comum em esportes individuais, como tênis e ginástica artística, mas só nos últimos anos passou a ser parte das comissões técnicas no futebol.

Os neurocientistas costumam avaliar o grau do impacto emocional que afeta um jogador sob forte pressão. Elaboram exames sofisticados, que passam por estudos genéticos e de neuroimagem, para entender o funcionamento do cérebro.

A partir dos resultados, é elaborado um programa específico destinado a cercar o jogador de todas as condições para entender o problema e corrigir seu comportamento. Parece complicado, mas é apenas um retrato da evolução da ciência aplicada à vida normal, o que permite entender que diversos fatores podem influir na condição mental de um atleta.

Jogar bola parece muito simples, mas os clubes devem entender que os interesses que permeiam o negócio futebol afetam os atletas de maneiras bem diferentes. 

Feira do Porto da Palha conquista o FutFeira 2022

Em plena semana de comemoração do ofício de feirante, o torneio FutFeira 2022 foi encerrado sob aplausos no aspecto esportivo e da inclusão social. Através da disputa de um campeonato de futebol de sete, também conhecido como futebol Society, os jogos foram formatados para levar qualidade de vida e lazer aos feirantes de Belém. 

As principais feiras livres da cidade foram representadas no FutFeira 2022: feiras do Jurunas, 25 de Setembro, Guamá, Porto da Palha, Entroncamento, Ver-o-Peso, Pedreira, Providência, Barreiro, São Brás, Cremação.  

Com início em junho passado, no formato de mata-mata, o torneio teve dois turnos. No primeiro, a feira do Entroncamento foi a vencedora. O segundo teve o triunfo da equipe do Porto da Palha.

Depois de quase dois meses de disputa, a grande final foi realizada no dia 24 de agosto, colocando frente a frente os times vencedores de turnos. Com equilíbrio durante a partida, o placar ficou em 3 a 3, forçando a decisão em penalidades. O Porto da Palha levou a melhor e se tornou o grande campeão do primeiro FutFeira.

Remo confirma goleiro e decide hoje sobre a Copa Verde

Em meio às incertezas geradas pela Copa Verde, o Remo anunciou ontem o acerto com o goleiro Victor Tube, ex-Tuna, que havia sido contratado em meio à campanha da Série C. A informação gerou surpresa e a suspeita de que é o primeiro passo para a confirmação de participação na Copa Verde 2022.

A diretoria, porém, não emitiu qualquer sinal nesse sentido. Em entrevista à Rádio Clube, ontem, o presidente Fábio Bentes manteve um tom contido, embora ainda claramente irritado com o que considera uma decisão de afogadilho por parte da CBF.

Fábio defende que o torneio seja adiado para o início do próximo ano, como foi feito neste ano com a edição de 2021. Entende que, desta forma, será possível equacionar os custos de novas contratações, sem prejudicar o planejamento orçamentário dos clubes que tiveram que desmontar o elenco após a Série C e a Série D.

De toda sorte, a decisão do clube será oficializada hoje, último dia do prazo estabelecido pela CBF para confirmar ou abrir mão de participação na CV. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 26)

Justiça Federal condena PMs por tortura contra adolescente indígena em Itaituba

A Justiça Federal condenou três policiais militares e uma mulher de Itaituba, no sudoeste do Pará, pelo crime de tortura contra um adolescente indígena da etnia Munduruku. Os fatos ocorreram em 2005 e os quatro réus foram condenados no último dia 18. A ré Dolores do Socorro da Silva Gama foi sentenciada a 10 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. Os PMs Clésio Ricardo de Carvalho, Clebio Coelho Ferreira e Walber Wagner Chagas da Silva foram condenados a 12 anos e 10 meses de prisão cada um e à perda dos cargos públicos.

Todos os réus terão o direito de recorrer da sentença em liberdade e, só ao fim do processo serão inscritos no rol dos culpados e presos. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o adolescente indígena – que tem a identidade protegida por lei – foi capturado por Dolores e mais um homem, Leandro Roso Domingues, que está sendo julgado em processo separado. Eles acusavam o menino de ter cometido um roubo.

O casal levou a criança para sua casa, onde passaram a cometer uma série de torturas, pisando em sua cabeça, o espancando e sufocando com uma almofada. Diante do silêncio da criança, o levaram para um matagal atrás da casa e continuaram com as surras. O menino permaneceu calado e então ambos o colocaram em um carro e o levaram a uma delegacia de polícia, onde não foram atendidos. Em seguida, o levaram para o 15º Batalhão da PM em Itaituba, onde os outros três réus, Clésio, Clebio e Walber o algemaram, puseram em uma viatura e voltaram para a casa de Dolores e Leandro.

Orelha foi queimada – “Permanecendo calada quanto ao fato, a vítima foi novamente conduzida à viatura da Polícia Militar, na qual adentraram também os policiais militares e o réu Leandro, os quais conduziram a vítima para a localidade ‘bueira do Bom Jardim’, tendo sido a vítima novamente espancada, além de ter tido a orelha direita queimada. Após os fatos acima, a vítima teria sido abandonada às proximidades de um campo do mesmo bairro, conforme os relatos da denúncia”, relata a sentença judicial.

Os réus foram condenados pelo crime de tortura com agravantes. “O menor indígena foi ouvido e relatou com riqueza de detalhes ter sido espancado pelos réus para confessar um crime de furto, sendo algemado pela polícia militar, sofrendo diversas agressões e tendo inclusive sua orelha queimada pelo denunciado Leandro, sofrendo sucessivas violências para confessar um fato, porém, permanecendo em silêncio”, relata a sentença.

Para a Justiça Federal, os réus que são policiais militares tinham o dever legal de proteger os cidadãos e não de agredi-los. Os agentes, diz a sentença, deveriam “ter evitado o crime cometido e não auxiliado, reforçado e agredido ainda mais a vítima”, como fizeram. Os réus podem apelar da sentença ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. Eles terão direito de recorrer em liberdade. (Da Assessoria de Comunicação/MPF)