Cabeça fria, coração quente

POR GERSON NOGUEIRA

Sem problemas na escalação, o PSC enfrenta o ABC neste sábado (27) com ânimo renovado, depois da estreia negativa – perdeu para o Vitória, em Salvador – no quadrangular da Série C. As condições que se apresentam para o jogo são inteiramente favoráveis. Com a formação ideal em campo e a torcida lotando as arquibancadas da Curuzu, o time raramente deixou escapar a vitória atuando em casa neste Brasileiro.

Os desafios também são consideráveis, visto que o ABC venceu o Figueirense na primeira rodada e entrou na briga pelo acesso. A partir daí, virá a Belém disposto a brigar arduamente por um resultado satisfatório. O empate seria perfeito para as pretensões do time potiguar.

Cabe lembrar que o ABC não entrou no quadrangular como favorito ao acesso. Dos quatro participantes, era o menos cotado ao final da fase de classificação, correndo por fora em relação a PSC, Figueirense e Vitória. Uma vitória mudou a perspectiva e deu ao time alvinegro o gás necessário para acreditar em suas próprias forças.

Por tudo isso, o jogo de hoje vai exigir muito dos bicolores, não apenas no aspecto meramente técnico. Paciência, foco e frieza são virtudes fundamentais a essa altura do campeonato. Não basta ter uma boa performance com a bola; é preciso estar atento às variáveis do confronto.

Todos os manuais de jogos decisivos ensinam que o mandante deve tentar abrir vantagem nos minutos iniciais ou, no máximo, ainda no primeiro tempo. É uma forma de reduzir a carga de pressão que recai sobre o time, a partir das expectativas da torcida.

Os erros de marcação verificados na derrota em Salvador não podem se repetir. Os laterais Igor Carvalho e Patrick Brey são eficientes no apoio ao ataque, mas não podem desguarnecer o lado defensivo. Quando isso ocorrer, é necessário que os volantes cubram as laterais do campo.

É verdade que, desta vez, o time não terá que se desdobrar para suprir a ausência de um homem, razão maior dos buracos abertos no sistema defensivo. Pelo menos, essa é a expectativa. O que aconteceu na primeira rodada não pode mais se repetir. É hora de cabeça fria e coração quente, como prega o mister luso-palmeirense Abel Ferreira.

Ao Papão, mais do que nunca, cabe repetir o velho mantra: esmorecer jamais, principalmente quando ostenta a condição privilegiada de dono da casa. Impor respeito é, portanto, atitude fundamental.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda a atração na RBATV, excepcionalmente às 20h, em função da transmissão do debate presidencial pela Band. Edição de Lourdes Cezar e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, o segundo jogo do Papão no quadrangular da Série C.

Direto do blog campeão

“Leio no DOL que a diretoria azulina está revoltada com o atual presidente da FPF, que teria manipulado de forma que a CBF somente agora, quando o Remo e outros clubes já haviam desmontado seus respectivos times. Ora, ora! Quanta ingenuidade! Esperavam o quê? Eu, não precisando ser adivinho, fui uma das poucas vozes a protestar nas redes sociais contra a hegemonia bicolor num setor tão estratégico como a FPF, numa dinastia que vem desde Euclides Freitas. Mas, para a diretoria do Remo, cujo time já iniciou prejudicado na montagem da tabela da Série C, estava tudo certo, tudo belo! Cheguei a arranjar uma treta no Twitter com André Cavalcanti, como aqui registrei. Não é só futebol, segundo o Guerra. E assim caminha a humanidade”. Antônio Valentim

“Muito vem pontuado, amigo Gerson, seu artigo sobre o Fernando Diniz. Faço apenas a ressalva de que os times por ele dirigidos até aqui, foram apenas times, como é o Fluminense. Ele não teve a sorte de um Cuca, de um Abel Ferreira, um Jorge de Jesus ou mesmo a de um Dorival Jr, cujos elencos são estelares. E é por isso que o Diniz é fantástico. Ninguém conseguia fazer o Ganso brilhar. Samuel Xavier era execrado pela torcida. Caio Paulista, de atacante pela direita, virou ala esquerda. Porém, as limitações, e até no time, tem jogadores limitados, provocam aquilo que visto na quarta-feira: dois gols em que a bola era tricolor. E isso aconteceu em Porto Alegre, contra o Inter, e no Rio, diante de Fortaleza e Coritiba. Sendo que nos jogos do Maracanã, a classificação contra os cearenses e a goleada em cima do Coxa, ajudaram a maquiar os graves defeitos. Quanto ao que você escreve sobre a Copa Verde, onde é que eu assino? Parabéns, Gerson, você continua dando show!”. Valdo Sousa

“Não é de hoje que a CBF trata a Copa Verde com desdém, como esmola para os clubes participantes. Não custa lembrar que na única oportunidade em que um clube do Pará esteve habilitado à Copa Sul-Americana, através do Paysandú, puxaram-lhe o tapete sem maiores cerimônias, sem que a CBF fizesse o mínimo esforço para bancar nossa participação, prevista no regulamento quando o clube paraense conquistara uma das Copas Verde. A entidade que se diz ‘mater’, preferiu a contumaz omissão, transferindo a culpa da exclusão à ‘decisão superior’ da Conmebol! A rigor, esta Copa Verde padece de legitimidade no seu DNA. Ao presumirmos que as Copas Norte/Verde representariam a Amazônia – no máximo a dita Amazônia legal, por que termos participações de clubes de regiões em nada similares ao habitat e geografia amazônicos? Por que dar acesso a clubes do Cerrado (Goiás, Tocantins e Brasília), Mato Grosso do Sul (fronteira com o Paraná) e Espírito Santo (vizinho ao RJ, já no Sudeste)? Por que estes clubes não reivindicam participar da Copa Nordeste, ou criam a do Centro-Oeste? Certo que os clubes que ora reclamam, choram o leite derramado, se dizem desprestigiados, estarão firmes e fortes, na próxima temporada mendigando antecipação de ‘vales’, ou na próxima eleição da CBF, para sufragar a reeleição do presidente atual, ou apoiar o novo candidato da situação”. George Carvalho

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 27/28.08)

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