POR GERSON NOGUEIRA

Quem se deu ao trabalho de assistir – e se irritar – com o confronto entre Flamengo e Atlético-PR pela Copa do Brasil, anteontem, deve estar se indagando o que os árbitros nacionais fizeram das regras do futebol. É uma barafunda de critérios desconectados da lógica do jogo e que reforçam a impressão de que o apito soa conforme a cor da camisa.
Os dois rivais rubro-negros se lançaram a um duelo inclemente desde os primeiros movimentos. A ofensividade do Flamengo e seus jogadores de frente – Gabriel Barbosa, Arrascaeta, Everton Ribeiro e Pedro – contra a marcação implacável do Atlético.
Ao longo dos 90 minutos, não houve um minuto sequer de trégua. A bola foi disputada intensamente, às vezes com golpes abaixo da linha da cintura, ante o olhar mortiço do árbitro Luiz Flávio de Oliveira, que parecia fazer um tremendo esforço para levar o jogo até o fim sem expulsar ninguém.
Não se trata aqui de apego ao pacifismo. É tibieza mesmo. Medo de desagradar interesses maiores ou simplesmente covardia diante de um estádio cheio. Árbitros desse naipe deveriam se limitar aos jogos das divisões de base ou aqueles rachões entre solteiros e casados.
Empurrado e peitado o tempo todo por Gabriel Barbosa, uma espécie tipicamente brasileira de jogador – aquele que dedica a maior parte de seu tempo a encher o saco dos árbitros, reclamando de tudo que é marcado contra seus interesses.
O que impressiona não é ver Gabriel agir impunemente. Espanta é observar que os árbitros aceitam passivamente o palavreado chulo e os pulinhos irritados apenas porque o atacante é um ídolo do Flamengo. Jogasse no América-MG ou no Ceará seus chiliques jamais seriam tolerados.
Frente ao Furacão, Gabriel pintou e bordou. Tentou apitar o jogo na marra e foi se tornando mais azedo à medida que o gol não saía. De repente, sai em disparada atrás de Fernandinho, provoca um encontrão e complementa com um chute nas canelas do volante.
Detalhe: tudo diante do árbitro banana, que acompanhava a situação a menos de dois metros de distância. Luiz Flávio relutou por alguns segundos, mas, diante do absurdo da cena, resolveu agir: puxou o amarelo e advertiu Gabriel e – pasme – Fernandinho.
Premiou o agressor com uma punição menor e fez média com a magnética do Flamengo amarelando também a vítima. Poucas vezes se viu tamanho absurdo em campos brasileiros nesta temporada. Logo em seguida, Arrascaeta, talvez inspirado na truculência do colega de equipe, deu uma entrada criminosa por trás nas pernas de Erick.
Um lance extremamente temerário, que poderia ter resultado em contusão grave. Luiz Flávio deixou a jogada seguir e só depois de muito pensar voltou à cena do crime para dar um risível amarelo para o meia uruguaio. Uma vergonha completa.
Para fechar a noite, fingindo energia e pulso, deu um cartão vermelho para o boca-suja David Luiz, o homem das lágrimas do 7 a 1. Sim, o Flamengo e sua mal acostumada torcida também tem motivos para queixas. O soprador de apito deixou de dar um penal em Leo Pereira. Chamar Luiz Flávio de fraco é licença poética.
Mesatenistas paraenses disputam Brasil Challenger
Atletas amadores de tênis de mesa da associação da modalidade e da Assembleia Paraense irão participar da Copa Brasil Challenger de tênis de mesa, no Rio de Janeiro, neste final de semana. Eles irão concorrer nas modalidades mirim, juvenil, sênior e absoluto.
Graças ao auxílio financeiro da Secretaria de Esporte e Lazer do Estado do Pará (Seel), os mesatenistas terão passagens aéreas, hospedagem e alimentação garantidas para se dedicarem somente aos jogos, prometendo trazer medalhas e subir no ranking nacional.
Outro desportista de primeira linha decide sair de cena
O gesto de abrir mão de uma carreira brilhante, ainda no auge, é ato de puro desprendimento, raro entre desportistas famosos. O alemão Sebastian Vettel, detentor de quatro títulos mundiais de Fórmula 1 e um cartel de 53 vitórias em quase 300 GPs, decidiu pendurar o volante e simplesmente ir viver a vida.
Faz isso aos 35 anos, cercado da admiração dos companheiros de automobilismo e o respeito do público. Vai parar de correr no fim da temporada. Comunicou isso de maneira extremamente elegante, com um vídeo no Instagram em que esmiúça os motivos de sua decisão.
A Aston Martin saiu algumas horas na frente, informando sobre o futuro do piloto, mas o que marcou mesmo foi a mensagem pessoal de Vettel. Revelou que, com o passar do tempo, foi descobrindo outros interesses, principalmente o de acompanhar mais de perto o crescimento dos três filhos.
Disse, ainda, que está empenhado em lutar concretamente contra as mudanças climáticas desencadeadas por ações do homem. Sem parecer pedante ou cabotino, ressaltou a vontade de garantir um futuro para as crianças através do combate ao aquecimento global.
Dentro desse novo cenário que se descortina, Vettel afirmou que “a melhor corrida ainda está por vir”. Pelo histórico, é bom não duvidar. Nem sempre atletas vencedores são compreendidos quando decidem jogar tudo para o alto e seguir noutra direção.
Ricos, independentes e sem preocupações, têm todo o direito de sair da rotina infernal de treinos e provas. Nesses momentos, confirma-se a tese de que grana não é tudo, pelo menos para alguns, que em determinado momento freiam e mostram quem realmente manda no dinheiro. Convenhamos, é preciso coragem.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 29)
A patuscada é tamanha que o time da Globo e da CBF goza de todo tipo de prerrogativas, e é justamente esse tipo de coisa que mancha o futebol brasileiro.
Aliás, vi uma moça dessa emissora defender de todas as formas possíveis as atrocidades cometidas por Gabigol e Arrascaeta. Lamentável.
Só perco meu tempo hoje para assistir as partidas, no futebol brasileiro, em que Remo e Botafogo participam. São coisas do coração, quem me trazem mais dissabores do que alegria. Não suporto mais tantas arbitragens ruins, jogos toscos, catimba, violência e atitudes marrentas de técnicos e jogadores durante os jogos. Fora de campo, há ainda os torcedores travestidos de jornalistas esportivos, falando todo tipo de bobagem com ares de sapiência e, nesse meio, pululam os histriônicos. Não sei exatamente quando começou a mania de escalar jogadores para dar entrevistas sobre desempenho, comportamento, técnicas e táticas do time, mas foi a partir desse momento que tivemos que encarar uma quantidade imensa de platitudes, lugares-comuns e frases sem sentido verbalizados pelos boleiros. Depois de uma derrota tem sempre um “vamos levantar a cabeça”, “agora é olhar pra frente”, “vamos esquecer o passado”, “agora é somar três pontos”, “temos que criar vergonha na cara”, de maneira a amenizar o futebol horrível apresentado na partida anterior. Ver e ouvir tudo isso é só para quem tem um saco de Papai-Noel.
Este já foi o país do futebol. Não é mais. Boleiros gozam de um certo corporativismo contraproducente com o esporte bretão e os técnicos padecem sob grande ignorância tática e estratégica. Não sinto nenhum prazer ao afirmar isto, apenas me refiro a realidade. Empresários e mídia mandam no futebol. Que o diga o VAR. É que a carreira de futebolista adquiriu ares de futuro certo e promissor, dados os ganhos financeiros possíveis. É como na medicina e no direito, onde o direito econômico e de herança muitas vezes prevalecem sobre o talento. É o velho jeitinho brasileiro avançando sobre o futebol, e o descaracterizando como o espaço do talento inato frente a ambição pequeno burguesa.