Negacionismo eleitoral de Bolsonaro é repudiado e demolido por Fachin

Logo após a reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores, com novos ataques às urnas, ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, reagiu e falou que “há inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade pública importante dentro de um país democrático”. “É muito grave acusação de fraude, acusação de má-fé a uma instituição mais uma vez sem apresentar prova alguma”, afirmou o ministro, que não citou nominalmente Bolsonaro, mas lembrou a reunião que aconteceu nesta tarde em Brasília.

Fachin deu as declarações no evento de lançamento da campanha de Enfrentamento à desinformação pela seccional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo o ministro do TSE, as desinformações que estão sendo veiculadas só interessam a quem não interessa provas e fatos. “Creio que precisamos nos unir e não aceitar sem questionar a razão ade ataques institucionais e também ataques pessoais”, disse.

Ele convocou a sociedade civil a reagir contra o golpe em articulação por Bolsonaro: “a sociedade civil, além da Justiça Eleitoral, precisa fazer a sua parte na garantia de que a democracia seja preservada”. O presidente do TSE rebateu as acusações de Bolsonaro e alertou o país para o fato grave de um presidente da República buscar “o envolvimento da política internacional e também das Forças Armadas” em acusações contra o processo eleitoral.

O ministro disse ainda que a Corte eleitoral sempre esteve aberta ao diálogo, citou a gestão do ex-presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e afirmou que o próximo presidente, Alexandre de Moraes, também vai se pautar pelo diálogo. “Não contra-atacamos ninguém”, disse, ponderando que os ministros rejeitam “a falta de compromisso com a verdade”. Segundo ele, o intuito do TSE é sempre “informar ao eleitorado”. Fachin afirmou ainda que o TSE admite críticas e aprimoramentos ao sistema, mas salientou que “intervenção na Justiça Eleitoral, jamais”.

Fachin disse que o debate em torno das eleições “tem sido achatado por narrativas nocivas, que tencionam o espaço social projetando uma teia de rumores descabidos que buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”. Segundo o ministro, o atual momento brasileiro é “marcado pela naturalização do abuso da linguagem e pela falta de compromisso cívico em que se deturpam sistematicamente fatos consolidados”.

ENCENAÇÕES

Fachin afirmou que atitudes de desinformação semeiam “a antidemocracia pretensamente justificada por um estado de coisas inventado”. “Ancorado em pseudo representações de elementos que afrontam a toda evidência a seriedade do sistema da justiça e a alta integridade dos pleitos nacionais”, afirmou. Ao falar sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores, novamente sem citar nominalmente Bolsonaro, Fachin afirmou que “criam-se nesse caminho da desinformação encenações interligadas, como aliás, está a assistir hoje o próprio país”.

“É um desses Eventos órfãos de embasamento técnico, pobres em substancias argumentativas e que violam as bases históricas do contrato social da comunicação. E violam as premissas manifestas da legalidade constitucional”, afirmou. “Essa é a manipulação que estamos todos a enfrentar”.

Assim que acabou o evento de Bolsonaro com embaixadores, o TSE divulgou uma nota rebatendo as 20 alegações feitas pelo presidente Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Segundo o tribunal, diversos conteúdos foram produzidos sobre temas abordados pelo presidente na reunião com os embaixadores, como checagens e notas elaboradas pela própria Corte. O TSE lista 20 alegações de Bolsonaro que já teriam sido rebatidas desde o ano passado.

Uma delas é a de que supostos hackers ficaram por meses “dentro do computador do TSE”. O que o TSE diz que não é verdade. Outra declaração apontada como falsa trata da possibilidade de hackers alterarem ou excluir nomes de candidatos. (Do UOL)

Bolsonaro pretende mentir sobre as urnas brasileiras para 40 embaixadores

O DIA D DA FRAUDE ELEITORAL DO PARTIDO MILITAR

Por Leandro Demori

Embaixadores de dezenas de países foram convidados nos últimos dias para uma reunião com Jair Bolsonaro. Segundo a assessoria do Planalto, cerca de 40 deles comparecerão. O que pretende Jair? Mentir sobre as urnas. A ideia é mostrar a eles um “power point” (todo mentiroso gosta de power point?), o que seria uma “apresentação técnica” sobre nosso sistema eleitoral.

Quem acompanha A Grande Guerra sabe o final dessa novela. Estamos há muito tempo por aqui falando que forçar o descrédito da população contra as urnas é parte central da campanha eleitoral de Bolsonaro. Sem nada para apresentar, liderando um governo desastroso, humilhante e responsável pela gestão assassina da pandemia, a única coisa que resta ao presidente é um choro de perdedor.

O maior problema é que Bolsonaro não está sozinho. Fazem coro a ele o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o almirante da Marinha, Almir Garnier Santos, e todos os generais e oficiais do Partido Militar, como é conhecido o grupo das Forças Armadas que chegou ao poder em 2018.

O ex-ministro Braga Netto, também militar e já candidato a vice de Bolsonaro este ano, deve participar. Ele, é claro, também trabalha para destruir a confiança nas eleições.

Se a reunião for o desastre que se imagina, vocês sabem, alguns “militares” aparecerão em offs pelas imprensa se dizendo horrorizados. Esse jogo nós já conhecemos bem.

Vitória com direito a golaço

POR GERSON NOGUEIRA

O acaso muitas vezes ajuda a concretizar o esforço e a persistência. Paulinho Curuá abriu caminho para a importante vitória do Remo ontem sobre o ABC com um gol especial, por incomum. Quis o destino que ele estivesse posicionado junto à linha da grande área e a postos para pegar o rebote com um chute perfeito, meio voleio e quase um sem-pulo. Um golaço, seguramente um dos mais bonitos do campeonato.

O gol, logo no começo do jogo, deixou um pouco mais fácil a missão azulina em busca da vitória. O ABC tem uma das melhores defesas da Série C. Inteiramente modificado por Gerson Gusmão, em todos os setores, o Remo surpreendeu seu próprio torcedor com uma atitude resoluta na briga pela bola em todos os cantos do gramado.

Em nível de destaque, Bruno Alves reapareceu e criou uma opção forte pelo lado direito, abrindo caminho com velocidade e força. Brenner centralizava as ações no ataque e fez o pivô em muitos momentos, apesar de ter sido alvo preferencial das sarrafadas da zaga potiguar.

Antes do final do primeiro tempo, Leandro Carvalho inverteu posição com Bruno Alves e passou a correr pela direita. Na primeira manobra, driblou dois, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. Com a trave escancarada, Brenner se atirou, mas chegou atrasado.

No segundo tempo, já com o atacante Gustavo França em campo, o ABC se tornou mais presente nas jogadas de ataque. Criou duas situações perigosas, que o estreante Zé Carlos defendeu com os pés. Na primeira, Henan quase tocou para as redes. Depois, o próprio Gustavo chegou na área e bateu no canto, mas o goleiro mostrou arrojo para evitar o gol.

Antes que o ABC se assanhasse a complicar as coisas e estragar a noite azulina, uma boa jogada entre Leonan e Leandro resultou no avanço do lateral em direção à área. Driblando os marcadores, ele acabou derrubado e Brenner cobrou a penalidade com tranquilidade e segurança, ampliando para 2 a 0.

Depois disso, o Remo passou a controlar o jogo, evitando se expor e fechando as linhas de marcação. Curuá, que atuava bem ao lado de Uchoa, foi recuado para a última linha ao lado de Daniel Felipe e Marlon.

Vanilson entrou no lugar de Brenner, Neto substituiu Bruno Alves, Erick Flores entrou no lugar de Anderson Paraíba e Marciel no lugar de Leandro Carvalho. O time não mudou a toada na marcação, seguiu intenso até o fim e ainda teve uma excelente oportunidade quase no final, quando Erick roubou uma bola dentro da área do ABC e passou para Neto. Livre, o atacante chutou no canto direito, mas o goleiro fez a defesa.

Uma vitória merecida, coroando uma performance quase sem erros no setor defensivo e com participações inspiradas dos atacantes. A peça destoante foi o meia Anderson Paraíba. Inseguro e sem inspiração, não encontrou o posicionamento adequado e ainda errou muitos passes.

O ponto mais importante é que o resultado mantém o Remo com chances de classificação, precisando somar sete pontos em quatro jogos. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Papão sofre derrota, mas segue vice-líder

Por alguns minutos na fase inicial parecia que o PSC podia surpreender o Vitória no Barradão. Marcelo Toscano recebeu passe de Robinho, aos 14 minutos, e tocou na saída do goleiro Dalton, que defendeu com a ponta dos dedos. Foi o lance mais agudo de todo o primeiro tempo.

Apesar do apoio da torcida, o Vitória parecia travado, sem saídas eficientes para encarar a marcação do PSC à frente da área. Luidy, Eduardo e Dionísio eram os mais acionados, mas o ataque esbarrava no bloqueio de Wesley e João Vieira e não chegava a incomodar a dupla Bruno Leonardo-Douglas.

No segundo tempo, Serginho acertou um chute longo que quase enganou o goleiro do Vitória. Toscano cabeceou rente ao travessão. Pressionado pelas arquibancadas, o Vitória resolveu sair para o jogo e começou a criar dificuldades para o PSC.

Adiantou a marcação e, com isso, provocou erros seguidos de João Paulo, que substituiu Patrick Brey. Na terceira saída equivocada, Dionísio recuperou a bola e fez um lançamento curto perfeito para Luidy abrir o placar, com um chute rasteiro.

Com Bruno Leonardo amarelado, o técnico Márcio Fernandes tomou uma decisão que custaria caro ao Papão. Colocou Marcão em campo. Com menos de um minuto, o zagueiro deu uma braçada num adversário e recebeu o cartão vermelho direto.

Sem Wesley, que se lesionou e foi substituído por Gabriel Davis, o PSC viu se desfazer a estrutura montada para compensar as ausências de Genilson, Mikael e José Aldo. Douglas ainda acertou um chute de voleio, mas o placar não foi mais modificado.

O resultado estava no radar dos bicolores, mas é inegável que o time vem perdendo consistência desde a derrota para o Aparecidense, com atuações sempre abaixo do esperado. É hora de frear o processo de queda.

Águia e Japiim morrem abraçados na Série D

Os dois representantes paraenses na Série D tiveram destino semelhante, ao contrário do que se desenhou no começo da competição. A Tuna, de comportamento errático, encerrou sua participação com uma vitória empolgante (5 a 3) sobre o Tocantinópolis, no Souza.

No mesmo horário, em S. Luís, o Castanhal desabou diante do Moto Clube, perdendo por 2 a 0 e caindo para a sexta colocação. A eliminação foi um duro castigo para um time que flertou com a instabilidade desde que seu técnico ficou fora – viajando para um curso na CBF – por três rodadas. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 18)