Leão muda para quebrar jejum

POR GERSON NOGUEIRA

Sem vencer há cinco rodadas – desde a goleada sobre o Campinense, por 4 a 0 –, o Remo precisa desesperadamente dos três pontos no jogo contra o ABC na noite deste domingo, no Baenão. O jejum de vitórias tirou o time do G8 e empurrou para a temerária 13ª colocação. Pior: fez o clube mergulhar numa crise que lembrou as turbulências da Série B 2021.

Após a dispensa de cinco atletas no meio da semana e o enxugamento do elenco para 31 atletas, o cenário ficou livre para o técnico Gerson Gusmão botar a mão na massa e estrear de verdade no comando.

É provável que o time entre em campo com seis novidades em relação à última rodada. Tudo começa pelo gol, onde Zé Carlos deve entrar no lugar do ídolo Vinícius. Na lateral direita, Celsinho deve ser o escolhido. Daniel Felipe volta a formar dupla com Marlon na defesa.

O meio-campo deve ter o retorno do quase esquecido Paulinho Curuá e a entrada de Anderson Paraíba na criação. Erick Flores tem chance de reaparecer. Na linha de frente, Leandro Carvalho entra jogando, fazendo parelha com Vanilson, que segue no comando do ataque.

Gusmão tem outras alternativas para impor um jogo de fato ofensivo, como a necessidade impõe. Brenner, artilheiro da equipe, faz uma preparação especial para poder atuar pelo menos um tempo de jogo. Netto é alternativa para as beiradas, juntamente com Bruno Alves.

A situação do Remo não permite hesitações. Com 18 pontos, precisa somar mais 10 nos 15 pontos que tem a disputar. Ou vai ou racha. Vencendo, abre uma arrancada rumo à classificação; perdendo, mergulha em definitivo no baixo astral, esgotando praticamente as possibilidades de classificação.

A grande chance de Wesley mostrar a que veio

Volante moderno, que gosta de sair com a bola dominada e raramente dá chutões, Wesley não conseguiu se fixar como titular do PSC. Começou muito bem, marcando dois gols logo na estreia diante do Atlético-CE. Mas, desde então, entrou poucas vezes na equipe, terminando por ser superado por Mikael e até por João Vieira, um volante/meia que chegou depois.

Para o jogo contra o Vitória, hoje à tarde, no Barradão, em Salvador, Wesley reaparece como titular diante da ausência de Mikael. Tem um estilo diferente, menos combativo, mas compensa isso com as amplas possibilidades na valorização da posse de bola.

Ao lado de João Vieira e Gabriel Davis, Wesley terá a imensa responsabilidade de dar o primeiro combate à linha ofensiva do Vitória. Como busca os três pontos para chegar ao G8, o rubro-negro baiano deve impor um ritmo forte desde o início da partida.

Wesley foi formado nas divisões de base do Atlético Mineiro. A técnica mais apurada nem sempre impressiona e prevalece numa competição marcada pelo entrechoque e a imposição física.

Márcio Fernandes deixa claro que o time atual depende de equilíbrio na marcação, daí a prioridade pelo ausente Mikael (suspenso pelo terceiro cartão). O problema é que, diante do Vitória, a zaga também estará entregue a uma dupla que nunca atuou – Bruno Leonardo e Douglas.

O jogo é importante, mas o PSC vive situação confortável. Com 26 pontos, o time está praticamente garantido na segunda fase da Série C, que traz a disputa direta pelo acesso à Série B.

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa neste domingo, a partir das 21h30, na RBATV. Jogos de PSC e Remo em debate. Participações de Andreia Espírito Santo e deste escriba de Baião. A edição é de Lourdes Cézar.

As sombras que rondam a Copa do Catar

Quando o Catar foi escolhido como sede da Copa do Mundo não faltaram alertas no mundo todo sobre a condição dos trabalhadores que seriam recrutados para as obras de infraestrutura e dos estádios no país. Centenas de milhares de operários foram importados dos países vizinhos formando um exército de mão-de-obra sujeito a uma série de irregularidades.

Mesmo depois de estádios entregues, alguns ainda não inteiramente concluídos, muitos trabalhadores ainda sofrem com as condições precárias de alojamentos no Catar. Nesse momento, a OIT e sindicatos internacionais pressionam para que o país crie um “centro do trabalhador”, destinado a atender e orientar os operários, já que não há sindicalização no Catar.

Sem passaporte, a maioria dos imigrantes não têm direitos trabalhistas e têm dificuldade para receber pagamentos atrasados. Outra situação alarmante é a da insegurança nos locais de trabalho, além de problemas de saúde motivados pelo forte calor.

Bem ao seu estilo murista, dona Fifa deu de ombros quando foi instada a tomar providências junto às autoridades do país-sede. Ainda sob a gestão Blatter, a entidade disse que o problema não era com ela. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 17)

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