Eleição de Ricardo Gluck Paul põe fim a seis meses de indefinição na FPF

Depois de seis meses de adiamentos e muita lambança, a Federação Paraense de Futebol (FPF) elegeu nesta quarta-feira (29) um novo presidente. Ricardo Gluck Paul, 44 anos, ex-presidente do PSC, é o novo mandatário da entidade. Ele foi eleito com 117 votos, contra 68 do candidato Paulo Romano, em votação tranquila e sem incidentes. O novo presidente, já empossado, terá como vice-presidentes Ricardo Oliveira, ex-presidente da Liga de Altamira, e Reginaldo Souza, ex-presidente do Ananindeua.

Além do presidente e dos vices, as eleições definiram membros do Conselho Fiscal para o quadriênio 2022-2026. A eleição deveria ter ocorrido no dia 28 de dezembro de 2021, mas foi suspensa por uma ação judicial. O TJPA aceitou uma ação movida pela Liga Atlética de Castanhal e pela chapa “Futebol de Primeira”, encabeçada pelo candidato Paulo Romano.

O então presidente Adelcio Torres tentou continuar no cargo, amparado em antigo estatuto da FPF. Pressionado pela Justiça, teve que abrir mão da presidência. Como presidente do mais antigo filiado (Tuna), Graciete Maués assumiu interinamente, com a missão de convocar de imediato novas eleições.

Alguns meses se passaram sem que a eleição fosse marcada, até que, novamente por força de uma determinação judicial, o pleito foi marcado para 20 de abril. Ocorre que a chapa de oposição apresentou recurso apontando erros na publicação do edital da eleição. O TJPA acatou a ação.

No dia 1º de junho, um novo edital de convocação da Assembleia Geral Eletiva foi publicado marcando a data de 9 de junho para o pleito. O TJPA determinou que fosse publicado novo edital relacionando os 127 filiados que votariam na eleição de 28 de dezembro, reivindicação da chapa oposicionista. Finalmente, a 10 de junho, a Comissão Eleitoral da FPF divulgou o novo edital de convocação para a eleição com a data de 29 de junho, e assim foi feito.

Vitória de Patrícia Campos Mello e do jornalismo sobre Bolsonaro

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de confirmar a condenação do presidente Jair Bolsonaro por ofensas contra a jornalista Patrícia Campos Mello, repórter do jornal “Folha de São Paulo”, é uma vitória para o jornalismo e para todas as mulheres. É uma vitória da luta das mulheres contra a misoginia, contra o desrespeito, contra as ameaças, contra as “brincadeiras” machistas, principalmente a que foi feita contra Patrícia, que embutia uma insinuação de conotação sexual.

O ataque de Bolsonaro à honra da jornalista Patrícia Campos Mello atingia a todas as jornalistas. As mulheres têm sido ofendidas ao longo da história e principalmente as mulheres jornalistas são alvo das ofensas do governo como um todo, e particularmente do presidente Jair Bolsonaro. Ele ataca as mulheres jornalistas com especial violência. 

Quando Patrícia resolveu ir à Justiça para cobrar seus direitos estava fazendo em nome de todas nós. Depois de um voto muito ruim a favor de Bolsonaro, do desembargador Salles Rossi, hoje a relatora do caso, Clara Maria Araújo Xavier, pediu a condenação do presidente e ainda elevou a multa. A tese da relatora foi a vencedora e Patrícia Campos Mello venceu por 4 votos contra 1. (Comentário de Miriam Leitão na CBN)