Que pavulagem é essa?

Por Alberto Silva Neto (postado no Facebook)

Muito estranho – pra dizer o mínimo – esse boato (alguém confirma?) de que o Arraial do Pavulagem não aceitou colocar no palco um protesto pelos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips.

Se a justificativa for a de não fazer “política”, como li em algum lugar por aqui, pior ainda. Primeiro porque antes de qualquer conotação partidária, há o discurso crítico à Amazônia como terra sem lei.

Depois, a se considerar a dimensão partidária da manifestação mesmo, a mancha recairia sobre a extrema direita – mais especificamente sobre o bolsonarismo. Ou seja, faria sentido interpretar a atitude proibitiva do Arraial como uma passada de pano na ala política que está destruindo o Brasil.

Ainda mais essa pavulagem agora…

Localizei uma das fontes. 

Naraguassu Pureza da Costa informa em post aqui que o Junior Soares não teria aceitado colocar um cartaz de Bruno e Dom no palco do Arraial do Pavulagem. Diante da gravidade dos acontecimentos, toda e qualquer censura à forma que seja de posicionamento crítico em relação aos assassinatos deles numa manifestação cultural dessa envergadura é, na minha opinião, injustificável. Ao contrário, um grupo artístico cuja poética se propõe tão enraizada na cultura amazônica deveria ser o primeiro a escancarar sua posição em favor da justiça por todos e todas que perderam a vida lutando pra tirar nossa floresta da chancela de terra sem lei. Será que alguém do Arraial gostaria de se pronunciar a respeito?

Nota do editor: A posição reacionária do grupo não chega a surpreender. Em 2018, durante apresentações, um dos líderes do grupo costumava discutir com manifestantes de esquerda em defesa do então candidato Jair Bolsonaro.

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