CBF culpa crise na FPF pela mudança de local do clássico Brasil x Argentina

A CBF confirmou na tarde desta terça-feira (21) que o clássico Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias, será realizado a 22 de setembro na Arena Neo Química, do Corinthians, em São Paulo (SP). O jogo estava previsto inicialmente para Belém, marcando a inauguração do novo Mangueirão, mas a mudança ocorreu por causa do atraso na eleição para presidência da FPF – adiada de dezembro do ano passado.

O apresentador Galvão Bueno antecipou a informação, na segunda-feira à noite no programa Bem Amigos. A notícia repercutiu e, em função disso, a CBF encaminhou um documento do Governo do Estado expondo ao governador Helder Barbalho os pontos que determinaram a mudança de planos.

Segundo o documento, a decisão de tirar o jogo do Mangueirão foi tomada porque a Federação Paraense de Futebol “não se encontra regular perante a CBF, uma vez que ainda não foram realizadas as eleições, no prazo estipulado no estatutos da FPF, para provimento dos cargos de presidente, vice-presidentes e membros do Conselho Fiscal”.

Em áudio, Bruno denuncia esvaziamento da Funai e acusa governo de “anti-indígena”

Indigenista assassinado na região do Vale do Javari no começo de junho, Bruno Pereira gravou um áudio em maio, no qual denunciava ‘apropriação’ da Funai (Fundação Nacional do Índio) pelo governo e perseguição contra ele. Restos mortais de Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips foram encontrados no Javari na semana passada. No áudio recebido pela CNN Brasil, o indigenista afirma que estava sendo perseguido pela Funai, a qual o servidor foi licenciado, e sendo julgado “quase como um chefe de milícia”. Segundo Pereira, ele estava sendo atormentado pelo órgão, desde o começo do governo de Jair Bolsonaro (PL).

O UOL entrou em contato com a Funai para comentar o áudio. O texto será atualizado em caso de manifestação. “Aí, você vê, né, como o presidente usa atividade essencial para o cara ir lá pintar os ‘korubos’, sabe? E aí, os servidores que me denunciaram para, né, para a corregedoria, para ‘Pad’, que eu estou respondendo, quase como um chefe de milícia, sabe?”, afirmou. Acrescentando: “Ninguém abre um ‘ai’. E ninguém, quando a gente foi acusado ali embaixo, disso e de assado, ninguém abre um ‘ai’, né?”.

O indigenista afastou-se da Funai e apontou, no áudio, que já sabia que o processo seria “uma luta ferrenha”. Pereira também acusou o responsável por um cargo de DAS (Direção e Assessoramento Superior), de tentar fingir “que esse governo não é anti-indígena”. “Quando pedi meu afastamento, sabia que ia ser dessa forma, sabe? Sabia que ia ser uma luta ferrenha e estava preparado para isso, tenho meus filhos pequenos para dar de comer também, tenho toda uma história, tenho minha imagem, eu tenho também minha reputação, que eu, pelo que já lutei, já vivi, mas eu não conseguiria ficar ali. caladinho”, disse.

“O fulaninho do DAS 1, para se garantir, fica fingindo que esse governo não é anti-indígena, mas nós que estamos aqui. Quem é tu cara pálida? Foi totalmente abduzido, tomada, se apropriaram da Funai, todos nós sabemos disso”, acusou o indigenista. Incentivando seus outros colegas a “não baixar a cabeça”, Bruno Pereira afirmou que o governo Bolsonaro e a diretoria da Funai sabiam “muito bem pelo que eu luto”.

“Mas isso aí só gera […] e mais luta, né? Não vamos baixar a cabeça, não. Força aí, não desanime. Estar perto de mim é criptonita, é tóxico para essa direção. Eu me sinto bem por isso. Triste pelo todo, né? Bem no sentido de que bom que eles sabem muito bem o terreno marcado pelo que eu luto, né? Eu sei de que lado e quais as lutas que eu estou combatendo, né? Onde a gente está ganhando e onde a gente está perdendo”, afirmou. Pereira e Phillips desapareceram no dia 05 de junho na região do Vale do Javari. Com as mortes confirmada pela Polícia Federal, as investigações continuam para descobrir se haviam mandantes no assassinato. (Com informações do UOL)

A frase do dia

“Nosso modelo de judiciário é nobiliárquico. Acredita que mantendo pessoas alijadas dos problemas da sociedade teremos uma prestação jurisdicional de mais qualidade. Juízes e juízas pagos a peso de ouro, com regalias mil constituem uma casta que não pisa no chão que nós pisamos”.

Fernando Horta, professor e historiador

Segundo Galvão Bueno, a CBF tem outros planos para o jogo Brasil x Argentina

A bagunça instalada na Federação Paraense de Futebol – sem eleger um novo presidente desde dezembro de 2021 – causou o cancelamento da vistoria técnica que a CBF faria nas obras do novo Mangueirão e parece que vai inviabilizar a marcação do jogo Brasil x Argentina pelas Eliminatórias, suspenso em setembro do ano passado. Em programa de TV, na segunda-feira à noite, o apresentador Galvão Bueno informou que a partida será realizada na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.

Esta seria a decisão da CBF, que precisa comunicar a Fifa e a Argentina até esta quarta-feira, dia 22. A partida está marcada para 22 de setembro. Por enquanto, a CBF não confirmou a escolha do local do jogo.

Na data Fifa do dia 27 de setembro, a intenção da CBF é de que a Seleção Brasileira jogue contra uma seleção africana. Segundo Galvão, a partida só não será realizada em São Paulo caso a Argentina sugira outro local, como por exemplo na Europa, cenário que seria ainda melhor para a CBF.

Desde 2021 o governador Helder Barbalho tem conversado com a direção da CBF para garantir a presença da Seleção na festa de inauguração do novo Mangueirão, prevista para setembro próximo. O que pode atrapalhar essa escolha é justamente o vácuo de poder na FPF.