
Registro de um dos maiores encontros da música popular brasileira: Arnaldo Baptista, Rita Lee, Caetano Veloso, Nana Caymmi, empresário Guilherme Araújo (sentado), Serginho Dias Baptista, Jorge Ben, Gal Costa e Gilberto Gil. Idos de 1970.
XP Investimentos cancelou a divulgação de pesquisas eleitorais semanais, conduzidas pelo Instituto Ipespe. A decisão ocorre dias depois de a empresa ter sido alvo de ataques e ameaças de boicote por parte de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que têm aparecido na sondagem em desvantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao UOL, a corretora de investimentos afirmou que a medida visa a viabilizar a apresentação de um panorama mais completo sobre as eleições deste ano.
“A realização das pesquisas terá periodicidade mensal, com número de entrevistas ampliado em relação às realizadas nos levantamentos anteriores, oferecendo uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado”, disse a empresa.
Com a decisão, o resultado da sondagem, que seria divulgado na próxima sexta-feira (10), foi retirado hoje do site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao UOL, integrantes da equipe que representa Lula junto a tribunais superiores afirmaram que avaliam levar o caso à Justiça. A avaliação, contudo, é que o MPE (Ministério Público Eleitoral) vote pela improcedência de eventual ação do PT sobre o caso.
O último levantamento, divulgado na sexta-feira (3), mostrou Lula com vantagem de 11 pontos percentuais sobre Bolsonaro. O petista tinha 45% das intenções de voto contra 34% de Bolsonaro na pesquisa estimulada —quando é apresentada uma lista de pré-candidatos. Na pesquisa espontânea, Lula ficou com 39% das intenções de voto, e Bolsonaro com 29%.
Uma divulgação, em que o Ipespe ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do Brasil de 30 de maio a 1º de junho, por telefone, provocou, por parte de apoiadores de Bolsonaro, manifestações nas redes sociais contra a corretora de investimentos. O mapeamento mostrou que 35% dos brasileiros avaliam que Lula é honesto. Bolsonaro pontuou com 30.
“Desde 2016, o Brasil perdeu quase 100 bilhões em investimentos na ciência, nas universidades e na cultura. O resultado desse desmonte é a destruição das instituições públicas e a deterioração das condições de vida da população. É urgente reverter esse projeto de destruição do BR”.
Márcio Tavares, historiador e gestor cultural
POR GERSON NOGUEIRA
A melhor atuação do Remo na Série C não deixou de ser surpreendente para quase todo mundo, aparentemente até para o técnico Paulo Bonamigo, que considerou “atípico” o resultado. Bem, no retrospecto do time em competições nacionais, a goleada não é de fato um placar frequente. A última, por 4 a 0, ocorreu há 10 anos (em 2012) contra o Náutico de Roraima, pela Série D do Brasileiro.
Só este fato já deixa clara a importância do que ocorreu na segunda-feira à noite, no Baenão, contra o Campinense-PB. O grande público presente, apesar do temporal, teve a oportunidade de ver o Remo mostrar uma ofensividade que parecia reprimida.
Nesta edição da Série C, o mais próximo que o time chegou foi o 3 a 1 sobre o Mirassol há três rodadas. Goleada parecia um prato risco do cardápio a partir do próprio modelo de jogo executado ao longo da disputa. O Remo jogava sempre para vencer na conta do chá. Placar de 1 a 0 ou 2 a 1 era suficiente para deixar a equipe satisfeita.
Essa falta de apetite foi responsável direta por alguns insucessos ao longo do campeonato. Em Manaus, preso a um jogo de passes laterais e nenhuma profundidade, o Remo perdeu a chance de derrotar o dono da casa. Num contra-ataque, tomou o gol e perdeu o jogo. Diante do São José, em Belém, fez 2 a 0, tropeçou nas próprias pernas, recuou e cedeu o empate num incrível apagão de 2 minutos.
Um dos piores jogos dos azulinos foi contra o Ypiranga, em Erechim-RS, quando marcou um gol (Netto) logo no começo da partida. Satisfeito com o escore mínimo, baixou as linhas muito cedo – fato agravado pela perda, por lesão, de Everton Sena e Leonan – e permitiu que o adversário se impusesse ainda no primeiro tempo e virasse para 2 a 1.
Todas essas lembranças servem para valorizar o jogo destemido, agressivo e vertical praticado contra o Campinense. Um motivo especial oportunizou essa postura: a dinâmica que Fernandinho, Erick Flores e Marciel imprimiram à transição ofensiva, fazendo com que a bola estivesse sempre trabalhada no sentido do gol.
Antes de abrir o placar, aos 30 minutos, com Brenner, o Remo já havia feito nove ataques, três deles perigosos e muito bem executados. Um índice muito superior ao que foi apresentado na vitória sobre o Floresta uma semana antes. Naquele confronto, o Remo finalizou apenas quatro vezes em todo o primeiro tempo.
Na partida de anteontem, Erick Flores foi ainda mais fundamental a partir do gol marcado, aos 34’. Pela beleza do lance, com roubo de bola e finta antes da finalização, é seguramente um dos gols mais bonitos de sua carreira, que não é marcada por tantos gols assim.
Além disso, há o fato especial da reabilitação após os problemas extracampo ocorridos em Erechim. Foi como um descarrego e a comemoração foi emocionante, com o apoio de todos os companheiros.
É importante dizer que, além dos gols de Daniel Felipe e Vanílson no tempo final, o Remo podia ter desfechado uma goleada ainda mais ampla. Brenner perdeu uma grande chance ainda no 1º tempo e a arbitragem deixou de assinalar duas penalidades em favor dos azulinos.
De toda sorte, mais que o placar, o desempenho que proporcionou a goleada abre a expectativa para um Remo menos encolhido, hesitante e medroso, sobretudo nos jogos como mandante. É preciso entender que times que têm grandes torcidas não têm o direito ao desânimo e à contenção. Vibração, que decorre da ofensividade no jogo, é item obrigatório. Sempre.
(Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
A busca do equilíbrio para fazer Danrlei jogar mais
O trabalho que o PSC desenvolve com o atacante Danrlei, um de seus goleadores na temporada (8 gols), é todo no sentido de colocá-lo em condições de jogar mais. Para um jogador que já provou ser eficiente nas tarefas ofensivas, é imperioso conseguir minutagem. Hoje, o camisa 9 só é utilizado nos 25 minutos finais das partidas.
Mesmo com o curtíssimo tempo em campo, consegue a façanha de ser um dos principais anotadores – ao lado de Marlon – e pontificar como um jogador imprescindível. Ocorre que em competições que têm grande exigência de imposição física, como a Série C, é sempre temerário ter um atleta abaixo das melhores condições físicas.
Os riscos de uma lesão grave aumentam na proporção oposta ao nível de equilíbrio muscular. As avaliações sobre a potência muscular e resistência de Danrlei são constantes. Ontem, o clube informou que o parâmetro muscular dele evoluiu em relação às últimas semanas. Notícia das mais positivas para a torcida, que tem sido obrigada a ver em ação por poucos minutos o atacante que mais se identifica com a tradição de raça bicolor.
Entre enganos e meneios, Tite dribla cobranças
Quem teve a obrigação de acordar cedo para ver o Brasil realizar seu último (e inútil) amistoso asiático, contra a esforçada seleção japonesa, constatou outra vez o quanto as escolhas de adversários pré-Copa podem representar uma pedra no sapato do escrete de Tite. Os dribles fartos de Neymar sobre marcações frouxas agradam apenas ao ego do camisa 10, representando pouco para o exigente torcedor brasileiro.
Todo mundo sabe que as facilidades vistas em Seul e Tóquio dificilmente irão ocorrer no Catar daqui a 6 meses. Lá, como foi na Rússia há quatro anos, Neymar será marcado no bico da chuteira, terá espaço mínimo para fazer firulas e pas de deux e jamais será agraciado com a chance de bater tantas penalidades nascidas de lances mandrakes.
Ainda há tempo de arranjar um ou dois testes de verdade, pelo menos para que se saiba se Paquetá é mesmo o supercraque que Tite tanto admira, se Fred é o novo volante dos sonhos e se Philipe Coutinho de fato despertou da longa sonolência. O problema é que Adenor obviamente prefere uma caminhada tranquila até o Catar, livre de cobranças e aporrinhações.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 8)