Dia: 26 de novembro de 2021
A frase do dia
“A foto das 300 balsas no rio Madeira percorreu o mundo e criou consternação depois do blá-blá da COP 26. Atestou as mentiras do capetão, que incentiva os garimpeiros. Fazem o que querem contra os indígenas e a natureza. Depois vendem o ouro para empresas de Inglaterra e Canadá”.
João Pedro Stédile – MST
Virou meme
Uma senha para a cidadania
“No Rio, a formação da identidade passa, também, pela eleição de um time de futebol. O poeta, fiel à sua infância, escolhe o ‘Botafogo Futebol Clube’. Não frequenta os estádios. Não lê o noticiário. Não ouve as transmissões pelo rádio. Mas, se perguntarem seu time, afirma: ‘Botafogo’. Não se trata de uma paixão, mas de uma senha para a cidadania.” – Vinícius de Moraes, poeta
“Botafogo é um menino de rua perdido na poética dramaticidade do futebol” – Paulo Mendes Campos, escritor
“O Botafogo é o clube mais passional, mais siciliano, mais calabrês do futebol brasileiro” – Nelson Rodrigues, escritor
“Ser Botafogo é escolher um destino e dedicar-se a ele. Não se pode ser Botafogo como se é outro clube: você tem que ser de corpo e alma.” – Mário Filho, jornalista
“O Sr. sabe lá o que é um choro de Pixinguinha? O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal? O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?” – Vinícius de Moraes
“O Botafogo tem tudo a ver comigo: por fora, é claro-escuro, por dentro, é resplendor; o Botafogo é supersticioso, eu também sou. O Botafogo é bem mais que um clube – é uma predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus.” – Armando Nogueira, jornalista
2022 terá carnaval?
Por José Marcos Araújo
Tenho lido nas redes sociais diversos textos questionando a realização do Carnaval em 2022 e até condenando as ações que estão sendo empreendidas para a retomada das festas carnavalescas. Algumas impregnadas de preconceitos contra a festa de manifestação cultural, outras preocupadas com a questão sanitária e outras apenas repetindo as vozes contra a sua realização. Em primeiro lugar é importante registrar que o povo que constrói o carnaval, em todo o país, somam centenas de milhares de pessoas que, em nenhum momento fizeram qualquer mobilização para que a festa popular se realizasse em 2021, sem que as condições sanitárias permitissem. Com toda a dificuldade que uma decisão dessas traz, as entidades Escolas e Blocos acataram a orientação da ciência e mesmo com fortes prejuízos financeiros para às instituições e para os profissionais que fazem e vivem do Carnaval, suspenderam os ensaios, a produção, os folguemos e o desfile do ano passado.
Como diz a canção “eu não brinquei e você também não brincou. Aquela fantasia que eu comprei, ficou guardada…”. É importante esclarecer que o carnaval não é apenas o ou um desfile. São dezenas de milhares de pessoas que tem no evento a sua manutenção econômica. São os artesãos, as costureiras, os músicos, os sapateiros, ferreiros, decoradores e uma dezena de categorias de profissionais que sofreram o desemprego em uma atividade que além de econômica, envolve empatia e amor.
O objetivo de todos, carnavalescos, engenheiros, operários, comerciários e toda sociedade é que possamos realizar a vacinação de todos, que possamos respeitar e aplaudir a ciência, seus ensinamentos e importância, para que possamos superar o quadro que já nos arrancou mais de 611 mil pessoas, mortas pela pandemia e pela negligência de quem optou por caminhos que não nos protegeram. Nossa busca é, superado esse quadro dantesco, posamos ir reorganizando a vida social, adequada às lições desse mal, que deixará obrigatoriamente mudanças de paradigmas de respeito a higiene, ao meio ambiente, à ciência, onde objetos como máscaras e álcool gel deverão permanecer em nossas vidas.
Hoje (14/11), com cerca de 73,56% da população parcialmente imunizados (156.918.899 pessoas). E, com 58,78% da população está totalmente imunizada (125.380.340 de pessoas). E a dose de reforço foi aplicada em 11.948.110 pessoas, ou 5,6% da população. São esses números que levaram a redução dos números de óbitos causadas pelo Covid19 e que está orientando as decisões de retomada das atividades econômicas.
Os bancos começam a retomar o atendimento pessoal, as casas comerciais ampliam os horários e regras de funcionamento, os restaurantes, as casas de eventos, jogos de futebol e outros eventos esportivos e sociais. Porque será que apenas o carnaval está fadado a se manter silente, imobilizado? Isso nos faz lembrar a época, não tão longínqua, até meados do século XX, onde a simples posse de um instrumento de percussão, como um tamborim era motivo de perseguição e até cadeia para seu portador, que logo era acusado de vagabundagem é chamado de bandido.
São muitas as histórias como do sambista João da Baiana (1887-1974), que enfrentou problemas com a polícia por andar com seu pandeiro pelas ruas do Rio de Janeiro, quando a polícia apreendia o instrumento como prova da “vadiagem” do compositor. Mesmo que o samba hoje seja um dos mais populares ritmos brasileiros, já sofreu muita perseguição, por sua origem racial, onde aos negros era negado os direitos de acesso a felicidade.
Desse “mal” sofreu também a capoeira, o rap e o funk. O professor de Direito Penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Santos de Almeida, em entrevista recente à BBC News Brasil, afirmou ser “indissociável” a relação entre a perseguição ao samba e o racismo. “A perseguição no início do século passada é tão racista quanto o sistema de justiça criminal brasileiro, cujo critério determinante é a posição de classe do autor, ao lado da cor de pele e outros indicadores sociais negativos, tais como pobreza, desemprego, falta de moradia”, disse ele, cujo doutorado abordou a criminalização do samba.
Segundo Almeida, sambistas não eram enquadrados apenas quando portavam instrumentos, mas também quando tinham calos nos dedos ou fossem flagrados em rodas de capoeira. Até o formato de desfile nas avenidas, pelo Brasil afora, após a criação das escolas de samba, foi uma forma de controle do estado, com aplicação de regras e regulamentos para o desfile, substituindo os “entrudos”, formato popular até então, o para “conter as classes perigosas e as massas populares nas ruas da cidade”, afirmou Almeida. Não queremos realizar o desfile oficial de carnaval, as rodas de samba e botar os blocos na ruas de forma irresponsável, mas não aceitamos que sejamos o único ou o último segmento que irá ter a concessão de retomar as ações, por causa de nossa origem, de cor ou de classe.
Queremos vacina, queremos ciência, defendemos a vida é os cuidados sanitários, queremos que o samba e o carnaval possa buscar as condições de realizar esse tributo respeitoso à cultura, até em homenagem a todos os trabalhadores do samba que – não foram poucos – perdemos para o genocídio atual. José Marcos de Lima Araújo Bancário, aposentado e benemérito do Império de Samba Quem São Eles.”.
Sobre paraísos fiscais
Isto é Botafogo
A hora das responsabilidades

POR GERSON NOGUEIRA
O confronto com o Confiança-SE no próximo domingo é a partida mais importante do ano para o Remo. A vitória significará a permanência na Série B e a garantia de um orçamento em torno de R$ 10 milhões no futebol profissional. Ao mesmo tempo, assegura a continuidade de um projeto de modernização iniciado com a aquisição do CT de Outeiro.
Por tudo isso, o jogo vale bem mais do que a simples satisfação de permanecer na Segunda Divisão. Representa a própria sobrevivência financeira e contábil do Remo nos moldes desenhados pela atual gestão. Voltar à Série C seria um abalo de dimensões catastróficas, com consequência direta no equilíbrio das contas do clube.
Todos os trunfos serão utilizados para que a vitória seja conquistada. O técnico Eduardo Baptista sinalizou para isso ao escalar o time titular para o jogo contra o Manaus pela Copa Verde, na quarta-feira (24).
Apesar dos riscos de lesões, Baptista preferiu apostar na busca de ajustes do modelo de jogo adotado desde sua estreia, contra o Goiás. Acertou em cheio. O time, que havia feito um bom jogo contra o Vasco em São Januário, mostrou encaixe ofensivo e venceu o Manaus por 3 a 0.
O triunfo valeu a classificação às semifinais da Copa Verde, mas o tempo todo o desempenho da equipe estava voltado para a decisão de domingo diante do Confiança. O esquema treinado é o de marcação forte no meio-campo, com direito à pressão na saída de bola do adversário.
Foi assim que o Remo imprensou o Manaus no primeiro tempo, encurtando distâncias e provocando erros. É o que seguramente será reproduzido domingo à tarde no Baenão contra um adversário tecnicamente mais qualificado, apesar de já rebaixado à Série C.
Além do esforço dos jogadores em assimilar e executar o planejamento tático, o time apresentou uma novidade interessante: o protagonismo de seu principal jogador. Felipe Gedoz, destaque da equipe ao longo do Brasileiro, caiu de rendimento nas últimas 12 rodadas. Com ele, desabou também o poderio ofensivo do Remo.
Diante do Manaus, Gedoz reassumiu o papel de líder técnico do time. Concentrou a armação de jogadas, apareceu na última linha do ataque quando necessário e chutou cinco vezes a gol. No primeiro tempo, mandou uma bola rasteira na trave do Manaus. Na etapa final, mais quatro arremates, todos com grande perigo.
Fazia tempo que o torcedor não via o camisa 10 tão empenhado em buscar o gol e conduzir o time à vitória. Quando age assim, Gedoz cresce e contribui para que seus companheiros apareçam mais. Neto Pessoa, Igor Fernandes e Lucas Tocantins se beneficiaram diretamente disso.
Além do camisa 10, Baptista tem ainda Erick Flores como trunfo importante para tornar o jogo mais ágil e objetivo se entrar jogando ou se for lançado no 2º tempo, como ocorreu na partida de ontem.
Remo tenta aumentar a capacidade do Baenão
A diretoria do Remo solicitou ontem à Prefeitura de Belém o aumento da capacidade permitida de público no estádio Evandro Almeida para o jogo contra o Confiança, encerrando a Série B. Hoje, com 50% da lotação, são oferecidos cerca de 6.900 lugares.
Caso a PMB conceda a permissão, serão postos à venda novos lotes de ingressos. Até ontem, todos os ingressos disponibilizados ao público foram vendidos. Restam apenas bilhetes para sócio-torcedor, gratuidades e meia-entrada para estudantes.
Papão perde a principal referência da defesa
Sem festas ou homenagens, o zagueiro Perema anunciou ontem sua saída do PSC após defender o clube por cinco anos. Aos 29 anos, ele vai em busca de outros rumos em 2022. Não revelou, na entrevista à Rádio Clube, se já tem outro clube em vista, mas é provável que tenha proposta de um outro clube paraense ou de times da Série C.
No ato de despedida, um desencontro de informações turvou ainda mais a relação com a diretoria. Há dias, o presidente do PSC, Maurício Ettinger, informou que havia firmado um aditivo contratual com o jogador para o restante da Copa Verde. O contrato termina no dia 30 de novembro.
“Tudo que saiu nos noticiários dizendo que eu tinha assinado o aditivo é mentira. O que eu sempre disse foi que iria cumprir meu contrato, e só. Na primeira reunião que eu tive com a diretoria, depois do jogo contra o Castanhal, já havia deixado bem claro de que não ficaria depois do dia 30”, afirma Perema.
Com a camisa alviceleste foram 173 jogos, sete gols e uma assistência. Ganhou três títulos estaduais e um da Copa Verde, como capitão. A perda do acesso à Série B, com direito a episódios vexatórios, como a invasão de campo por parte da torcida no jogo com o Ituano, deixou mágoas no santareno Perema.
Revela o sentimento de medo e impotência: “Eu me senti um lixo, foi um sentimento muito ruim. Porém, saio com a consciência de que fiz o meu melhor, dei o meu máximo nos jogos”. Sobre o futuro no futebol, sigilo absoluto.
Para o Papão, o adeus de Perema é uma perda de grande porte na disputa das semifinais da Copa Verde. Apesar de algumas oscilações na Série C, Perema era a referência da defesa e foi titular absoluto nos últimos anos. Sem ele, Wilton Bezerra terá como opção de zaga para o Re-Pa a dupla Yan-Vítor Salinas.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 26)