O adeus do “último dos marxistas”

Professor José Arthur Giannotti, em foto de 2014. — Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Morreu José Arthur Giannotti, professor titular emérito do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Autor de vasta obra, polêmico, admitiu certa vez que há quem o considere um traidor do pensamento marxista ou das posições e práticas da esquerda. Escreveu sobre Marx e vários outros pensadores, como Wittgenstein e chegou a se definir, com alguma ironia, como “o último dos marxistas”.
Tive alguns contatos com ele, o primeiro quando o convidei a escrever o prefácio do Livro I de O capital. Ficou surpreso com o convite, quis conversar, saber por que e o que pensariam meus outros autores e leitores, até que topou e foi incrivelmente pontual.
Depois, quando o convidei a participar do Salão do Livro Político, duas vezes, e quando decidimos reunir alguns dos intelectuais que participaram dos famosos grupos de estudo de O capital, nos anos sessenta (Nós que amávamos tanto O Capital). Tinha sempre uma resposta interessante, entre mal-humorada e simpática, pra qualquer questão. Concordâncias e discordâncias à parte, uma perda e tanto. (Por Ivana Jinkings, no Instagram)

O filósofo José Arthur Giannotti morreu na manhã desta terça-feira (27), aos 91 anos, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada. Professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Giannotti era um dos maiores nomes da filosofia brasileira e se dedicou ao estudo de autores como Karl Marx, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein. A morte foi confirmada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que publicou um comunicado oficial.

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