Dia: 14 de janeiro de 2021
Londrina faz contas e mantém esperanças
Falta oxigênio ao pulmão do mundo
A armadilha do Enem: entidades apontam risco de contaminação em meio ao avanço da covid

No cenário da grave pandemia de Covid-19 que acomete o mundo em nossos dias, a ciência, a medicina e a prudência recomendam o isolamento social como uma das medidas mais eficazes para impedir a propagação da doença e proteger a saúde das pessoas.
No Brasil, que já acumula mais de 206 mil mortes e onde há mais de 8,2 milhões de infectados pelo coronavírus – número que, neste início de ano, cresce com rapidez semelhante à do início da pandemia – a situação é particularmente grave, impondo cuidados que não podem ser minimizados.
Pois é nesse quadro de agravamento da crise sanitária que o Ministério da Educação e a Justiça Federal em São Paulo favorecem a aglomeração de pessoas, expondo-as ao contágio pelo coronavírus. A manutenção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os dias 17 e 24 de janeiro provocou indignação de entidades estudantis e científicas, secretários de educação e de saúde, além de instituições de defesa dos direitos dos cidadãos.
O Ministério da Educação recusa-se, olimpicamente – como é a marca do governo Bolsonaro, que despreza o povo e não cuida de sua saúde e vida – ao diálogo com entidades estudantis, como a UNE, a UBES e a ANPG, e organizações que representam os cientistas, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que exigem o respeito às medidas de isolamento social e o adiamento da prova do Enem. As entidades representativas dos estudantes secundaristas, universitário e de pós-graduação divulgaram nota destacando que a consulta feita aos candidatos do Enem indicou o mês de maio para realização das provas. O objetivo é garantir a saúde de estudantes e funcionários encarregados pela aplicação da prova e também a necessária igualdade entre os mais de 5,78 milhões de estudantes que confirmaram a participação no exame.
Em documento dirigido ao Ministério da Educação, a SBPC, a UNE, a UBES, a ANPG e outras 45 entidades científicas e de estudantes, alertam para o grave perigo que a aglomeração, nas salas de exame representa para os envolvidos e chama a atenção para a situação da pandemia no Brasil de hoje, em que o contágio se acelera – e poderá ficar mais rápido devido à imprudência da realização do Enem na data marcada. E todos são unânimes em afirmar a responsabilidade do governo e do Ministério ante este quase provável agravamento.
Preocupação partilhada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass ) e pela própria Defensoria Pública da União, que também defendem o adiamento da prova para época mais segura do ponto de vista da saúde pública. (Do Congresso em Foco)
Direto do Twitter
Flordelis segue “ungida” e impune
Helder informa que vacinação no Pará pode começar no dia 21 de janeiro

O governador Helder Barbalho participou na manhã desta quinta-feira (14) da entrega de viaturas que serão disponibilizadas para colaborar na estratégia de vacinação da população paraense contra a covid-19. Durante o evento, ele falou sobre a campanha de vacinação em todo o Estado, informando que a imunização poderá começar a partir do dia 21 de janeiro.
Informou que já foi definida a logística após a chegada das vacinas ao Pará, com deslocamento rodoviário, aéreo e fluvial, para que os municípios recebam de imediato as doses. Sobre a data de início da vacinação, o governo prevê que comece no próximo dia 21 em todo o Estado.
“Aguardamos a reunião da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no próximo domingo (17), e estando tudo OK, a Anvisa validando a vacina, a FioCruz AstraZeneca e a Butantan Sinovac, nós temos condições de no dia 21 de janeiro podermos estar iniciando a vacinação no nosso estado e, se Deus quiser, em todo o Brasil”, disse Helder.
Ainda sobre a quantidade de doses, o governador informou que “neste momento, nós devemos ter 320 mil doses”. O governador disse também que os grupos prioritários serão definidos ainda nesta quinta-feira (14), mas adiantou que “profissionais de saúde, idosos (que serão ‘separados’ pela faixa etária), índios e quilombolas farão parte desse primeiro grupo de vacinação”.
Inconsciente agindo em nome de Deus
Leão prioriza manter o comando
POR GERSON NOGUEIRA
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Desde que o Remo conquistou o acesso, no domingo à noite, com a vitória no clássico e o empate entre Londrina e Ypiranga, a diretoria começa a trabalhar e projetar a estruturação da campanha na Série B 2021. Manter o técnico Paulo Bonamigo é item prioritário dessa estratégia, por razões mais do que óbvias.
Com ele, o time ganhou consistência e estabilidade na trajetória vitoriosa rumo ao acesso. Tranquilo e sério, pouco dado a declarações extravagantes, Bonamigo tem o perfil considerado ideal para chefiar o retorno azulino à Segunda Divisão.
A comissão técnica que trouxe está amplamente ambientada ao clube e à cidade, além de ter hoje um mapeamento das condições gerais e específicas dos mais de 30 atletas do atual elenco. Além disso, mantém um banco de dados com informações minuciosas sobre atletas brasileiros que podem vir a interessar ao clube na temporada.
O que cativa a diretoria, com endosso unânime da torcida, é o estilo Bonamigo. Algo assim entre a identificação plena com as características históricas do Remo e suas ambições maiores. Comedido, o técnico jamais se manifesta aos gritos e é econômico em revelações sobre o planejamento interno, blindando o trabalho no futebol do clube.
Essas virtudes são vistas como raras no panorama atual das divisões nacionais de futebol. A maioria dos técnicos de nível de Série B é conhecida pelo jeito histriônico e pouco discreto, tanto no dia-a-dia quanto nas aparições à beira do gramado durante os jogos.
Márcio Fernandes, que comandou o Remo na Série C 2019, tem muitos pontos em comum com Bonamigo. É reflexivo e silencioso, evita polêmicas. A diferença é que o gaúcho demonstra uma visão mais abrangente e certeira do futebol atual, bem ao gosto da diretoria remista.
As conversas para sua permanência estão adiantadas, embora se saiba que o projeto pessoal de Bonamigo é voltar ao Sudeste ou ao Sul. A possibilidade de ser o comandante da volta do Leão à elite (considerando o clube dos 40 maiores clubes brasileiros) é um fator que pode pesar na decisão de permanecer no Evandro Almeida.
O bom ambiente, o carinho da torcida e a responsabilidade da diretoria, principalmente quanto a cumprimento de compromissos contratuais, também são itens que devem contribuir favoravelmente aos planos de garantir a permanência do principal reforço do Remo na temporada.
Sem precisar de VAR, Peixe atropela Boca e vai à 5ª final
Foi um passeio. O Boca Juniors de Carlito Tevez nem viu a cor da bola. Depois de 1 a 0 no primeiro tempo, gol de Pituca, bom jogador, o Peixe acelerou nos primeiros minutos da etapa final e o serelepe Soteldo – como o Brasil não produz mais jogadores desse naipe? Tema para próximas reflexões – ampliou a vantagem batendo na bola como gente grande sabe fazer. Daí para o 3 a 0 foi apenas uma questão de tempo. E a goleada podia ter sido de quatro ou cinco gols, sem exagero.
Interessante é que o Santos de Cuca nunca foi cotado como um provável finalista da atual Libertadores. Era o patinho feio da legião de brasileiros credenciados a brigar pelo título – Flamengo, Grêmio, Internacional, Palmeiras, São Paulo. Atolado em dívidas e cisões internas, o clube não parecia suficientemente sólido para encarar a campanha no torneio continental. Queimou a língua de muita gente.
Com Soteldo, Pituca, Marinho e o nosso Pará, sempre negligenciado nas avaliações, o Peixe brilha pela alta performance coletiva. Os destaques individuais aparecem, aqui e ali, mas é o conjunto que prevalece. Aliás, Pará passou por algumas das maiores equipes brasileiras, sempre como coadjuvante e nenhum reconhecimento. Está jogando direitinho, é justo reconhecer.
Diante de um Boca raçudo como sempre, o Santos foi organizado, objetivo e mortal nas ações ofensivas. Vários garotos estão lá, mas o desempenho foi de um time cascudo, frio nas ocasiões necessárias. As bolas esticadas, com direção certa, permanecem como característica da equipe, herança dos tempos de Jorge Sampaoli, e garantem a chegada mais rápida de um time brasileiro ao ataque.
Papão tem retorno de titulares para buscar o acesso
Tony, Uchôa e Bruno Collaço voltam à escalação titular do PSC para o decisivo duelo de sábado à tarde em Erechim contra o Ypiranga. É uma notícia auspiciosa, pois o time precisa muito da experiência e da funcionalidade desses jogadores. O volante ficou de fora das quatro últimas rodadas, fazendo imensa falta à organização de meio-campo.
Os dois laterais têm papel importante, não só no projeto defensivo, mas nas articulações com o ataque. Collaço foi bem substituído por Diego Matos, que, em certa medida, é até mais participativo quando se junta aos atacantes, mas o experiente lateral é visto pelo técnico João Brigatti como um importante reforço na cobertura defensiva.
Tony, expulso infantilmente por xingar o árbitro no jogo contra o Londrina, quando já havia deixado a partida, tem a responsabilidade de compensar o prejuízo causado ao time. Nas declarações, vem falando em “obsessão pelo acesso”, o que é bom, mas precisa também incluir uma boa dose de equilíbrio emocional nisso.
Uchôa é um volante de características que lembram um meia. É eficiente no combate, sabe sair jogando e lança com qualidade. Para um setor carente de qualidade e dinamismo, ele é o bálsamo salvador.
A partida com o Ypiranga será tensa e desafiadora para os atletas bicolores. Será um jogo bem mais difícil do que foi diante do Londrina na penúltima rodada. Não permitirá erros e distrações. Para vencer e garantir a vaga à Série B, o Papão terá que realizar sua melhor apresentação no campeonato.
Incentivos não faltam – há notícias sobre um “bicho” superior a R$ 1 milhão –, a esperança é grande, mas observar as virtudes e pontos falhos do Ypiranga é a melhor coisa a fazer a 48 horas da grande decisão.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 14)