Responsável pelo voto decisivo que condenou Carol Solberg por gritar “Fora, Bolsonaro” em uma entrevista pós-jogo, o auditor Otacílio Araújo, presidente da 1ª Comissão Disciplinar do STJD do vôlei, disse que a jogadora estava recebendo um “puxão de orelhas”, uma medida pedagógica. A mãe dela, a ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, assistia ao julgamento pela internet e ficou incomodada.
“Durante o julgamento eu escrevi para ela e disse: ‘Esse senhor não sabe que você tem mãe, que você foi educada, que você é sensível à dor do outro’. O puxão de orelha não se aplica à minha filha, foi muito mal colocado. Ela é mulher adulta, mãe, e esse tipo de fala é de deselegância brutal. É como se tratasse atleta sempre com olhar de superioridade. Uma medida pedagógica, como se ele estivesse educando minha filha, Achei deselegante”, diz Isabel..
“Tem um lado lamentável nesse julgamento, que é a frase que o atleta tem que saber que é o artista do espetáculo, mas não pode falar. Tá tudo ali, nessa fala. Você pode usar seu corpo, pode ser visto, mas não pode ser ouvido, não pode falar”, avalia Isabel. A fala também foi de Araújo.
“Quando ele diz que o atleta está ali para fazer o espetáculo, gostaria que ele elencasse então onde você pode falar. Quer dizer, ele elencou. Você pode se pronunciar nas redes sociais… Era só o que faltava, também, né?”. questiona a ex-jogadora, que tem três filhos jogadores de vôlei de praia.
(Do UOL)